Sou Emerson Val, e moro em Feira de Santana no interior da Bahia. Gostaria em 
nome dos militantes do software livre no Brasil e em nome da democracia lhe 
fazer algumas sugestões e contar um pouco da história, que acho, você irá se 
interessar.

Há um movimento mundial sobre a questão dos softwares proprietários. Softwares 
proprietários são programas de computador em que o usuário deve pagar por cada 
cópia, dessa forma o programa não é de quem paga, mas da empresa que o 
desenvolveu. O usuário paga por uma licença de uso, e caso perca essa licença 
terá que comprar outra pra não cometer pirataria. Ninguém a não ser a empresa 
que o criou pode alterá-lo ou revendê-lo sem o consentimento dos fabricantes, e 
se houver falhas somente os fabricantes poderão consertá-las ou ocultá-las com 
propagandas enganossas se achar conveniente. Isso é o que a Microsoft, a mega 
empresa de Bill Gates, faz. A Microsoft é a ponta do bloco de gelo do monopólio 
de softwares.
Certa vez ouvi dizer que no seu programa foi um escritor, que dizia não gostar 
de computadores devido às telinhas azuis, as falhas inesperadas. Esse é um 
defeito antigo do Windows, que perdura desde a primeira versão do Windows 95, e 
que ainda existe. A Microsoft não consertou nada, mas faz muito marketing pra 
tentar denegrir a reputação do software livre.

O Movimento ao qual me refiro é o movimento de defesa ao software livre fundado 
pela Free Software Foundation (http://www.fsf.com), e que tem boas bases no 
Brasil pelo Comitê de Insentivo ao Software GNU e Alternativo 
(http://www.cipsga.org.br).
Software livre é todo software que é distribuído com código-fonte aberto e sem 
restrições ao uso e modificação, e que normalmente é distribuído junto a uma 
licença de software que se chama GPL General Public License, ou Licença Pública 
Geral. Essa licença evita que o software seja patenteato e consequentemente que 
tenha um dono, então software livre quer dizer software sem proprietários, e 
apesar da contradição isso significa software para todos.
Nós, militantes do software livre, acreditamos que assim como na matemática, 
onde podemos utilizar formulas criadas por mestres da matematica como Tartaglia 
e Einstein, o software deve ter sua distribuição livre, com seu código aberto e 
sem proprietários. Se essa lei  de software  fosse aplicada à matemática então 
seríamos  obrigados a pagar uma licença de uso sempre que fossemos  resolver 
nossa lição de casa, mas é isso que um software é, matemática, algorítimos que 
são transformados  em codigo de máquina, cálculos e interpretações lógicas.

O sistema de patentes atrasa a humanidade. Se todos os governos tivessem a 
integração que a comunidade GNU tem, com certeza estaríamos anos luz afrente do 
tempo.

Segundo estimativas o governo brasileiro gasta quase 2 (dois) Bilhões de Reais 
por ano em renovação de software. Se o software fosse livre, então teríamos 
quase 2 Bilhões pra poder aplicar à saúde ou aumentar o salário mínimo. O 
Software livre tem qualidade superior ou igual aos softwares proprietários, e 
pra quase todo software proprietário existe um similar livre.

Uma proposta do deputado Walter Pinheiro do PT da Bahia está no congresso e 
ninguém toma a iniciativa de pô-la em votação. Essa proposta visa a utilização 
de software livre em todos os órgãos do governo e em todos os níveis.

Uma das cláusulas da licitação de aquisição de software do governo é de que a 
empresa proprietária deve ter sede em Brasília, mas só a Microsoft tem sede em 
Brasília. Um amigo do time Debian (http://www.debian,org) me disse que o 
contrato que a Microsoft tem com o governo termina só em 2026.

Reclama-se que o Brasil não tem mão-de-obra especializada e ba, ba, ba, ba, ba, 
ba, ba. Tem sim, mas o governo só vê futuro fora daqui, é o Brasil fortalecendo 
a NASDAQ.

Segundo o que te escrevo, sugiro para que entreviste algum dos militantes do 
software livre, como Djalma Valois Filho do CIPSGA, Richard Stallmam da Free 
Software Foundation, ou até mesmo o Deputado Walter Pinheiro.

Por favor, mande um e-mail para o Djalma: [EMAIL PROTECTED], ou procure mais 
informações em http://www.cipsga.org.br.
Interessante também seria acessar os sites http://www.debian.org e 
http://feiraba.virtualave.net/screenshots.html.

Esse e-mail foi inteiramente escrito utilizando software livre.

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