Sexta-feira, 3
de maio de 2002 Ofício de Festa de São
Filipe e São Tiago, cor
litúrgica vermelha Dia do Sertanejo e dia do
Sol |
Leitura: 1Cor 15, 1-8 |
Salmo: 19/18, 2-3. 4-5 |
Evangelho: Jo 14, 6-14 |
Santos do
dia: São Tiago Menor e Felipe (Apóstolos),
Maura, Alexandre I (papa, e seus companheiros, mártires), Timóteo, Maura,
Alexandre (soldado mártir), Antonina, Evêncio, Teodulo, Juvenal (Bispo de
Nárni), Felipe de Zell. |
Leitura 1Cor 15,
1-8 O SENHOR APARECEU A TIAGO
1lrmãos, quero
lembrar o evangelho que vos preguei e que recebestes, e no qual estais
firmes. 2Por ele sois salvos, se o estais guardando tal qual
ele vos foi pregado por mim. De outro modo, teríeis abraçado a fé em vão.
3Com efeito, transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu
mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as escrituras; 4que foi sepultado; que, ao terceiro
dia, ressuscitou, segundo as escrituras; 5e que apareceu a
Cefas e, depois, aos doze. 6Mais tarde, apareceu a mais de
quinhentos irmãos, de uma vez. Destes, a maioria ainda vive e alguns já
morreram. 7Depois, apareceu a Tiago e, depois, apareceu aos
apóstolos todos juntos. 8Por último, apareceu também a mim,
como a um abortivo.
Salmo 19/18, 2-3.
4-5 (R/. 5a) SEU SOM RESSOA
E SE ESPALHA EM TODA A TERRA
Os céus proclamam a glória do Senhor, e o firmamento, a obra de
suas mãos; o dia ao dia transmite esta mensagem, a noite à noite pública
esta noticia.
Não
são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser
ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do
universo sua voz.
Evangelho Jo 14, 6-14 HÁ TANTO TEMPO ESTOU CONVOSCO E NÃO ME CONHECES
Naquele
tempo, Jesus disse a Tomé: 6"Eu sou o caminho, a verdade e a
vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me
conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o
vistes". 8Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos
basta!" 9Jesus respondeu: "Há quanto tempo estou convosco e não
me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes:
'Mostra-nos o Pai?' 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai
está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é
o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras.
11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai,
ao menos, por causa destas mesmas obras.12Em verdade, em
verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará
ainda maiores que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que
pedirdes em meu nome, eu realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado
no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o
realizarei".
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Comentando o
Evangelho(1) MOSTRA-NOS O
PAI!
O diálogo com os discípulos torna-se mormente delicado
quando Filipe, falando em nome dos demais, pede a Jesus: "Senhor,
mostra-nos o Pai, e isto nos basta!" Pedido ousado, se considerarmos que a
piedade bíblica excluía qualquer possibilidade de alguém ver Deus e
permanecer vivo. Por isso, todos os relatos de manifestação de Deus -
teofania - revelam que a pessoa que contempla a glória divina fica tomado
de pavor, diante da possibilidade de morrer. Como, então, os discípulos de
Jesus ousavam querer ver o Pai?
O Mestre procura levá-los a pensar a questão de
maneira correta, numa perspectiva nova. Os discípulos esperavam uma
teofania, no melhor estilo das teofanias do Antigo Testamento. Jesus,
porém, intervém com algo muito mais simples. Coloca-se a si próprio como
mediação da visão do Pai: "Quem me viu, viu o Pai! Você não acredita que
estou no Pai e que o Pai está em mim?"
A visão do Pai era a coisa mais desejada pelos
discípulos. Bastaria dar um salto de qualidade para descobrir, na pessoa
de Jesus, o rosto do Pai. E, para isso, era mister nutrir por Jesus fé
idêntica à dedicada ao Pai. Sem uma fé verdadeira eles estariam privados
da visão do Pai, ou continuariam a querer vê-lo, mas de maneira totalmente
incorreta. A única forma de ver Deus Pai consiste em contemplá-lo na
pessoa de Jesus.
FILIPE E TIAGO(2)
Filipe de Betsaida, na Galiléia, foi um dos
primeiros discípulos chamados por Cristo (Jo 1,43). Seu nome ocupa sempre
o quinto lugar nas listas dos apóstolos e é mencionado mais de uma vez no
Evangelho de São João.
Filipe era da mesma cidade de Pedro e André, e talvez fosse também
pescador. Bem no início de sua vida pública, Jesus, ao se encontrar na
Galiléia com Filipe, dirige-lhe imediatamente o chamado:
"Segue-me!" (Jo 1,43). Este encontro cativou-o de tal forma que ao
encontrar-se com o amigo Natanael (chamado depois Bartolomeu) com certa euforia lhe comunica a notícia:
"Achamos aquele a quem Moisés escreveu na lei e que os profetas
anunciaram: é Jesus de Nazaré". E o convida: "Vem e vê" (Jo 1,45-46).
A segunda referência a Filipe deu-se por ocasião da multiplicação
dos pães e peixes. Jesus, ao constatar a situação de fome do povo que o
seguia, dirigiu-se diretamente a Filipe: "Onde compraremos pão para que
todos estes tenham o que comer?" Filipe respondeu: "Duzentos denários de
pão não lhes bastam para que cada um receba um pedaço" (Jo 6,5-7).
Noutra ocasião se aproximaram dos apóstolos alguns gregos desejosos
de ver mais de perto Jesus e recorreram diretamente a Filipe, dizendo:
"Nós queremos ver Jesus". Filipe então junto com André referiram o pedido
a Cristo que atendeu benevolamente (Jo 12,21-23).
A última intervenção de Filipe registrada pelos Evangelhos deu-se
durante a última Ceia: quando os apóstolos escutavam em silêncio as
palavras de despedida do Mestre, Filipe atreveu-se a pedir um
esclarecimento: "Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta". Jesus
respondeu: "Filipe, há tanto tempo que convivo convosco e ainda não me
conheceis? Quem me viu, viu o Pai. Não crês que eu estou no Pai e o Pai
está em mim?" (Jo 14,8).
Estes poucos elementos fornecidos pelo Evangelho nos permitem
esboçar o perfil espiritual do apóstolo Filipe, homem simples e aberto,
primário e sincero, que gozou da intimidade espontânea com Jesus.
Nada sabemos dele depois da Ressurreição; a tradição acha que ele
tenha pregado o Evangelho na Ásia Menor, onde teria morrido
mártir.
São Tiago Menor, filho de Alfeu, é comumente
identificado como primo-irmão de Jesus (Mc 6,3). Os Evangelhos só falam
dele nas listas dos apóstolos. Esta carência de informações está, porém,
amplamente compensada pelas valiosas referências à figura e à ação de
Tiago contida nos Atos dos Apóstolos e na Carta de São Paulo aos Gálatas.
Por elas sabemos que Tiago era com São Pedro a principal figura da Igreja
de Jerusalém. São Paulo chega a citar seu nome em primeiro lugar, dizendo:
"Tiago, Pedro e João, considerados colunas da Igreja" (Gl 2,9).
No Concílio de Jerusalém, onde se discutiu o problema da
circuncisão e da lei mosaica a serem impostas ou não aos convertidos do
paganismo, Tiago deu sua opinião, aceita por todos (At 15). Ele era
oficialmente considerado bispo de Jerusalém onde foi apedrejado por volta
do ano 62.
A São Tiago somos devedores de suaves, práticos e convincentes
ensinamentos. Eis uma advertência sempre atual: "Se alguém pensa ser
religioso, mas não refreia sua língua e engana seu coração, então é vã sua
religião. A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é
esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições e conservar-se puro
da corrupção deste mundo” (Tg 1, 26-27)
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(1)
Jaldemir Vitório é sacerdote jesuíta, professor das Sagrada
Escritura no Centro de Estudos Superiores, em Belo Horizonte, MG.
Este comentário foi extraído do livro O EVANGELHO NOSSO DE
CADA DIA, Ano A, ©Paulinas, 1998 (2)
Extraído do
livros O SANTO DO DIA, de Dom Servilio Conti, IMC,
páginas 192 a 194, © Editora Vozes, 1997.
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