Boa noite, Cláudio e demais amigos A sua demonstração em (1) está perfeita. Suas idéias foram expostas com extrema clareza, poderiam muito bem estar num livro de Análise Real.
Dos itens 3 em diante, tudo OK na minha opinião No item (2), condição de Lipschitz, chamo apenas a atenção para uma condição restritiva introduzida: o fato de f ser diferenciável em I não garante que f’ seja Riemann integrável em sub-intervalos fechados de I (muita gente acha que isto é automático, mas na realidade não é). Se, porém, assumirmos tal integrabilidade, creio que sua prova está correta. Uma outra prova, que não se basia na integral, é a seguinte: Suponhamos que f seja diferenciável em I e que, além disto, satisfaça em I à condição de Lipischitz. Existe então K>0 tal que |f(x) – f(y)| <= K|x-y| para todos x, y em I . Logo, se x<>y , então |f(x) – f(y)|/(x-y) <= K. No primeiro membro desta desigualdade, façamos y -> x. Como f é diferenciável, este primeiro membro tende a |f’(x)| (pois o valor absoluto é uma função contínua). Pelas propriedades dos limites de funções reais, temos então que |f’(x)|<= K. Como x é arbitrário, concluímos que f’ é limitada em I pela constante K. Suponhamos agora, por outro lado, que f seja diferenciável em I e que f’ seja limitada em I. Existe então K>0 tal que |f’(u)| <=K (a) para todo u em I. Dados quaisquer x e y em I, o T. Do Valor Médio aplica-se ao intervalo fechado de pontos extremos x e y. Existe portanto z entre x e y tal que f(x) – f(y) = f’(z) (x-y). Logo |f(x) – f(y)| = |f’(z)| |x-y|, igualdade que, em virtude de (a) (pois z sempre está em I) nos mostra que |f(x) – f(y)| <= K |x-y|. Logo, f obedece à condição de Lipschitz. Observe que podemos sempre tomar K = supremo {|f’(u)| : u pertence a I}. Observamos também que, se I= [a, b], então basta assumir diferenciabilidade em (a, b) e continuidade nos extremos a e b. Como exemplo, seja f(x) = raiz(x) e I = [a, infinito), para a>0. Temos que f’(x) = 1/[2*raiz(x)] e que supremo {|f’(x)| : x em I} = 1/[2*raiz(a)]. Logo, qualquer que seja a>0, f satisfaz à condição de Lipischitz em [a , infinito) com constante K= 1/[2*raiz(a)]. Observamos, entretanto, que se a ->0+ então 1/[2*raiz(a)] -> +infinto, logo não podemos extender a conclusão para [0, infinito) e , nem mesmo, para (a, infinito) Por hoje é só. Por uma questão de espaço, tive que deletar a mensagem original. Um abraço para todos. Artur ========================================================================= Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html O administrador desta lista é <[EMAIL PROTECTED]> =========================================================================