An interesting article on the relationships between politics and economics in the age of globalism. This terminal phase of imperialism tends to rub the differences between political necessity and economic necessity. The article quotes Colin Powell, who is quoted as declaring, in a manner resembling that of the early 20th Century imperialists, that "já não é mais possível estabelecer distinções entre a diplomacia internacional e a diplomacia econômica e comercial" (it is not possible to establish a distinction between international diplomacy and economic and commercial diplomacy any more). The article is in Portuguese, and was written by Max Altman. Maybe someone can trace the original on the Web for the sake of English speakers? ------- Forwarded message follows ------- To: <[EMAIL PROTECTED]> From: Marcos Antonio Corrêa <[EMAIL PROTECTED]> Date sent: Sat, 3 Feb 2001 17:11:11 -0200 Send reply to: [EMAIL PROTECTED] Subject: [listageografia] Geoeconomia, o novo nome da geopolítica [ Double-click this line for list subscription options ] Gostaria de socializar este artigo bastante interessante com os companheiros. Marcos Geoeconomia, o novo nome da geopolítica Por Max Altman O novo secretário de Estado americano do governo Bush, general Colin Powell, ex-comandante do estado maior das tropas aliadas na Guerra do Golfo em 1990, declarou em recente entrevista ao The New York Times que já não é mais possível estabelecer distinções entre a diplomacia internacional e a diplomacia econômica e comercial, tendo deixado patente que o Departamento de Estado "está muito, muito envolvido nestas questões". Historicamente, era o Departamento de Estado que elaborava a doutrina da política externa fundada na correlação internacional de forças, inclusive militares. Este era o campo em que se exercitava a geopolítica. É sabido, por outro lado, que o novo secretário do Comércio, Donald Evans, que comandou a campanha eleitoral de George W. Bush e é o membro do gabinete pessoalmente mais próximo do presidente, tem particular interesse em formular a estratégia de comércio exterior. Dá-se como certo que os beneficiários potenciais dessa estratégia são os grandes empresários americanos, cujos interesses Evans representa no governo. Fácil deduzir que a política externa dos Estados Unidos será ditada pelos enormes conglomerados industriais e financeiros. Não bastasse isso, o presidente Bush nomeia seu Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), com nível de ministro, o advogado Robert B. Zoellick, um dos mais experientes operadores políticos de Washington, veterano conselheiro das administrações republicanas para assuntos de comércio e acérrimo defensor da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). Ao nomeá-lo, Bush afirmou que "o sucesso da nossa economia depende de uma política comercial confiante e afirmativa. Abrir novos mercados para produtos plantados e fabricados na América será um dos nossos principais objetivos." Zoellick agradeceu a nomeação dizendo que "o livre comércio é importante para a nossa economia, mas é importante também para nossos outros interesses e valores no mundo e eu sempre acreditei que a abertura significa o triunfo da América, pois nos faz mais fortes como povo e nos torna uma nação mais dinâmica". A estréia do presidente Bush em política externa se dará exatamente na 3.a Cúpula das Américas, com a presença de todos os países americanos, salvo Cuba, que terá lugar em abril, no Canadá. Sua ida confirma o grau de prioridade que o novo líder americano prometeu dar aos assuntos hemisféricos, logo após Colin Powell ter soprado aos seus ouvidos que "a Colômbia é a maior preocupação" desta administração recém-inaugurada. Não bastasse a pitada de preocupação geopolítica de Powell, Bush viajará com sua pasta recheada de argumentos geoeconômicos. Em 24 de dezembro, Zoellick escreveu um artigo para o Estado de S.Paulo avaliando as futuras relações entre os Estados Unidos e a América Latina: "O tema Américas fala de perto ao coração do presidente. No século 21, os Estados Unidos vão progredir ou regredir com os nossos vizinhos de hemisfério e existe uma lógica econômica poderosa por trás dessa conclusão: a América Latina compra quase 21% das exportações dos Estados Unidos, cerca de 17% mais do que há cinco anos; as exportações (americanas) para a América Latina aumentaram mais de 50% desde 1994, num ritmo duas vezes mais rápido do que as vendas para países de fora do hemisfério; algumas projeções indicam que os números do comércio e dos investimentos norte-americanos no hemisfério superarão os da Europa e Japão em 2010". No contexto da guerra fria, os Estados Unidos, através do Plano Marshall, derramaram bilhões de dólares para reconstruir a seu talante a Europa, relegando a simples retórica a política de boa-vizinhança com seus aliados latino-americanos. O combate ao comunismo tornou-se gradualmente obsessão da política dos EUA para a América Latina. A revolução cubana e sua posterior associação com a União Soviética, os movimentos armados de libertação nacional que se originavam por toda parte nesta região, reforçaram o medo de que o comunismo iria entrar pela porta dos fundos, o que fez crescer a doutrina americana de compromisso com a repressão política e com as ditaduras militares do continente, pacto que se estendeu até a administração Reagan. Agora, passados 10 anos da queda do Muro e da débâcle do sistema soviético, e sem a ameaça do comunismo, os Estados Unidos abrem espaço a interesses comerciais que se confundem com os interesses das grandes corporações, para consolidarem sua hegemonia e se firmarem como a única superpotência global, dispensando, eventualmente, a velha dominação territorial, baseando-se fundamentalmente no poder econômico e cultural. Nessa mesma perspectiva história e nesse lapso de tempo, o que restou para o conjunto dos países latino-americanos, que se curvaram ao deus 'mercado livre' e cumpriram obedientemente as diretrizes do Consenso de Washington? Imensas dívidas impagáveis, degradação do nível de vida de seus povos, desemprego, concentração de renda, índices sociais humilhantes, drogas e criminalidade. E a perspectiva futura, num mercado livre absoluto das Américas, em que o país que detém a hegemonia concentra seis vezes mais riqueza do que todos os demais países somados? Com toda probabilidade, não será melhor do que esta década mostrou. Certamente, nós, os sócios menores dessa associação, amargaremos mais crises e mais dificuldades. Fernando Henrique tenta resistir com o Mercosul, alegando que muitas empresas do cone sul não estão preparadas ainda para a competição. Mas, numa das paradas de sua vilegiatura pela Ásia, sucumbe, ao afirmar que mais ano, menos ano, a Alca se tornará inevitável. Alegou-se há pouco que, com a implantação da globalização neoliberal, a história tinha chegado ao fim. Não chegou. A Alca representará o fim das fronteiras comerciais, ou os países prejudicados por esta associação saberão lutar por trocas mercantis justas e equilibradas em benefício de suas economias e de seus povos? Max Altman é jornalista -------------------------------------------------------------------------------- Copyright © 1998-2001 Correio da Cidadania - Todos os direitos reservados [Non-text portions of this message have been removed] ------------------------ Yahoo! Groups Sponsor ---------------------~-~> eGroups is now Yahoo! 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