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Política: Países brigam pelo
controle da internet Enviado porgiovani
em Tuesday, November 01 @ 06:50:38 ??? Contribuição
de giovani
A internet tem dono? Pelo caráter
descentralizado da rede mundial de computadores, é de se
supor que ninguém, nem um país controle a
web.
Mas para que um usuário digite uma URL em
vez de números IP, a internet precisa de um
administrador, uma espécie de síndico capaz de cuidar
dos aspectos técnicos da rede mundial de
computadores.
Os Estados Unidos têm sido o
administrador da internet desde que a web foi criada
como um projeto militar nos anos 60.
Mas um
grande número de países, como Brasil, China, Índia e,
mais recentemente, a União Européia, está contestando o
controle norte-americano sobre a internet.
Eles
argumentam que a internet transformou-se numa ferramenta
global de comunicação e o motor do crescimento econômico
mundial e que por isso não pode ser controlada pelos
Estados Unidos. Em linguagem técnica, há uma batalha
pela governança na internet.
Os EUA
contra-argumentam, a favor de manter seu controle, que
um órgão controlado pelas Nações Unidas poderia
politizar a internet, adicionar burocracia e acabar com
o espírito inovador da rede, segundo uma reportagem do
Wall Street Journal.
O tema vai esquentar durante
a Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que
acontece em Túnis, na Tunísia, entre 16 e 18 de
novembro, quando o modelo de gestão da internet será
colocado em xeque.
ICANN Quem gerencia
a internet é uma entidade não-governamental: a
Organização da Internet para Designação de Nomes e
Números (ICANN, da sigla em inglês), um entidade
privada, que conta com 21 membros em seu board, do qual
dois são brasileiros, Vanda Scartezini e Demi Getschko.
(Veja a lista, clique aqui)
A
ICANN é responsável por aprovar e fazer a distribuição
de nomes de domínios, tais como .com ou .net), entre
outras atribuições técnicas que garantem que os usuários
naveguem pela internet. Ela opera sob um contrato com o
governo dos Estados Unidos e sob as leis do Estado da
Califórnia.
Por isso, o governo dos Estados
Unidos, por meio do Departamento de Comércio, tem poder
de veto sobre as decisões da ICANN, como foi o caso da
criação do domínio .xxx, para sites pornográficos, que
teve objeções do governo Bush.
Nos Estados Unidos
também estão localizados dez dos 13 servidores raiz
(dois estão na Europa e um no Japão). Eles são o grande
centro nevrálgico do acesso da web, pois sabem onde um
computador tem que ir para achar o endereço de outra
máquina.
Em tese, os EUA têm o poder de tirar um
país da internet ou mesmo decidir sobre o que é chamado
de TLD (top level domain), como o .br. E não há nenhum
organismo para se reclamar das decisões ou vetos
norte-americanos.
DISPUTA Como a
internet "funciona" sob os auspícios dos Estados Unidos,
um grupo de países, do qual o Brasil faz parte, vem há
anos defendendo a criação de um organismo multilateral
para controlar a internet.
A grande diferença,
dessa vez, é a postura da União Européia que, de forma
surpreendente, manifestou-se contra a atual governança
na internet.
"A posição européia não pretende que
os governos tomem controle da internet, como se tem
sugerido", afirmou Viviane Redin, comissária para a
Sociedade da Informação, em entrevista ao jornal
espanhol El Pais.
A solução européia consiste na
criação de um novo modelo baseado em respeitar o papel o
ICANN e, ao mesmo tempo, criar um fórum complementar que
de um maior papel aos governos, desde que respeite os
princípios que se baseiam a internet, explicou Viviane
Redin.
Em resumo, a Europa propõe um meio termo
entre o unilateralismo defendido pelos Estados Unidos e
o mutilateralismo de Brasil, China e Índia.
O
governo dos Estados Unidos já se manifestou contrário a
posição européia e diz que vai lutar contra a proposta,
para manter seu controle histórico, o que deve gerar um
impasse diplomático na reunião de Túnis.
Qual a
sua opinião sobre o controle da internet? Mande sua
opinião para [EMAIL PROTECTED]
(Fontes
consultadas para esta reportagem: Demi Getshko, membro
do Comitê Gestor da Internet no Brasil e do ICANN; e
Seiiti Arata Junior, integrante da secretaria do WGIG -
Working Group on Internet Governance -, que fez
sugestões de modelos de governança para reunião de
Túnis, na Túnisia, e advogado especializado em TI da
Felsberg e Associados)
Fonte:
COMPUTERWORLD
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