E é.
CSS: a contribuição sem sentido
Marcelo da Silva Prado - 01/09/2009


A Itália tem um ditado que diz "la madre degli idioti è sempre incinta" (em 
tradução livre: a mãe dos idiotas está sempre grávida) e poderíamos adaptá-lo 
perfeitamente a nossa política fiscal.

No momento em que o governo supostamente estaria praticando uma política 
anticíclica, concedendo diversas desonerações tributárias para alguns setores 
da economia, com vistas a estimular a economia abatida pela crise, mas que 
paradoxalmente desembesta a gastar com despesas correntes, vem agora com mais 
uma grande idéia: a recriação da rejeitada CPMF, dessa vez com novo nome -CSS 
(contribuição social para a saúde)- e alíquota menor de 0,1%.

A "idéia" originalmente da CSS surgiu com a votação da regulamentação da Emenda 
Constitucional nº 29/2000, a qual prevê aumentos de verbas para a saúde, e que 
no entender do governo demandaria uma nova fonte de custeio, sucede que diante 
da atual realidade e de sinais absolutamente trocados, a idéia da nova 
contribuição tornou-se um enorme despropósito.

Ademais, a criação de um novo tributo no Brasil será sempre uma péssima idéia, 
já que não é pela falta deles que temos um serviço público tão ineficiente, de 
forma que nao será com o nobre mas falacioso argumento de que a saúde precisa 
de mais recurso que nós seremos convencidos da necessidade de colocarem mais 
uma vez a mão no nosso bolso.

Dessa vez a justificativa para a criação da CSS é quase risível se não fosse um 
acinte, os custos com a gripe suína!

Não é novidade que o problema da saúde não é de falta de recursos, mas sim de 
gestão, combinada com muita corrupção e desvios que detonam o orçamento dessa 
pasta.

Por outro lado, o excesso de tributos é o maior problema da nossa economia e 
caso aceitemos a criação da CSS (ou será a recriação da CPMF, após a vitória 
dos contribuintes que conseguiram a sua rejeição no final de em 2007) estaremos 
abrindo a porta para a volta na sua plenitude da malfada CONTRIBUIÇÃO 
PROVISÓRIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA.

Não acredito que o Congresso Nacional acabe aprovando esse verdadeiro absurdo, 
até porque estamos muito perto de um ano eleitoral. Na realidade a idéia da CSS 
mais se parece com um balão de ensaio do que uma idéia forte e factível 
politicamente do governo... a rejeição popular à qualquer aumento de tributos 
seria imediata afora o fato de que a sociedade civil vem se organizando 
fortemente nos últimos anos contra idéias desse tipo, basta lembrar os 
movimentos surgidos a época da votação da CPMF.

Por tudo isso e pela total ausência de motivos para a sua criação (ou será 
recriação), acredito que a CSS (antiga CPMF) deverá ser enterrada de uma vez 
por todas para o bem dos nossos bolsos.

http://ultimainstancia.uol.com.br/colunas_ver.php?idConteudo=63420&__akacao=174632&__akcnt=853d561c&__akvkey=7ed7&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=InfoUI_010909

Responder a