Direito_Saúde e Bioética -- 16.06.2002
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SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL
Edição brasileira da mais tradicional Revista
mundial de divulgação científica
 
Ano 1 - Número 01,
Junho de 2002
Páginas 18 e 19
 
 
 
MEDICINA
 
 
Pesquisa brasileira, conduzida pelo neurologista Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, foi premiada em encontro internacional. E pode abrir caminho para o tratamento preventivo de uma das doenças que mais assustam os sistemas de saúde em todo o mundo.
 
 
NOVO MODELO PARA ALZHEIMER
PESQUISA BRASILEIRA PODE ABRIR CAMINHO A TRATAMENTO PREVENTIVO
 
 
 
Um  modelo experimental do mal de Alzheimer, produzido pelo neurologista brasileiro Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, foi destacado como o mais importante estudo apresentado no Segundo Congresso Internacional sobre Demência Vascular, realizado em Salzburg, Áustria.  Superando outros 82 trabalhos, apresentados por pesquisadores de 41 países, o modelo de Coimbra e colaboradores revoluciona nosso conhecimento acerca de uma das doenças mais preocupantes da atualidade.  Pesquisando em ratos de laboratório, o brasileiro descobriu que alterações neuronais típicas de Alzheimer são desencadeadas toda vez que um episódio de ISQUEMIA (diminuição da circulação sanguínea e da oxigenação cerebral, causada por parada cardíaca ou derrame) é seguido por FEBRE.
 
 
 
Essa associação de ISQUEMIA e HIPERTERMIA é muito mais comum do que se imgagina, pois um grande número de pessoas acometidas de derrame apresenta febre nos dias seguintes, devido à pneumonia e outras complicações hospitalares.  Os médicos são muito condescendentes em relação a esse sintoma e geralmente evitam sumprimi-lo com antitérmicos, porque utilizam a temperatura corporal como marcador da resposta do organismo aos antibióticos.  O resultado desse procedimento padrão é que 30% dos indivíduos que sofre derrame acabam desenvolvendo Alzheimer num prazo de cinco anos.  A descoberta de Coimbra deve modificar radicalmente a conduta médica.
 
 
 
"Verificamos em laboratório que a isquemia seguida de febre provoca a morte de neurônios ao longo de vários meses (morte neuronal crônica) e o desenvolvimento de modificações celulares típicas de Alzheimer", revela o neurologista.  "Nos testes comportamentais, os animais que passam por essa situação tendem a agir como dementes.  É o caso de ratos que, no chamado labirinto aquático, ficam nadando em círculo, sem procurar a plataforma que lhes permitiria sair daquela situação.  O comportamento é comparável ao de pacientes de Alzheimer que se perdem na rua e não conseguem voltar para a casa."
 
 
 
Os altos custos da doença de Alzheimer estão apavorando os responsáveis pelos sistemas de saúde de vários países.  Por isso, essa patologia é a que mobiliza maiores verbas para pesquisa em todo o mundo.   "Tradicionalmente, o tratamento utiliza drogas que não são capazes de bloquear ou retardar a evolução da patologia, mas apenas abrandar os sintomas.   E os médicos e familiares esão obrigados a assistir, impotentes, a progressiva degeneração do doente", sublinha Coimbra.
 
 
 
Graças à pesquisa por ele realizada, estamos agora muito mais perto de conhecer os mecanismos envolvidos no surgimento e evolução do mal.  Coimbra aponta duas possíveis explicações:
 
 
1.   a febre pode ativar o sistema imunológico, levando-o a agir contra as proteínas liberadas pelos neurônios mortos devido à isquemia, confundindo-os com "agentes inimigos", as células do sistema imunológico passam a atacar também os neurônios sobreviventes (que possuem as mesmas proteínas), desencadeando assim uma doença auto-imune crônica;
 
 
2.   uma explicação alternativa, que o pesquisador considera considera mais provável, é que o binômio "isquemia mais febre" provoque uma grande liberação de radicais livres no organismo; essas moléculas lesam o DNA mitocondrial, acelarando o envelhecimento mitocôndrias (os motores das células, onde é produzida a energia necessária para a manutenção da vida);  como a performance caracterítica dos motores velhos, as mitocôndrias passam a apresentar baixo rendimento e a gerar muita poluição, ou seja, mais radicais livres, acentuando-se lesão do DNA;  instala-se então um sistema de retroalimentação que, no limite, desemboca na morte neuronal crônica própria da doença de Alzheimer.
 
 
 
Estudos desenvolvidos em outros centros de pesquisa demonstraram que, tanto em animais nos quais a doença foi artificialmente desencadeada quanto em humanos portadores de Alzheimer, ocorrem graves mutações do DNA mitocondrial.   Ao contrário das pessoas normais, os pacientes portadorres possuem uma reduzida capacidade de reparar o DNA lesado, o que pode ser demonstrado pela elevada concentração de uma toxina no sangue, a homocisteína.  Uma excelente notícia é que essa capacidade pode ser normalizada com medicamentos capazes de reduzir os níveis de homocisteína para os valores normais.   Os estudos ainda em andamento indicam uma desaceleração na progressão da doença e, em alguns casos, até mesmo uma recuperação parcial da memória e da capacidade de orientação.
 
 
 
As evidências sugerem, por enquanto, uma amenização dos sitomas.   Mas Coimbra acredita que os medicamentos reguladores podem conseguir muito mais do que isso.  "Os resultados do tratamento manifestam-se de forma lenta e gradual.   De modo que ainda não podemos avaliar plenamente o seu potencial", pondera.  "Não será surpresa se viermos a descobrir que,  além de abrandar as manifestações do Alzheimer, a normalização da homocisteína seja capaz de suprimir um dos fatores que o desencadeiam e fazem progredir".   Se isso ocorrer, tal abordagem terapêutica poderá abrir caminho para a prevenção efetiva do mal, por meio do monitoramento e manutenção dos níveis normais de homocisteína emm todas pessoas idosas, a partir de uma certa idade.   Pacientes portadores de outras doenças neurológicas, como o mal de Parkinson, igualmente caracterizado pela morte crônica de neurônios associada à elevada concentração de homocisteína no sangue, também podem vir a ser beneficiados por abordagens terapêuticas e preventivas semelhantes.
 
( José Tadeu Arantes )
 

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ENDERECOS  E  INSTRUCOES:
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Nao se deixe enganar
pela propaganda transplantista.
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INFORME-SE:    
apenas a *Medicina Preventiva* de baixo custo
ja seria suficiente para evitar a necessidade de
80% de transplantes previsiveis, com origem em declaracoes
de mortes encefalicas  *antecipadas*
para fins de retirada de orgaos vitais.
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ARTIGO: 
"Falhas no Diagnostico da Morte Cerebral",
publicado  na  Revista  CIENCIA HOJE,
número 161, junho de 2000:
http://www.uol.com.br/cienciahoje/chmais/pass/ch161/morte.pdf
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ARTIGOS
cientificos no site da UNIFESP:
http://www.unifesp.br/dneuro/textos.htm
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ARTIGO:
"Morte Encefalica"
http://www.unifesp.br/dneuro/mortencefalica.htm
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DEMONSTRACAO
cientifica dos efeitos mortais do teste
da APNEIA,   imposto pelo CFM para
declaracao  da  morte  encefalica que
pretende diagnosticar:
http://www.unifesp.br/dneuro/apnea.htm
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ARTIGO:
em ingles sobre a importancia da 
*Penumbra Isquemica*  para a declaracao
da morte encefalica:
http://www.unifesp.br/dneuro/brdeath.html
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MANIFESTACOES PUBLICAS
da comunidade neurocientifica internacional
contraria aos criterios declaratorios
da morte encefalica.
NAO EH VERDADE QUE HA CONSENSO
internacional na declaracao de morte encefalica,
confirme o que dizem os neurocientistas em:
http://www.unifesp.br/dneuro/opinioes.htm 
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DEBATE
internacional da comunidade neurocientifica
sobre os erros declaratorios da morte encefalica
na Revista Cientifica BMJ:
http://www.bmj.com/cgi/eletters/320/7244/1266
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morte encefalica em Direito_Saude: 
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