Domingo, 14 de
julho de 2002 15ª Semana
do Tempo Comum, Ano "A, Cor Verde Dia Mundial do Hospital e dia
Internacional da Liberdade |
1ª Leitura: Is 55, 10-11 |
Salmo: 64(65),
10abcd.10e-11.12-13.14 |
2ª Leitura: Rm 8,18-23 |
Evangelho: Mt 13, 1-23 |
Santos do
dia: Francisco Solano (presbítero e
franciscano espanhol da primeira ordem), Camilo de Lellis (fundador da
Companhia dos Servidores dos Enfermos, os camilianos), Gaspar de Bene,
Héraclas (bispo), Félix (primeiro bispo de Como), Optaciano (bispo de
Bréscia) Marquelmo (sacerdote, Paises Baixos), Ricardo Langhorne
|
Oração do dia: O
Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram, para retomarem o bom
caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao
cristão, e abraçar tudo o que é digno desse
nome. |
1ª
Leitura Is 55,
10-11 A PALAVRA QUE SAI DA BOCA DE
DEUS NÃO SAI VAZIA
Isto diz o Senhor: 10"Assim como a chuva e a
neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a
terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a
alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não
voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e
produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la".
Salmo 64(65),
10abcd.10e-11.12-13.14 (R/.Lc 8,8) A SEMENTE CAIU EM TERRA BOA E DEU FRUTO
Visitais a nossa terra com as chuvas, e transborda
de fartura. Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, e preparais o
nosso, trigo.
E assim que preparais a nossa terra: vós a regais
e aplainais, os seus sulcos com a chuva amoleceis e abençoais as
sementeiras.
O ano todo coroais com vossos dons, os vossos passos são
fecundos; transborda a. fartura onde passais, brotam pastos no
deserto.
As colinas se enfeitam de alegria, e os campos, de
rebanhos; nossos vales se revestem de trigais: tudo canta de
alegria!
2ª Leitura Rm 8, 18-23 TODA A CRIAÇÃO ESTÁ ESPERANDO O MOMENTO DE SE
REVELAREM OS FILHOS DE DEUS
Irmãos: 18Eu entendo que os sofrimentos do
tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser
revelada em nós.
19 De fato, toda a criação está esperando
ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus.
20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre
vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou;
21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e,
assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus.
22 Com efeito, sabemos que toda a criação, até o
tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E
não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do
Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a
libertação para o nosso corpo
Evangelho Mt 13, 1-23 OLHANDO NÃO VÊEM E OUVINDO, ELES NÃO
ESCUTAM
1 Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às
margens do mar da Galiléia. 2Uma grande multidão reuniu-se em
volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se,' enquanto a
multidão ficava de pé, na praia.
3 E disse-lhes muitas coisas em parábolas: "O
semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes
caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram.
5 Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde
não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era
profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram
queimadas e secaram, porque não tinham raiz.
7 Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os
espinhos cresceram e sufocaram as plantas.
8 Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e
produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente.
9Quem tem ouvidos, ouça!"
10 Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus:
"Por que falas ao povo em parábolas?" 11Jesus respondeu:
"Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas
a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem será dado ainda
mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o
pouco que tem.
13 E por isso que eu lhes falo em parábolas: porque
olhando, eles não vêem, e ouvindo, eles não escutam nem compreendem.
14Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaias: 'Havereis de
ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver.
15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles
ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos,
nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se
convertam e eu os cure'.
16 Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e
vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e
justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que
ouvis, e não ouviram.
18 Ouvi, portanto, a parábola do semeador:
19Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende,
vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi
semeado à beira do caminho.
20 A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele
que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não
tem raiz em si mesmo, é de momento; quando chega o sofrimento ou a
perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo.
22 A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele
que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza
sufocam a palavra, e ele não dá fruto.
23 A semente que caiu em terra boa é aquele que ouve
a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e
outro trinta".
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Comentando o
Evangelho(1) SUCESSO E
FRACASSO
A tarefa do semeador é feita de sucesso e fracasso. Seria
ingênuo imaginar a semeadura produzindo cem por cento de frutos. Por outro
lado, também seria o cúmulo do pessimismo se, ao semear, contasse, de
antemão, com o fracasso. A alegria do semeador é ver a semente frutificar.
Se, porém, ela se perder, nem por isso renunciará ã sua vocação de
semeador.
A parábola evangélica está mais calcada no fracasso do
que no sucesso. As sementes caídas ã beira do caminho perderam-se todas,
devoradas pelas aves do céu. As semeadas em terreno pedregoso foram
queimadas pelo sol, assim que brotaram. As que foram parar entre os
espinhos não puderam crescer, por terem sido sufocadas. Até mesmo a
semente que caiu em terreno bom foi vítima do fracasso. Só uma terça parte
foi cem por cento frutuosa. As outras duas chegaram apenas a ser sessenta
e trinta por cento produtivas. Podemos tachar de frustrado o semeador do
Evangelho? De forma alguma!
O semeador a quem Jesus se refere é, em última análise, o
próprio Deus. O ato de semear é expressão de sua confiança no ser humano.
Esta confiança é tamanha, a ponto dele dar-se por satisfeito se sua
Palavra chega a ser minimamente frutuosa. Basta que um só ser humano se
deixe tocar por ela, e se converta, para que Deus veja recompensado seu
esforço de salvar a humanidade. Não nos esqueçamos que, sob certo aspecto,
a semeadura de Deus depende também de nós!
Primeira
Leitura(2) A CHUVA FAZ A TERRA GERMINAR
Atribui-se aqui à palavra de Deus uma realidade objetiva.
Tem ela uma força excepcional, é capaz de superar qualquer obstáculo e
executar a vontade de Deus e não volta a Deus sem Ter cumprido sua missão.
A delicada comparação da palavra com a chuva restauradora é substituída em
Jr 23, 29 pela do fogo e o martelo, enquanto em Hb 4, 12 tem-se a metáfora
ainda mais ousada da espada de dois gumes.
Salmo(3) HINO DE AÇÃO DE
GRAÇAS
Há elementos hínicos nesta oração de graças coletiva,
recitada, com toda a probabilidade, na festa em que Israel celebrava os
frutos da terra. A festa pode ter sido Pentecostes, quando era colhido o
trigo, ou a da Colheita de frutos, uvas e azeitonas, no início do outono,
quando as chuvas voltavam, depois do período de seca do verão (versículos
de 10 a 14).
2ª Leitura(2) A CRIAÇÃO ESTÁ
ESPERANDO ANSIOSAMENTE O MOMENTO DE SE REVELAREM OS FILHOS DE
DEUS
O objetivo do capítulo 8 é levar os cristãos à absoluta
certeza da salvação, diante da qual os sofrimentos presentes são quase
nada. Ora, as testemunhas desta nossa segurança são o gemido da criação e
o nosso próprio gemido. Até as criaturas se sentem envolvidas na situação
do homem e vivem na certeza de que, quando o homem, na ressurreição, tiver
sido revelado em plenitude filho de Deus, elas também não estarão mais
sujeitas à vaidade (pecado). Os novos céus e a nova terra não implicam
necessariamente uma transformação física da criatura, mas só o término do
mau uso que dela tiver feito o homem, opondo-se à vontade do
Criador.
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(1)
Jaldemir Vitório é sacerdote jesuíta, professor das Sagrada
Escritura no Centro de Estudos Superiores, em Belo Horizonte,
MG. Este comentário foi extraído do livro O EVANGELHO NOSSO DE
CADA DIA, Ano A, ©Paulinas, 1998; (2)
MISSAL DOMINICAL, pág. 744/5, ©Paulus, 1995; (3) Trechos do COMENTÁRIO
BÍBLICO, pág. 210, ©Edições Loyola, 1999 e BÍBLIA DE
JERUSALÉM, ©Paulinas,
1991. | |
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