07-2001

Série Vida De Jesus, Ditada por Ele Mesmo

(Baseada no Capitulo IV)

Jesus Dirige-se à Jerusalém

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Deixei João recebendo sua promessa de purificar seus pensamentos relativos à fraternidade dos homens; prometi que voltaria a vê-lo e me dirigi para Jerusalém.

Eu contava já em Jerusalém com um partido poderoso e devotado, relativos mais aos trabalhos de José de Arimateia do que aos meus méritos pessoais. Minha personalidade ficava resguardada com a desse homem influente, colocado aí, pode dizer-me, para fazer a metade do caminho que me haviam traçado. José, que via em mim um simples reformador da moral, muito se assustou quando lhe expus meus projetos de reforma religiosa.

Algo pessimista e clarividente, ele empregou todos os meios possíveis para que eu renunciasse à mesquinha luta, como dizia, da argila contra o cobre, de uma criança contra uma legião de gigantes. José teve nesses momentos de apreensão a visão de minha paixão e de minha morte e do procedimento desse povo que naqueles momentos era favorável às minhas idéias de melhoramento, porém, cuja estúpida ignorância me definiu assim como sua volubilidade, fundamentada em suas inconstantes impressões e na rusticidade de seus instintos. Pintou-me com caracteres de fogo o ódio dos sacerdotes, a defecção das pessoas em quem eu confiava e a ira dos hipócritas desmascarados. Colocou-me na balança, com elevado critério, a vergonha de uma derrota e a tranqüila esperança no porvir. Definiu, em meio do transporte de seu coração, tanto os tormentos que me esperavam e os ciúmes ferozes de meus adversários, quanto à paz de uma existência, decorrida entre a amizade e a virtude. Fez brilhar diante de meus olhos a terna e deliciosa harmonia dos gozos de alma e colocou-os em frente à fadiga e ao desengano de uma tentativa humanamente privada de toda probabilidade de êxito e cheia de perigos, sem utilidade e sem gloria.

As abundantes razões e a lógica decidida de meu amigo caíram por terra diante de minha resolução inabalável.

Aí de mim! – Eu começava a afastar-me da brandura, e a aspereza de meu desígnio dava às minhas palavras a dura expressão da impaciência e da altivez.

José juntou a piedade à aflição e o modo com que suportou meu mau humor deixou-me livre de todo reparo.

Comuniquei-lhe minhas aspirações, meus propósitos, os presságios de minha missão, os imensos desejos de meu espírito, e as tolas fantasias da morte, que perturbavam meu sono, e lhe descrevi minhas expectativas com relação à posteridade à qual fazia um iniciador que a deslumbrasse. Eu encontrava a defesa da humanidade na abjeção em que a tinham submergido os orgulhos fanáticos. Levantei-me para condenar a lei que me condenava a mim mesmo; mas esta lei pereceria para sempre, ao passo que eu percorreria mundos, daria facilidades ao progresso, descobriria amplos horizontes e voltaria a viver no curso dos séculos. Queria a liberdade do espírito; entregava meu corpo no meio das maléficas estreitezas da atmosfera terrestre, cingindo a fronte com a coroa do martírio, porém teria antes conquistado a dupla gloria de legislador e de apóstolo.

A lei de Moisés dizia: Que os reis são designados por Deus para governar os homens.

Eu sustentei que a igualdade dos homens foi ordenada por Deus e que o mando supremo pertence somente à virtude.

A lei de Moisés dizia: Que os filhos pertencem aos pais, e que a esposa é a escrava do esposo.

Eu direi: Que o espírito pertence a Deus, e que o filho deve abandonar o pai e a mãe antes que infringir a os mandamentos de Deus.

Eu direi que a esposa é igual ao esposo e que não existem escravos na família de Deus.

A lei de Moisés dizia: Que os sacrifícios de sangue são agradáveis a Deus.

Eu direi: Expulsai do templo o que mancha e oferecei a Deus o coração de seus filhos. Caminhai pelo meio das flores do prado, jamais entre o massacre e as chamas. Oferecei a Deus a homenagem de vossas penas, de vossas dores, para ser-lhe agradável; mas não mateis o que foi por ele criado e não profaneis com sacrifícios horríveis o altar do Deus de paz e de amor.

A lei de Moisés dizia: Não tomes a teu irmão nem sua mulher, nem seu boi, nem seu jumento nem coisa alguma do que lhe pertence.

Eu direi: reparti a metade, com vossos irmãos, dos bens do Senhor. Quem não fizer sacrifício de si mesmo a favor de seu irmão não entrará no reino de Deus. O roubo e o adultério são odiosos porque ultrajam a justiça e a caridade. Não manifestais pois vossas inclinações, vossos desejos ilícitos; arrependei-vos antes que o olhar de um homem se tenha apercebido desta humilhação de vosso espírito. Praticai o bem ocultamente, orai com a elevação de vossos corações e reconciliai-vos com vossos inimigos antes de entrar na Sinagoga.

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Não me encontrava já no tempo de meus estudos a respeito das necessidades humanas e a natureza de meu entusiasmo em nada se parecia à temeridade da adolescência. Minha visão do futuro tinha sua origem no ardor de minha vontade. Eu falava com uma emanação divina e gozava de um puro êxtase nas maravilhas da pátria celeste. Depois voltava à realidade, mais empreendedor, mais infatigável, mais heróico que antes, para o cumprimento de minha missão. Minha morte parecia-me útil, fugir-lhe parecia-me vergonhoso e vil.

Poderia acaso esquecer-me a posteridade? – "Não, me respondia uma voz íntima, a posteridade tem necessidade de ti, o porvir tem suas esperanças na nova lei; os vestígios de teu sangue farão brotar virtudes".

Eu devo, irmãos meus, demonstrar-vos os diferentes efeitos de minha pureza que tiveram por móvel, causas diferentes em duas épocas de minha vida.

Coloco a primeira época dentro do período transcorrido até o falecimento de meu pai.

A pureza de minha juventude, era um reflexo da natureza de meu espírito, lançado para o duro cativeiro da matéria.

A pureza de meus anos viris foi o fruto de uma vitória e a luminosa auréola que me acompanha é a recompensa dessa vitória.

Minha morte de homem foi a liberdade de meu espírito, e minha elevação foi conquistada no corpo humano.

A lei divina é absoluta e o caminho da humanidade, da mesma forma que o individual, se cumpre sem desvios, dentro da justiça do Criador.

Cheguemos a esta conclusão, irmãos meus: Permanecei na crença de minha pureza como espírito antes de sal ultima encarnação; mas humilhai-vos quanto à direção de vossa humanidade, que encaminha todos os seus membros dentro das mesmas condições de existência.

Marcha da humanidade terrestre, tu arrastas em teu rápido movimento tanto as mais belas flores como as mais disformes raízes. Mas se neste movimento a flor perde seu perfume, ah! quanto tempo é preciso para recuperá-lo! – Mas se neste movimento a defeituosa raiz se abre em belos brotos, ah! quão suave rocio lhe dará forças e a fará crescer em mais propicia temperatura!

Admirável aliança dos espíritos, demonstração da fraternidade, vós descobris a adorável bondade de Deus e explicais sua justiça!

A humanidade terrestre eu vinha dar-lhe minha vida de homem, meus sofrimentos de homem, meus pensamentos, meus trabalhos, minha piedade, meu amor ... Mas nesta nova peregrinação de meu espírito, minha memória me negaria o apoio do passado e minhas forças fraquejariam a miúdo. Como homem sentiria o aguilhão da carne; como homem sofreria devido à matéria, e as afeições combatidas me pesariam como remorsos; como homem me cansaria dos homens e sofreria não obstante pelo abandono dos homens; como homem me chegariam sinais de compaixão dos espíritos de Deus, para mudar a ordem da natureza; como homem, enfim, estaria submetido à lei humana e a justiça de Deus não alteraria, por mim sal imutabilidade.

Irmãos meus, convém que estejais prevenidos contra a infeliz loucura da superstição. Abandonai as condenáveis ficções das paixões da época, e os tristes ensinamentos do passado e alegrai o vosso espírito com o princípio absoluto da fé. Este princípio descansa na eternidade das leis naturais e na perfeição de seu autor, na luz levada pela graça e na eficácia desta luz para o bem geral.

Fazei-vos dignos da graça e trabalhai na luz. Aqueles que vos são agora superiores tem ainda um dever a preencher, esforços a realizar em comum, forças a alcançar do seio da Divindade e honras que merecer. As idéias de progresso fazem palpitar sempre o coração dos grandes espíritos. A lei geral das humanidades é a de caminhar sempre para diante; a dos espíritos puros, é a de trazer luz à humanidade.

Irmãos meus, a palavra de Jesus esta ai para trazer-vos a luz. A vida carnal de Jesus trouxe luz, e os Messias de todos os mundos e de todos os séculos tem sido enviados para distribuir luz. Mas estes Messias encarnados na matéria, fazem causa comum com a humanidade a que devem ajudar, tem a mesma semelhança humana que os demais e nada há que possa livrá-los das tendências próprias desta natureza. Fazei pois para todos o mesmo fardo de provas e a mesma fraqueza de órgãos, a mesma delicadeza material e o mesmo esquecimento do passado na natureza humana. Honrai a justiça de Deus, majestosa e forte no seu curso. Da pureza de Jesus feito homem, não julgueis pelas suas manifestações contando com a pureza anterior de seu espírito, mas procurai compreender a luta do espírito, mas procurai compreender a luta do espírito perdido na matéria e constrangido a submeter-se às leis de dita matéria.

 

 

(Extraído do livro Vida de Jesus Ditada por Ele Mesmo; 3ª Ed.; São Raphael Ltda. RJ.)

 

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