Quinta-feira, 18
de outubro de 2001 Ofício
Festivo de São Lucas, Evangelista, cor litúrgica vermelha "Cristo está perto de todos os que o
invocam." |
Leitura: 2Tm 4,
10-17b |
Salmo: 145/144,
10-11.12-13ab.17-18 |
Evangelho: Lc
10, 1-9 |
Hoje: Dia
do Médico |
Santos do dia: Lucas
Evangelista (Séc. I, grego originário de Antioquia, autor do terceiro
Evangelho), Renato, Cirila, Justo de Beauvais (mártir),
Atenodoro (séc III, bispo), Pedro de Alcântara (franciscano espanhol,
1562), Julião Sabas (anacoreta,
380). |
Leitura 2Tm 4,
10-17b O SENHOR ESTEVE A MEU LADO E ME DEU
FORÇAS
Caríssimo,
10Demas me abandonou por amor deste mundo, e foi para
Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, Tito para a
Dalmácia.11Só Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o,
porque me é útil para o ministério. 12Mandei Tíquico a Éfeso.
13Quando vieres, traze contigo a capa que deixei em Trôade, em
casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.
14 Alexandre, o terreiro, tem-me causado muito
dano; o Senhor lhe pagará segundo as suas obras! 15Evita-o
também tu, pois ele fez forte oposição às nossas palavras. 16Na
minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá
que não lhes seja levado em conta. 17bMas o Senhor esteve a meu
lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim
integralmente, e ouvida por todas as nações.
Salmo 145/144,
10-11.12-13ab.17-18 Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso
reino glorioso!
Que vossas obras, ó
Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam!
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso
poder!
Para espalhar vossos
prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso
reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em
geração.
É justo o Senhor em seus
caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o
invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.
Evangelho Lc
10, 1-9 O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO DE
VÓS
Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros
setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda
cidade e lugar aonde ele próprio devia vir. 2E dizia-lhes: "A
messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da
messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos
envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa,
nem sacola, nem sandálias e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!
5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz
esteja nesta casa!' 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz
repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei
naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador
merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando
entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem,
9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: 'O reino de
Deus está próxima de vós"'. |
Comentando o
Evangelho(1) INSTRUÇÕES PARA A MISSÃO
Como fizera com os Doze,
Jesus instruiu os setenta e dois discípulos enviados, dois a dois, a
preparar sua passagem a caminho de Jerusalém. Servidores do Reino,
competia-lhes dispor as pessoas para acolher o Mestre e sua mensagem,
deixando-se converter para Deus. Tarefa difícil, se considerarmos que os
discípulos se encontravam em território samaritano, cuja hostilidade
contra os judeus era assaz conhecida.
Por isso, as instruções
de Jesus insistem em apresentar as dificuldades que deverão enfrentar.
Eles serão "como cordeiros entre lobos". Estarão em condições de
desigualdade, podendo ser vítimas fatais da agressão dos habitantes das
cidades que iriam visitar. Portanto, a missão exige apóstolos
destemidos.
Deveriam contar com a
possibilidade de verem sua saudação de paz ser recusada. O augúrio de paz,
na mentalidade bíblica, era uma expressão eficaz, suficiente para fazer a
salvação acontecer na vida de seu destinatário. Mas, caso a paz fosse
desejada a alguém indigno dela, seria como se o augúrio não tivesse sido
pronunciado.
Os apóstolos deveriam
também saber superar a experiência da rejeição. Nada de perder tempo com
estéreis tentativas de conversão. Com um gesto simbólico - sacudir a
poeira das sandálias - deixariam claro que a cidade seria entregue à
condenação divina. Por ter sido incapaz de acolher o anúncio do Reino, a
sorte desta cidade fechada à hospitalidade ao Messias seria pior que a de
Sodoma.
Santo
do Dia Dom
Servilio Conti, I.M.C.(2) SÃO LUCAS EVANGELISTA
São Lucas foi um
dos primeiros missionários do mundo greco-romano. Seu nome apareceu nas
cartas do apóstolo São Paulo, apresentado como seu companheiro nas lutas
pela evangelização; mas, sobretudo, o nome de Lucas está indissoluvelmente
ligado ao Evangelho do qual foi autor e da primeira história da Igreja,
chamada Atos dos Apóstolos.
Segundo a tradição, ele
era natural de Antioquia da Síria, médico de profissão e foi convertido
pelo apóstolo São Paulo, do qual ficou inseparável e fiel companheiro,
colaborador no apostolado. De fato, o apóstolo dos gentios em diversos
lugares externa a alta consideração em que o tinha, elogiando-lhe o zelo e
a fidelidade. Participou de muitas viagens apostólicas de São Paulo e,
provavelmente, o assistiu nos últimos momentos.
Depois da perseguição e
morte do apóstolo Paulo, nada sabemos com certeza da vida de São Lucas. O
historiador São Jerônimo diz que Lucas se dedicou à vida apostólica até a
idade de 84 anos, terminando sua vida com o martírio.
Seja como for, o certo é
que sua vida de apóstolo, com as privações, os sacrifícios, as penitências
e perseguições, foi um martírio ininterrupto. E isso o que a Igreja quer
expressar na oração da festa deste santo: "Interceda por nós o vosso santo
evangelista Lucas que, para honra do vosso nome, levou continuamente em
seu corpo a mortificação da cruz".
A importância, realmente
excepcional, da ação de Lucas na vida da Igreja, reside não em sua
pregação itinerante, mas em sua obra como escritor sagrado. No Evangelho
de sua autoria, Lucas apresenta uma narração da vida de Cristo que, embora
seguindo o esquema comum aos sinópticos, destaca alguns traços
característicos só por ele recolhidos, como a infância de Jesus, a
apresentação ao Templo e as cenas encantadoras da anunciação do anjo a
Nossa Senhora e a visitação de Maria a Isabel.
A sua origem pagã e,
talvez, a intimidade com São Paulo fizeram dele um escritor ideal do
Evangelho, no qual destaca em Jesus Cristo o amor imenso e universal que a
todos buscava sem distinção, contra os preconceitos religiosos do seu
tempo.
Devemos à sua pena os
episódios tocantes da conversão do publicano Zaqueu, da pecadora pública
Maria Madalena, do bom ladrão ao lado de Cristo no Calvário, as parábolas
do filho pródigo, do bom samaritano, em que o amor misericordioso de Deus
comove profundamente e abre o coração a uma esperança
ilimitada.
Em muitos trechos do
Evangelho, São Lucas mostra como privilegiados do reino dos céus os
pobres, os pequenos e os marginalizados.
Nos Atos dos Apóstolos,
São Lucas relata a história das primeiras comunidades cristãs, começando
da Ascensão do nosso Divino Mestre, da vinda do Espírito Santo no dia de
Pentecostes, continuando com a pregação dos apóstolos na Palestina, até à
dispersão dos mesmos depois da perseguição de Herodes. Desde então, Lucas
acompanha as peregrinações apostólicas do seu grande amigo e mestre, o
apóstolo São Paulo. Os Atos dos Apóstolos são a fonte principal para o
conhecimento da primeira difusão do Cristianismo no mundo
helênico.
A crítica histórica, em
todos os tempos, reconheceu a autenticidade da atribuição a Lucas destas
duas obras fundamentais para o conhecimento de Cristo e da história
primitiva da Igreja. Também nós elevamos nossa sincera gratidão a este
benemérito evangelista e pregador da Boa-Nova, no propósito de acatar seus
ensinamentos e trilhar em suas
pegadas. |
(1) Jaldemir Vitório
é sacerdote jesuíta, professor das Sagrada Escritura no Centro de
Estudos Superiores, em Belo Horizonte, MG. Este comentário foi
extraído do livro O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano
A, ©Paulinas, 1998 (2) Extraído do livro O
SANTO DO DIA, páginas 462/3, © Editora Vozes,
1997 |
O cerne da missão é anunciar o Reino e realizar
atos concretos que comprovem a sua presença. Por isso os discípulos
confiam plenamente na missão a eles confiada pelo mestre.
(LITURGIA DIÁRIA Nº 118,
©PAULUS)
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