Olá. oração = clause: subordinate clause, relative clause = oração subordinada, oração relativa. Uma sentence=frase contém uma ou mais orações de forma estruturada. Traduzir sentence como oração provoca uma confusão absolutamente desnecessária [na minha opinião].
Abraço, Prolo On Sun, Aug 30, 2020 at 9:34 PM Joao Marcos <botoc...@gmail.com> wrote: > >> Outra duplinha divertida em que o inglês inverteu os significados das > >> coisas é "explanation" vs "explication". :-D > > > > Há várias coisas assim, e também entre o português brasileiro e o > europeu. > > Não sei se cheguei a compartilhar contigo este dicionário, feito às > horas do almoço? > > https://docs.google.com/spreadsheets/d/e/2PACX-1vQ4LWSPsHZLxJlU2Hb3tGGJto3BPQ5-9JGsvFuQIPTlJ6hLuJT3OurZzuRK6SvebI9qyX6g62p08mX5/pubhtml > > >> Quanto a > >> soundness (of a formal system) = adequação (de um sistema formal) > >> isto me parece simplesmente equivocado. "Soundness theorem" > >> corresponde ao resultado que chamamos "teorema da correção"; na > >> literatura, "adequação" frequentemente se refere à combinação de > >> correção com completude. > > > > Isto deu a maior confusão na altura, e ainda hoje, mesmo em inglês, há > variantes entre os autores. “Completude” era usada na Universidade de > Lisboa para a equivalência entre semântica e sintaxe, e não apenas para uma > das direções. Não me parece que isto seja hoje comum, em inglês, mas há > escritos assim. A “soundness”, neste contexto, é atualmente denominada, > pelo menos no Brasil, “correção”, mas eu preferiria “solidez”, porque já > usamos isso para “sound argument”. > > Sim, _muitos_ textos usam "completude" para as duas direções... > Outros tantos, talvez menos, usam "adequate" para "sound and > complete". Vale notar, não obstante, que o "soundness theorem" pouco > tem a ver com "sound argument". Este último é aquele que além de > correto (sound, logo "válido") _também_ tem as premissas verdadeiras, > certo? "Sólido" sounds good, para designar este tipo particular de > argumento! > > > Não sei hoje como são as coisas em Portugal, mas na altura em Lisboa, > pelo menos entre o pessoal da filosofia, nunca se usava “sentença” para > traduzir “sentence”. Talvez os matemáticos o fizessem, não sei. Só tenho > uma objeção pedagógica ao uso de “sentenças” em filosofia e lógica, que é o > aluno (pelo menos no ensino de há uns anos, não sei como é hoje) perder a > conexão com o conceito simples que tem da gramática; subitamente, parece > que estamos a falar de uma coisa exótica, quando afinal é aquele velho > conceito que ele aprendeu no ensino primário (= ensino elementar). > > A gramática lusitana me surpreendeu (surpreendeu-me?) um dia pela sua > distância da brasileira --- e não é só por desconhecer os termos > "oxítona", "paroxítona" e "proparoxítona", ou por conter sugestões > muito exóticas sobre usos de próclise, ênclise e mesóclise... :-D > Penso, de todo modo, que no Brasil não se obsta ao uso da palavra > "sentença" no estudo gramatical. > > Em Portugal também não se usa "oração", oh pá? > https://pt.wikipedia.org/wiki/Ora%C3%A7%C3%A3o_(gram%C3%A1tica) > Bem, talvez seja melhor assim. Já há demasiadas conexões entre > Filosofia e Religião. ;-) > > >> Compreendo ainda que a palavra "evidência" não se encontre (ainda) > >> dicionarizada na nossa língua, e que se traduza > >> evidence = indícios > >> A origem latina de "evidência" e seu uso cotidiano entre nós > >> exatamente com o mesmo significado de "evidence", sem risco de > >> confusão nos contextos certos, talvez bastem para que ela seja > >> incorporada sem vergonha à nossa língua... Ou talvez isto seja de > >> fato desnecessário, da mesma forma em que foi desnecessário > >> incorporarmos o termo "deletar"? > > > > Tenho uma vaga memória de já ter visto num dicionário o termo “evidence” > como tradução do inglês “evidence” -- e isto é cada vez mais comum, em > jornais, publicações e na academia. Se não entrou já nos dicionários com > esse significado anglófono, acabará por entrar. Pessoalmente, não uso tal > coisa, até porque é em muitos contextos demasiado restrito. Os ingleses > carecem de um termo suficientemente amplo para falar de qualquer género de > justificação a favor de uma ideia, e usam “evidence” em contextos em que > não querem dizer apenas o que a palavra em inglês quer dizer, que é “provas > ou justificações empíricas”. Este é um caso danado porque nós temos um > termo bom, com essa amplitude: “prova”. Mas claro que no Brasil, em que se > usa isto muito como sinónimo de “proof”, no sentido matemático, isto > provoca grandes perplexidades. > > Sim, no Brasil persiste este mau hábito... Há que combatê-lo, como > combatemos o tabagismo! > > >> Tanto "many-valued logic" quanto "multi-valued logic" são traduzidas > >> na lista como "lógica polivalente", numa mistura comum de grego com > >> latim. Eu ainda prefiro falar em "lógica multivalorada", e na > >> prática, na minha área de investigação, preciso distinguir entre > >> "n-valent" e "n-valued", e para tal uso "multivalente" e > >> "multivalorada". > > > > Nunca usas "multivalente"? Parece-me jogar melhor com “lógica bivalente”. > > Aqui a coincidência trabalha a favor, pois a Lógica Clássica é ao > mesmo tempo "bivalente" e "bivalorada"... Mas "bivalente" é > frequentemente usado em Lógica, hoje em dia, também no caso não > verofuncional! Acho assim avisado ---e não faço disto segredo de > polichinelo--- reservar "multivalorado" para o caso verofuncional, e > usar "multivalente" no caso mais geral. > > Abração, Joao Marcos > > -- > http://sequiturquodlibet.googlepages.com/ > > -- > Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" > dos Grupos do Google. > Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie > um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br. > Para ver esta discussão na web, acesse > https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CAO6j_Ljnz6gDu69UkSm5YjPF-Ydi9bmZ9RMwnb%2BzWdsO_dukFg%40mail.gmail.com > . > -- Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" dos Grupos do Google. Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br. 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