Caio,

Eu penso o mesmo que você, que os autores quiseram "lamentar" a atitude do
governo de Jânio Quadros em proibir o lança-perfume. Isso me lembra a
benzina:
muita gente tinha em casa, e por mais que tivesse um cheiro terrível, era
muito
usada como removedor. Mas de tanto que é usada no refino de cocaína, foi
proibida. E o "álcool 96º" também já virou coisa do passado...

Aliás, uma amiga minha que frequenta festas de música eletrônica (raves) já
me disse
ter visto mais de uma vez o uso de lança-perfumes. Em uma pesquisa rápida
achei
a conprovação do que ela viu:

<http://www2.uerj.br/~clipping/setembro02/d03/d03_oglobo_lanca_perfume_volta
.htm>

Com a cocaína, algo parecido: a "mardita" era vendidas em farmácias, como
elixir
para "os males do espírito", como nos reclames da época. Quando Sinhô compôs
sua "Cocaína" em 1926, e Francisco Mignone compôs sua valsa "Coca" em
1930 (consegui essa gravação recentemente), não estavam exaltando nada
proibido,
na época e aqui no Brasil. Felizmente foi descoberto o grande estrago que a
cocaína
causa, que antes era encarada como um "divertido elixir". Se bem que ainda
hoje
muita gente deve pensar assim.

abraço



-----Mensagem Original-----
De: Caio Pontual

Djalma,

Com relação à marcha Meu Carnaval ..... entendo que os autores não estávam
querendo se referir ao lança perfume como uma droga, acho que muita gente
não sabe, mas o lança perfume já foi usado como um apetrecho do carnaval,
sem nenhuma idéia de que ele fosse usado também como alucinógeno, eu
inclusive quando criança usei muita Rodoro como brincadeira e não entendia
porque alguns adultos pediam uma bicada no lenço e ficava cheirando. É... lá
se vão muitos anos.
Abs. Caio - Recife.



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