On Tue, 12 Jun 2001, Marcelo Rufino de Oliveira wrote:
> > Confesso que não entendi bem o seu pensamento neste último parágrafo.
> > Você está falando de níveis ou fases?
>
> Acho que não fui claro mesmo. Quando eu comparei as questões de 1a. fase
> com as de 2a. fase eu estava querendo mostrar que a segunda fase está se
> tornando redundante, pois a imensa maioria dos alunos que acertam mais de
> 70% na primeira fase acabam por também acertar a mesma porcentagem na
> segunda fase e passam para a terceira, e os alunos que fazem entre 50% e 70%
> na primeira fase (e passam, pois a nota de corte é mais ou menos 50% das
> questões) dificilmente conseguem passar para a terceira fase, pois a nota de
> corte para a terceira é mais de 70% da prova da segunda fase. Na minha
> opinião isto ocorre pois o nível de dificuldade (e até o estilo) das
> questões das duas primeiras fases está muito parecido, implicando que o
> aluno tenha um desempenho muito semelhante nas duas primeiras fases.
A semelhança de estilos tem uma explicação bem simples: são as mesmas
pessoas que preparam as duas! A proporção tem sido aproximadamente
a seguinte: 1/10 dos alunos passam da 1a fase para a 2a fase;
destes 1/10 (ou seja, 1/100 do total inicial) passam para a 3a fase.
A 2a fase é uma das que impõe mais restrições à banca: as questões
precisam ser de correção bem simples e objetiva para que professores
diferentes não usem critérios muito diferentes.
> Outra curiosidade foi o que aconteceu no nível 2 em meu colégio, onde as
> maiores notas (por volta de 8 ou 7) foram dos piores alunos da oitava série,
> pois estes sabem chutar as questões (coisa que eu nunca aprendi), enquanto
> que um aluno bom vai tentar resolver o problema e acaba resolvendo errado,
> marcando assim uma alternativa incorreta, mas que ele tinha certeza que era
> a que estava certa (pois ele tentou calcular e chegou a algum dos valores
> que estavam nas alternativas), ou seja, com o nível de dificuldade da prova
> deste ano do nível 2 o bom aluno tem menos chance de acertar do que o mal
> aluno.
Este ponto de vista é novo e surpreendente para mim. Mas devo repetir
o que já disse várias vezes: olimpíadas e provas escolares têm objetivos
e (portanto) estilos completamente diferentes e um bom aluno na escola
nem por isso pode considerar que certamente irá bem em uma olimpíada;
dualmente, alguns alunos não-tão-bons na escola às vezes têm um desempenho
surpreendentemente bom em olimpíadas. Não é a idéia, entretanto, que a
olimpíada seja uma competição de quem chuta melhor, se é que tal coisa
é possível...
[]s, N.