Se me perguntarem da imprensa, digo que sou pessoalmente contra - porque
sou contra a exigência do diploma em qquer atividade.

Há momentos em que se toma uma atitude firme: tem o exemplo, grande e
trágico, de São Tomás More. Mas esse projeto é traíra; vai morrer numa
comissão, ou vai ser vetado pela Dilma (mas duvido que sequer passe ao
senado). Vou contar algo que aconteceu comigo há quarenta anos. 1971, vocês
(quase) todos nem eram nascidos, ou estavam nos cueiros, quando um grande
amigo meu ligado à POLOP foi preso pelo Cenimar (secretas da marinha) e
entregue ao DOPS. Ficou três semanas na cadeia; a família o abandonou -
``era um comunista subversivo,'' diziam - e eu, com mais dois ou três,
procurei ajudá-lo. Fiz ponto com contato do Partidão (os grupos de esquerda
se ajudavam nesses casos), falei com agentes `bonzinhos' do DOPS, enfim,
arrisquei minha pele. Meu amigo foi libertado; me convidou pra almoçar, e
no meio do almoço me disse: Chicão (meu apelido), o que vale é a amizade.
F... a ideologia.

Ajudei sem compromissos ideológicos; tinha, como tenho sempre, o coração à
esquerda, mas nunca me prendi em grupos (frequentei duas semanas um grupo
do PCBR em 68 porque estava paquerando uma menina do grupo, mas não
aguentei a imbecilidade dos textos de Mao dzedong que nos faziam ler -
Sobre a Contradição e Sobre a Prática. Na época assinava uma coluna no
Correio da Manhã; escrevi um artigo desancando as coisas do Mao, ``Sobre os
maus textos sagrados,'' trocadilho infame, decerto, e fui expulso por
desvio anárquico à esquerda...).

-- 
fad

ahhata alati, awienta Wilushati
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