Prezados Aldo, Bento, Teeve, Natanael e demais colegas:
    Concordo inteiramente com vocês! Esses são os pontos, e cada colega um deve ter suas propostas pessoais de solução. A questão é articularmos soluções consensuais que sejam efetivamente aplicadas e cumpridas pelos médicos (pelo menos) para entào podermos atingir alvos mais longe.
    Mas quanto ao caso mencionado pelo Aldo, apesar de eu ter solicitado ao grupo, até o momento não recebemos oficialmente na SBORL, por e-mail ou por carta, queixa alguma nesse sentido. Repito que é extremamente oportuno que todos os colegas que se sintam atingidos por algo enviem mensagens à Defesa Profissional da SBORL - [EMAIL PROTECTED] com observações e críticas a respeito.
 
    Gostaria de ressaltar um ponto que pode parecer estranho à primeira vista, e peço sua compreensão (e de todos do grupo), pois vou tentar explicar abaixo porque a Defesa Profissional não age nem deve agir espontaneamente, e depende dessas "queixas formais" para disparar a reação.
 
    Politicamente (queiramos ou não, concordemos ou não) tudo tudo funciona por mecanismos de pressão coletiva ou social. Se alguém acha que tal artigo foi indevido ou anti-ético, que tal ou qual supra-especialidade não deveria existir por ser puro marketing, que temos faculdades demais, que outros profissionais estào invadindo nosso campo, e tudo o mais que o Ricardo mencionou, etc, etc, deve se manifestar e obter solidariedade de mais e mais colegas à sua atitude, pois somente assim haverá condições e empenho institucional para promovermos mudanças.
    Além do mais, tudo pode ser discutido, as razões do "outro lado" podem e devem ser ouvidas, constituindo um debate, seu contraditório, e chegando às conclusões. Nenhuma punição pode ser automática, e depende de queixa(s), denúncia(s), processo e julgamento, senão arriscamos seguir opiniões pessoais até uma ditadura...  
    E mais, a SBORL e qualquer outra entidade só é (e deve ser) sensível a isso: manifestação coletiva.
    Vale citar que iniciei minha participação na Defesa Profissional da SBORL há 6 anos, justamente por me indignar e me importar com fatos como esses. Já vivenciei muitos fatos absurdos, e obtivemos com a Diretoria várias ações oficiais da SBORL em muitos momentos, mas muitas vezes tais intervenções são comentadas na Sociedade e por sócios através de frases irônicas:
        "Vocês da Defesa Profissional são radicais: acham tudo errado!
        Vocês querem brigar com todo mundo!
        Parece que não estão satisfeitos com nada, vêm problemas em todo canto!
        Isso não é verdade (essa queixa n`qao é representativa): os médicos estão satisfeitos!
        É melhor nào mexer com isso - esse grupo é forte!
        Não recebemos queixas sobre isso, para que abrir mais essa frente?
        Só recebemos algumas queixas: vamos esperar mais para ver se esquecem
        Chega de papo e filosofia: queremos resultados concretos, e já!
        Os médicos só querem informações técnicos: defesa profissional é chato
        Tudo isso é política eleitoreira. 
        Pô, vocês não dormem?"
      Bem, que acham os colegas? Somos ou não somos os "fiscais" disso tudo? Devemos ser "políticos", tentando agradar a todo mundo, ou justamente fomos eleitos para nos metermos em tudo que diga respeito ao respeito ao ORL atuante? Afinal, não é isso que esperam de nós?
    Sempre opinamos por assumirmos mesmo tal papel de vigia, com coragem, eficiência, agilidade, habilidade e oportunidade, enfrentando os obstáculos internos e externos, e mais, há que se ter sensibilidade para atuarnos conforme nossa percepção do sentimento e necessidade dos colegas, pois não dá para consultá-los a cada passo (a não ser assim via Internet).   
    Mas colegas, sem apoio de vocês, via e-mail ou cartas, tudo fica rotulado de idealismo obsessivo, como tentaram e continuam tentando vários colegas (entre eles o ex-presidente da AMB), e somos chamados até de anti-democráticos, autoritários e intrometidos, e somos bloqueados pelos timoratos, pelos omissos, pelos ativos defensores de que tudo fique como está, e dos que estão ali só para beneficar-se e a seus pares.
    Vejam só mais essa: agora no final de 99, uma Diretoria de Sociedade Regional de ORL em sua Reunião Mensal promoveu uma Mesa Redonda sobre Video-laringoscopia em que não foram convidados médicos ORL - só chamaram cirurgiões de cabeça e pescoço e endoscospistas (bronco-esofagologistas). Que tal? E os colegas que aceitam credenciamento oferecendo descontos e excluem outros do acesso da clientela? E os que exploram o trabalho de colegas, intremediando credenciamento nos convênios? E os que encaminham ou pior,  contratam profissionais de outras áreas para executarem funções de ORL? E os que inventam de tudo para faturar mais e mais, e arrebentam com o sistema e o conceito de nossa classe?
    Devemos aguardar as queixas, ou devemos agir em defesa do colega ORL que não se manifesta?
    Que acham?
    Podemos pressupor que os colegas tenham percebido ou realmente se incomodem como tais fatos, artigos e mesas-redondas - claramente manipuladas pelos autores para receberem mais pacientes nos seu consultórios?
    E importante, devemos priorizar ações internas, contra colegas desse tipo, ou devemos juntar forças para ações mais amplas e ambiciosas, contra inimigos externos muito maiores, como governos e convênios exploradores, investindo em lobby no Congresso, como faz a Academia Americana? Ou teremos cacife, pessoal e tempo para ambas ações? Tal abrangência exige uma cada vez maior profissionalização das entidades como AMB e SBORL, para que a máquina funcione sem depender muito de médicos que, afinal, têm família e a profissão para cuidarem...  
    E não nos deixemos iludir, colegas, pois como foi mencionado pelo Bento, existem muitas formas (não tão ocultas) atuando nesse processo. Por exemplo, médicos economicamente fortes, dos quais muitos acham que $$ é tudo, que querem que tenhamos mais e mais médicos no mercado, para poderem ter profissionais baratos em seus hospitais. Aliás nesse ponto o público e o privado, governo e empresários se encontram. Muitos aceitam ser professores dessas novas escolas, e vivem disso, ensinando mais e mais novos profissionais que virão aviltar o mercado nosso e deles próprios. Vejam a contradição: os mesmos alunos e residentes que significam hoje mão-de-obra barata vão no futuro aceitar os credenciamentos e tomarão o espaço de seus próprios mestres. É o que acontece pela primeira vez na História da Medicina: a total quebra de hierarquia - que passa do Domínio da Técnica para um campo de contratos de exclusividade e acordos com descontos em preços e tabelas. É a Era da competição por baixo custo. E os colegas de pasta 007 prosperam mais que os que tratam de pacientes, cirurgias e participam de grupos de debates como esse! E assim instauram o salve-se quem puder do managed care - com rima bilíngue e tudo!
    Bem, colegas, a carta do Aldo, se ele permitir, estará sendo enviada à SBORL, como 1ª queixa oficial,  e outros também podem e devem fazê-lo, sobre esse e demais assuntos, que merecem apuração, resposta e conseqüências. 
    Bem, a Carta de queixa-denúncia da Defesa Profissional da SBORL a respeito desse trabalho e da mesa redonda já está pronta, mas será muito útil e conveniente que tenhamos muitas e muitas mensagens anexadas à essa Carta.   
    Entenderam a necessidade de gás?
    Acreditamos nos que dizem que uma Sociedade é mais saudável quanto mais escândalos tiver. 
    Achamos tais questões escandalosas. Quem mais concorda que se manifeste enviando gás. 
    Marcos Sarvat - Diretor do Departamento de Defesa Profissional da SBORL [EMAIL PROTECTED]
    e mais: Marcos Nemetz - Vice-diretor do Departamento de Defesa Profissional da SBORL [EMAIL PROTECTED]
                Paulo Perazzo - Secretário do Departamento de Defesa Profissional da SBORL  [EMAIL PROTECTED]

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