Como sei que existe muita gente aqui que conhece o professor Angelo Brayner, estou repassando o e-mail dele contando a experiência absurda que ele passou no último domingo.
repugnante.

Henrique Bastos

Delivered-To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: FW: Protesto!
Date: Tue, 29 Oct 2002 14:56:21 -0300
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Thread-Topic: Protesto!
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From: "Carlos Eduardo Mendes da Silveira" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>, <[EMAIL PROTECTED]>,
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Um absurdo &

-----Original Message-----
From: Rejane Pinheiro
Sent: terça-feira, 29 de outubro de 2002 14:42
To: Antonio Barbosa Junior; Arthur Meira de Oliveira; Aulins Palmeira de Souza; Carlos Eduardo Mendes da Silveira; Dagoberto Ferreira de Carvalho Filho; Dorotéa Karine Dias Pitombeira; Emmanuel Golignac Ferreira de Carvalho; Ernani Lima Fernandes; Gerson Pinto Batista; Gilson Pereira do Carmo Filho; Luís Fabiano Saldanha Bandeira; Maurílio Gonçalves dos Santos Neto; Ricardo Luiz Pires Leandro; Roberto Paulo Mesquita Solon; Roger Nogueira Ramos
Subject: Protesto!

Pessoal,

    Não sou de repassar emails, mas neste caso é um absurdo guardar esta informação !

    Este episódio ocorreu com o prof. Ângelo Brayner e seu filho de 16 anos...

    Leiam e questionem qual "cidadania" existe no Ceará???

Atenciosamente,

Rejane.

Domingo, ao caminhar em uma rua de Fortaleza, meu filho André, um adolescente de 16 anos, e eu observávamos alegres a festa democrática de uma eleição histórica para o Brasil e para o Ceará. Após a experiência de duas eleições na Alemanha, comentávamos orgulhosos como o brasileiro tinha um sentimento de participação no processo político muito profundo.
Em frações de segundos, um comboio de carros do batalhão de choque da Polícia Militar do Ceará pára em frente a nós. Dezenas de policiais fortemente armados descem do carro e partem para cima de nós. Desesperado, digo que não éramos bandidos, pensando tratar-se de algum engano. Quando um soldado afirma que eu não era bandido, mas era um _vagabundo , percebi que o problema é que trajávamos camiseta do candidato José Airton do PT, adversário do candidato de Tasso Jereissati, Lúcio Alcântara. No mesmo instante, recebia um tapa no rosto do mesmo soldado. Ato incontinenti, mais de seis policiais partiram para me agredir e, o que é mais doloroso para mim, para agredir meu filho. Em um ato de autodefesa, ele implorava para que não fizessem aquilo, informando aos policiais que era menor de idade. De nada adiantou. Bateram em mim e meu filho de forma brutal e covarde. Ameaçavam meu filho com escopetas. Naquele momento, o que mais doía não eram as pancadas que levava, mas ver meu filho sendo agredido por brutamontes, cujos salários saem dos impostos pagos com o suor de nosso trabalho. Toda aquela seção pública tortura era assistida e comandada por um Capitão do batalhão de choque.
A pancadaria só não foi maior porque o meu colega, professor Mauro Pequeno da UFC, interveio a nosso favor, com o argumento que eu era professor universitário. Quando recuaram, tornou-se claro que brutalidade tinha sido comandada na realidade pelo Cambeba (sede do governo do Estado do Ceará). A intolerância com o diferente e com o contrário tem sido a marca registrada da Era Tasso Jereissati _ Ciro Gomes, que agora será continuada por Lúcio Alcântara.
Hoje, com o corpo dolorido pelas agressões físicas e com o coração triste pelo fato de ter assistido meu filho ser covardemente agredido e ameaçado como um bandido, questiono-me sobre nossa democracia. Podemos considerar democracia um estado onde um cidadão não tem direito de pensar diferente do governo de plantão? Podemos considerar democracia um estado em que sua polícia bate em seus cidadãos (menores de idade, inclusive) sem nenhum motivo aparente?

Ângelo Brayner
Professor do Mestrado em Informática Aplicada
Universidade de Fortaleza


 

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