Patrick Suppes diz mais ou menos o seguinte, precisava ver, mas não agora: uma 
"demonstração" tal como o matemático faz, é uma "prova" (dos lógicos) mas cheia 
de buracos, ou seja, ele não apresenta os detalhes mais evidentes 
(supostamente, claro).
D.
________________________________
Decio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
deciokrause[at]gmail.com
www.cfh.ufsc.br/~dkrause
________________________________
"He [God] will never choose among indiscernibles"
(G.W.Leibniz)
[But] He (God) would never choose among discernibles too. (M. Franciotti)










Em 05/11/2011, às 20:22, Fernando Naufel do Amaral escreveu:

> Oi, João, Valéria e lista,
> 
> 
> Perdoem-me por não me lembrar a fonte, mas posso jurar que já li, num
> livro de Lógica, que uma prova é uma demonstração com zero premissas.
> 
> Na verdade, o livro era em inglês, e se referia a "proofs" e
> "demonstrations".
> 
> Posso tentar procurar a fonte, mas se alguém já tiver esbarrado nesta
> distinção, pode lembrar melhor do que eu.
> 
> Se houver uma distinção técnica entre "proof" e "demonstration" em
> inglês, então precisaríamos de termos distintos em português tbém.
> 
> Concordo com a Valéria que "prova" é usado por lógicos lusófonos na
> vida real.
> 
> E concordo com o João Marcos quanto ao problema com "proof",
> "provable" e "provability". Por uma coincidência infeliz, "provável"
> em português já está ocupado como tradução de "probable".
> 
> (Bacana mesmo é alemão, onde "provable" é "beweisbar", e "probable" é
> "wahrscheinlich".)
> 
> E "teorético" é mesmo um anglicismo injustificável.
> 
> Sugestão de solução simples, partindo da premissa de que não dá para
> proibir termos consagrados pelo uso: usar "prova" e "demonstração"
> como sinônimos em português, explicitando, se necessário, a ausência
> ou presença de premissas. Idem com "provabilidade" e
> "demonstrabilidade". E, como adjetivo, usar só "demonstrável".
> 
> 
> Um abraço,
> 
> Fernando Náufel, D.Sc.
> fnau...@gmail.com
> http://fnaufel.wordpress.com
> http://www.uff.br/llarc
> 
> Professor Adjunto
> (~Professor Doctor
> see http://en.wikipedia.org/wiki/Professor#Brazil_and_Portugal)
> LLaRC - Laboratório de Lógica e Representação do Conhecimento
> RFM - Depto. de Física e Matemática
> PURO - Pólo Universitário de Rio das Ostras
> UFF - Universidade Federal Fluminense
> Brazil
> --
> 
> 
> 
> 
> 2011/11/5 Valeria de Paiva <valeria.depa...@gmail.com>:
>> Joao MArcos,
>> vou me atrever (com trepidacao, 'e claro) a discordar de voce em
>> genero, numero e grau.
>> 
>> todo mundo que eu conheco desde 190- e-esqueci sempre falou de provas
>> em matematica, "a minha prova do teorema 'e mais bonita do que a sua",
>> "a prova do Halmos 'e mais simples do que a de fulano", etc..
>> 
>> eu nao sei porque tenho ou teria que usar "demonstracao" pra essas
>> construcoes e nao sei porque teria que falar de "teoria das
>> demonstracoes", em vez de "teoria da prova" quando estiver usando a
>> versao coletiva do nome. na verdade, eu uso as duas formas, quando
>> escrevendo em portugues, mas pro titulo da area de logica matematica
>> prefiro mesmo "Teoria da Prova".
>> 
>> abracos demonstrativos,
>> Valeria
>> 
>> 2011/11/5 Joao Marcos <botoc...@gmail.com>:
>>> De uma mensagem recente enviada à lista:
>>> 
>>>> Na estrutura gramatical superficial, cientistas e juristas podem usar as
>>>> mesmas palavras quando estão designando conceitos *muito* diferentes.
>>> [...]
>>>> Há discussões muito finas do significado bastante delicado de
>>>> "prova" em matemática e lógica.
>>> 
>>> "Provas" em matemática ou lógica são quando muito um nome que damos
>>> àqueles "testes" / "exames" / "avaliações" aos quais submetemos os
>>> nossos alunos...  Um exemplo é a promessa: "esta semana vocês farão
>>> uma prova surpresa!"
>>> 
>>> Em matemática ou lógica o termo "proof" NÃO se traduz como "prova" a
>>> menos que estejamos dispostos a cometer um idiotismo (no sentido
>>> linguístico do termo) insustentável.  O que apresentamos para
>>> _justificar_ os nossos teoremas / conjecturas ou inferências em
>>> matemática ou lógica (com alguma sorte e competência) são
>>> **demonstrações** (e até o babel "portuges" do LaTeX sabe disso ---
>>> experimente compilar um \begin{proof}).
>>> 
>>> Nas línguas latinas "demonstratio" se traduz como "démonstration"
>>> (fr), "demostración" (es), "dimostrazione" (it), "demonstraţie" (ro),
>>> "demostració" (ca), et coetera.  Da mesma forma, em português a _boa_
>>> tradução para este termo é o vocábulo "demonstração".
>>> 
>>> É natural, assim, que "Proof Theory" se traduza de maneira castiça
>>> como "Théorie de la Démonstration", "Teoría de la Demostración",
>>> "Teoria della Dimostrazione", e assim por diante (com o "theoria"
>>> herdado do grego).  De maneira semelhante, imbuídos por uma
>>> preocupação mínima em não cometer graves atentados contra a nossa
>>> língua, deveríamos traduzir "Proof Theory" como "Teoria da
>>> Demonstração" ou, melhor ainda, como "Teoria das Demonstrações" (em
>>> analogia a "Set Theory" = "Teoria dos Conjuntos", "Model Theory" =
>>> "Teoria dos Modelos").
>>> 
>>> Cometem um desserviço ao português e de certa forma até mesmo uma
>>> leviandade no que diz respeito ao estabelecimento de uma terminologia
>>> científica coerente no campo da lusofonia, sob o ponto de vista aqui
>>> ilustrado, os "proof-theorists" que falam em "provas" e "Teoria da
>>> Prova" --- teoria esta cujo objeto principal de estudo é a noção
>>> formal de "derivação". :-)
>>> 
>>> A coisa fica ainda mais esquisita, vale insistir, quando a turma das
>>> "provas" se empenha a tratar e estudar a própria noção / predicado de
>>> "provabilidade" --- neologismo que representaria, é de se supor, uma
>>> propriedade de proposições "prováveis" (?).  É de desorientar qualquer
>>> um...  Tudo ficaria mais simples e reto, claro, se a terminologia
>>> adequada envolvendo a "demonstrabilidade" de proposições
>>> "demonstráveis" fosse uniformemente empregada!
>>> 
>>> Ou pelos menos é essa a minha opinião --- que me parece apropriada até
>>> prova em contrário. :-D
>>> Joao Marcos
>>> 
>>> 
>>> PS: A propósito, o emprego do peculiar termo "teorético" parece
>>> completamente _desnecessário_, em português, quando temos disponível o
>>> termo "teórico" para o mesmo fim.
>>> 
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