ASCENSÃO
Trago ao peito
uma flor de fogo estilhaçada.
Cerro os olhos
num leito e abro os olhos num
horto ...
Em pânico
atirara a suprema cartada
E entre os
mortos sou vivo e entre os vivos
sou
morto...
Réu, vítima e
juiz na consciência culpada
Ante impasses
fatais, mendigando conforto,
Náufrago
desditoso em pávida jangada,
Ora ali, ora
além, ao léu, sem luz, sem
porto!
Por onde agora
vou, aceito o estudo insano,
No pó da Terra,
o lar de Deus!... Na dor da
espera,
A lei de
Amor!... No umbral do Espaço, o fim do
engano!...
E endereço ao
futuro a esperança perdida,
No azul de novo
céu, no albor de nova era,
De cruz em
cruz, de sol em sol, de vida em
vida!...
Teófilo
Dias
(De “Sonetos de
Vida e Luz”, de Waldo Vieira – Espíritos
Diversos)