Não confundir "objetivo" da vida com "sentido". O objetivo da vida é produzir 
mais vida. Já o "sentido da vida", seja lá o que isso signifique, é um conceito 
que só vale para os seres humanos (e, talvez, em um nível muitíssimo mais 
rudimentar, também para os elefantes, grandes símios e grandes cetáceos).

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
[EMAIL PROTECTED]


  ----- Original Message ----- 
  From: Silvio 
  To: Edson Dognaldo Gil ; Logica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 5:56 PM
  Subject: Re: [Logica-l]o sentido da vida [fora do tópico central]


  Édson:

  Estyudo da biologia, um dos galhoisda filosofia, explica cientificamentea 
questão da vida, a partir da célula primordial, vinda ddas profundezas do 
mar,numa falha tectônica.
  Mas antes de retrucar, estude.

  silvio.
    ----- Original Message ----- 
    From: Edson Dognaldo Gil 
    To: Logica-L 
    Sent: Wednesday, October 01, 2008 11:50 AM
    Subject: Re: [Logica-l]o sentido da vida [fora do tópico central]


      Os verbetes abaixo foram extraídos do DEF 
[http://www.defnarede.com/s.html], e me parecem bons. Queria perguntar ao 
autor, DM, o que ele quer dizer com "maior parte dos filósofos": que a maioria 
dos filósofos deu uma resposta ao problema do sentido da vida? Abraço, edg 


      sentido da existência 
      Ver sentido da vida. 
      sentido da vida 
      Em geral, dizemos que uma certa actividade é absurda ou não tem sentido 
quando não tem qualquer objectivo. Por exemplo, não faz sentido passar a vida 
aos saltos se isso não tiver qualquer objectivo; mas faz sentido, se o 
objectivo for exercitar os músculos. Em geral, dizemos também que uma certa 
actividade não tem sentido, apesar de ter um objectivo, se esse objectivo não 
puder ser alcançado ou não tiver qualquer valor, mesmo que possa ser alcançado. 
Por exemplo, não faz sentido passar a vida a tentar chegar à Lua a saltar, 
porque nunca o iremos conseguir; e não faz sentido passar a vida a tentar fazer 
passar um elefante por debaixo da porta da cozinha, não só porque nunca o vamos 
conseguir, mas também porque, mesmo que o conseguíssemos, isso não teria 
aparentemente importância alguma. 
      Assim, responder ao problema do sentido da vida é responder às seguintes 
três perguntas: Terá a vida humana, no seu todo, um ou vários objectivos? Será 
esse objectivo (ou objectivos) alcançável? Terá esse objectivo (ou objectivos) 
algum valor? A resposta da maior parte dos filósofos consiste em dizer que o 
objectivo da vida humana é a felicidade; mas depois diferem no modo como 
entendem o que constitui a felicidade. As tradições religiosas defendem em 
geral que a vida só faz sentido se Deus existir; alguns filósofos aceitaram 
esta ideia, mas acrescentaram que a vida absurda tem de ser então abraçada 
precisamente porque Deus não existe (ver existencialismo). Contudo, muitos 
filósofos não concebem o sentido da vida como algo que dependa da existência ou 
não de Deus, e é costume chamar "humanista" a esta tradição. DM 




    2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

      It is a tale/told by an idiot, full of sound and fury,/signifying 
nothing. 


      2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

        Há ainda alguma coisa pela qual viver? Haverá algo a que valha a pena 
dedicarmo-nos, além do dinheiro, do amor e da atenção à nossa família? Falar de 
«algo pelo qual viver» tem um certo travo vagamente religioso, mas muitas 
pessoas que não são absolutamente nada religiosas têm uma sensação incómoda de 
poderem estar a deixar escapar qualquer coisa básica que conferiria às suas 
vidas uma importância que, de momento, lhes falta. E estas pessoas também não 
têm qualquer compromisso profundo com uma cor política. Ao longo do último 
século, a luta política ocupou frequentemente o lugar que era consagrado à 
religião noutros tempos e culturas. Ninguém que reflicta acerca da nossa 
história recente pode agora acreditar que a política, por si só, bastará para 
resolver todos os nossos problemas. Mas para que outra coisa poderemos viver? 
No presente livro, dou uma resposta. É tão antiga como o alvor da filosofia, 
mas tão necessária nas circunstâncias actuais como sempre foi. A resposta é que 
podemos viver uma vida ética. Ao fazê-lo, passaremos a integrar uma vasta 
tradição que atravessa culturas. Além disso, descobriremos que viver uma vida 
ética não constitui um sacrifício pessoal, mas uma realização pessoal.

        Se conseguirmos alhear-nos das nossas preocupações imediatas e encarar 
o mundo como um todo e o nosso lugar nele, veremos que existe algo absurdo na 
ideia de que as pessoas têm dificuldade em encontrar por que viver. Afinal, há 
tanto que precisa de ser feito. Quando este livro estava prestes a concluir-se, 
as tropas das Nações Unidas entraram na Somália numa tentativa de assegurar que 
os alimentos chegavam às populações famintas. Apesar de esta tentativa ter 
corrido muito mal, constituiu, pelo menos, um sinal positivo de que as nações 
ricas estavam preparadas para fazer alguma coisa acerca da fome e do sofrimento 
em áreas distantes. Podemos tirar as devidas lições deste episódio, de modo a 
que as tentativas futuras sejam mais bem sucedidas. Talvez estejamos no início 
de uma nova era na qual não nos limitaremos a ficar sentados à frente dos 
nossos televisores a ver crianças morrer e depois continuar a viver as nossas 
vidas abastadas sem sentir qualquer incongruência. Mas não são apenas as 
grandes crises dramáticas e com honras de noticiário que requerem a nossa 
atenção: há inúmeras situações, numa escala mais reduzida, que são tão 
horríveis e evitáveis como as maiores. Ainda que esta tarefa se nos afigure 
imensa, trata-se apenas de uma das muitas causas igualmente urgentes às quais 
se podem dedicar as pessoas que buscam um objectivo digno.

        (Singer, Peter. Como Havemos de Viver?: A ética numa época de 
individualismo, pp. 13-14 
[http://www.filedu.com/anunesareligiaoeosentidodaexistencia.html] Grifo meu, 
edg.)
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