Brasil organiza evento paralelo à Cúpula da Sociedade da Informação na Tunísia
16/11/2005
Num palácio árabe do século 15, brasileiros convidam representantes de toda a região do Mediterrâneo ao século 21. Trata-se da Casa da Sociedade do Conhecimento Livre ( Free Knowledge Society House ), evento paralelo à Cúpula Mundial sobre a sociedade da informação, que ocorre hoje (16) na
Tunísia. "A mentalidade européia está num beco sem saída", diz o organizador do evento e coordenador da área de Cultura Digital do Ministério da Cultura, Cláudio Prado. "O mundo desenvolvido ainda pensa as tecnologias digitais como ferramentas do século 20", afirma. A seqüência de oficinas e debates na Casa Livre acontece até sábado no interior do palácio Bach Hamba, no centro da capital tunisiana. A construção, de mais de 500 anos, foi cedida pela Fundação Orestiadi ao projeto italiano Love Difference (Ame a Diferença), da também italiana Fundação Pistoletto, parceira dos brasileiros na organização do evento. Em meio ao mármore, aos azulejos, arcos e colunas da arquitetura árabe, esta semana estão equipamentos digitais para gravação e edição de áudio, vídeo e "metarreciclagem" (reciclagem de computadores usados). As técnicas são as mesmas repassadas pela equipe da Cultura Digital no projeto brasileiro Pontos de Cultura. Todas as oficinas trabalham apenas com programas livres, de código aberto. Além disso, a idéia é que os vídeos e músicas produzidos sejam autorizados a circular livremente na rede, por meio de novos regimes de direitos autorais, como o Creative Commons . É a essa
mudança na relação com a propriedade do trabalho artístico e intelectual que Cláudio Prado se refere. "Veja as grandes gravadoras multinacionais pondo tranca em tudo. É uma incapacidade de compreender como as novas tecnologias estão reorganizando a sociedade", diz ele. A Fundação Pistoletto
quer articular uma parceria com o projeto dos Pontos de Cultura para realizar projetos semelhantes na região do Mediterrâneo. Representantes de países da região estão presentes em Túnis, trocando experiências com os brasileiros. São marroquinos, egípcios, tunisianos, italianos, franceses, além de uma
jordaniana, um canadense e outros profissionais que estão envolvidos no projeto Love Difference. "A maior exclusão digital não está no terceiro mundo, está no primeiro", diz Cláudio Prado. "Como se pode acreditar que copiar seja apropriar-se de alguma coisa. Nós todos somos cópias genéticas. Copiar é
um processo natural na construção do conhecimento. Nós copiamos e transformamos para criar", explica. Segundo ele, "o atual sistema está condenado. Ele quer nos convencer de que é possível ir em frente fazendo com que os intermediários ganhem dinheiro com cópias autorizadas. Mas, o que é uma cópia do ponto de vista do século 21?", pergunta. Ontem à noite, o ministro Gilberto Gil participou do debate que marcou a abertura do evento. Agência Brasil


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