Em 25 de julho de 2014 13:58, Patrick Tracanelli
<eks...@freebsdbrasil.com.br> escreveu:
>
> On 25/07/2014, at 12:55, Fábio de Sousa <fabi...@gmail.com> wrote:
>
>> Senti uma irônia no comentário do nosso amigo ou estou enganado? "Efeito
>> Ubuntu", "kuruminização".....
>> Eu uso FreeBSD, linux, testo todas as distros!
>> Me desculpe amigo, mas no meu entendimento, qualquer movimento de software
>> livre, que venha disseminar o conhecimento e abrir novo horizontes é
>> válido!
>> Respeito sua opinião, mas não concordo!
>>
>
> Eu acho que não era essa a intenção original do e-mail do Helio, e sim sobre 
> o worm em si.
>
> Mas se formos entrar nessa discussão em específico, eu consigo ver o lado 
> positivo da Ubuntuzação do Linux ou a tentativa similar do PC-BSD. Isso 
> permite que minha irmã, minha vó, sua mãe, usem software livre sem ter uma 
> curva de aprendizado impactante, ao invés de usarem Windows ou Mac OS. Isso é 
> bom pra escolas, pra comunidade em geral, colocam o SL como alternativa de 
> fato a SOs proprietários de usuários finais. E ponto. Isso dito, não vejo 
> outra vantagem.
>
> Sob uma ótica de profissionais de TI minha posição muda. Acho detestável, me 
> incomoda. Conheci escolas que ensinam “Linux” com Ubuntu, conheço 
> “profissionais” com “experiência” em Ubuntu, e no entanto nunca configuraram 
> o X uma vez na vida, na unha. Nunca colocaram o icewm ou enlightenment ou 
> blackbox ou sequer windowmaker pra subir sozinho. Nunca editaram um rc pra 
> gerar ícones no desktop. E to focando so em coisas de Desktop, sem nem querer 
> me estender a compilação de kernel, ou sequer instalação de um software na 
> unha.
>
> Nego adora sair dando apt, dpkg, e ver as coisas instaladas sem problemas e 
> sem trabalho. Ou as vezes pior, vai pela interface gráfica do ubuntu mesmo. E 
> pior, agora que o “pkg” no FreeBSD ficou bom, funcional, muito melhor que o 
> pkg_tools vejo gente preferindo cada vez mais dar “pkg install xyz” e esperar 
> tudo se resolver sozinho do que meramente compilar por ports.
>
> Por incrivel que pareça "make menuconfig” pra um novo “profissional Linux” 
> não é algo obvio. Boa parte deles não sabe o que isso faz nem onde se da esse 
> comando nem com que objetivo. As vezes pior, um mero ./configure 
> --alguma-coisa ; make ; make install passa a ser algo do dia-a-dia dessa nova 
> geração que instala pacotes prontos e sai usando.
>
> Cada vez é mais comum gerações de profissionais de TI que tem Linux no 
> curriculum mas nunca recompilaram seu próprio kernel e ou nem sequer usam um 
> único software em sua maquina pessoal que foi compilado por eles mesmos.
>
> Como é que um cara desses vai diagnosticar problemas quando eles surgirem? 
> Como é que um cara desses vai sequer usar o X com gnome/kde no FreeBSD se não 
> vier pronto?
>
> Agora eu pergunto, da nova geração de Linuxers alguém conhece algum que 
> consiga instalar um qmail na unha? qmail com vpopmail que seja? E que quando 
> o qmail-start não sobe consegue diagnosticar?
>
> São cada vez mais raros.
>
> Olha a comunidade Debian brasileira da década passada, quantos novos 
> empacotadores Debian surgiam todos anos, contribuindo, ajudando, metendo a 
> mão. Olha na década atual a taxa de crescimento de contribuidores na mesma 
> função.
>
> Curioso que a user-base de Linux aumentou mas da comunidade que suporta, não 
> aumente mais como era na década passada.
>
> Veja quantos novos commiters de source e ports entravam no FreeBSD antes, e 
> veja hoje. Vejam quantos novos contribuidores de Linux faziam coisas legais, 
> criavam novos projetos de SL antes, e quantos contribuem hoje.
>
> Veja o historico de commits no source do Linux e procure novos nomes la. 
> Mesma coisa pros empacotadores Linux, commiters de source FreeBSD ou ports.
>
> Tem renovação claro, mas a taxa hoje é muito menor. Com uma userbase cada vez 
> maior. Que sentido isso faz?
>
> Eu preferia muito mais uma época em que um novo usuário Linux instalava 
> slackware, debian, e apanhava feito cão pra fazer o básico. Não pq eu sou 
> sádico e adoro ver o sofrimento alheio. Mas pq o cidadão aprendia… e depois 
> de apanhar e aprender, sabia fazer de novo com a mãos atadas e o principal, 
> conseguia ajudar / diagnosticar, escrevia blog posts ou artigos sobre as 
> formas geniais que ele usou pra resolver seus problemas.
>
> Hoje essa “formação natural” não existe mais nas novas gerações. Até o debian 
> ficou mais fácil, mais pronto. FreeBSD com o novo pkg de alguma forma (ainda 
> saudável, ao meu ver) segue esse caminho. É estranho dizer que as vezes o 
> pkg_tools da saudade, mas é bom ver coisas não funcionando pra você poder 
> arrumar sozinho.
>
> Aqui na FreeBSD eu e o Jean brincamos que vamos montar um “curso de macho” 
> onde o cidadão vai ter que passar uma semana mandando e lendo e-mail por 
> telnet. Navegando na web por telnet, editando texto com vi (não vim) na 
> segunda semana a gente deixa ele ir pras facilidades de poder usar mail com 
> fetchmail, lynx, depois evoluir pra mutt, pine, quem sabe até um links. Só 
> então poder usar vim, ee, pico, nano. Mas sem mceditor hehehe. Se quiser usar 
> twitter terá que ser na CLI, gtalk, google drive.
>
> E depois de um mês de introdução ao curso de macho poderá instalar o X e usar 
> blackbox. Poderá ter ícone e até uma dock alternativa tipo idesk. Depois 
> icewm, depois wm. E quem sabe um dia KDE, gnome ou até Unity. Mas ai será por 
> escolha própria, por opção.
>
> Ha 10 anos atrás isso seria desnecessário. Usar pine, mutt, fetchmail no cron 
> seria algo obvio e intuitivo.
>
> Saudade de quando usar BitchX e X-Chat era lamme. E fodao era usar epic com 
> rotinas proprias ou um cliente que voce mesmo fez, escrito em Erlang ou Perl 
> com Net::IRC (DEAD SINCE 2004 hehe).
>
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> Patrick Tracanelli
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Exatamente por isto que quando alguém me pergunta qual o melhor
caminho para aprender Linux eu falo:
Instala o Slackware (  ou então outro SO como o FreeBSD ) mas remova
totalmente o windows ou qq outra distro Linux do PC e
tenta fazer tudo que vc ja fazia no Windows nele.
Depois de um ano vc pode mudar de distro se quiser mas vai saber como
tudo funciona e não vai depender de ferramentas gráficas que fazem
tudo.
Pelo menos em 98 este método funcionou e facilitou muito minha vida
quando em 2003 comecei a usar NetBSD e depois o FreeBSD. não fiquei
perdido o Handbook resolvia 99% das minhas dúvidas sem recorrer a
listas outra forums.
"Aprendi a pescar" com o slackware. Uma pena não ter feito naquela
época já com o FreeBSD.



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Otavio Augusto
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Consultor de TI
Citius Tecnologia
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