Ternura
Vinicius de
Moraes
Eu te peço perdão por te amar de repente Embora o meu amor seja uma
velha canção nos teus ouvidos Das horas que passei à sombra dos teus
gestos Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos Das noites que vivi
acalentado Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo Trago
a doçura dos que aceitam melancolicamente. E posso te dizer que o grande
afeto que te deixo Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das
promessas Nem as misteriosas palavras dos véus da alma... É um sossego,
uma unção, um transbordamento de carícias E só te pede que te repouses
quieta, muito quieta E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem
fatalidade o olhar
[ extático da aurora.
Texto extraído da
antologia "Vinicius de Moraes - Poesia completa e prosa", Editora Nova
Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.
Para assinar a lista:............. [EMAIL PROTECTED]
Para enviar:.............................. mensageiros@grupos.com.br
Para sair da lista:.............. [EMAIL PROTECTED]
Nosso site:.............. http://www.geocities.com/listamensageiros/
Sugestões ou dúvidas:..... [EMAIL PROTECTED]
|
No virus found in this outgoing message.
Checked by AVG Anti-Virus.
Version: 7.0.308 / Virus Database: 266.6.3 - Release Date: 7/3/2005