----- Original Message -----From: Vladimir MedeirosTo: [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; penal@grupos.com.br ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED]Sent: Friday, September 16, 2005 3:10 PMSubject: Minha opinião sobre o DESARMAMENTONo intuito de contribuir para a discussão.Um forte abraço,Vladimir Haag Medeiros.O DESARMAMENTO E A OBVIEDADE HUMANA
Vladimir Haag Medeiros
A partir de agora, com o início de publicidade oficial a respeito do tema, o Governo Federal brasileiro colocará ainda mais pólvora em uma discussão que vem sendo alvo de diversas manifestações no país: está marcado para o dia 23 de outubro o referendo nacional sobre o desarmamento.
Trata-se de questão defendida à bala por uns e atacada a fogo por outros, restando pouco ou nenhum espaço entre as opiniões, quase sempre maniqueístas. Ou se é a favor, ou se é contra o desarmamento. Não há meio-termo.
As conseqüências dessas opiniões não se restringem apenas à questão do desarmamento no país. Refletem, em verdade, matrizes ideológicas capazes de dar início a intermináveis outras discussões, que podem dizer com assuntos políticos, jurídicos ou filosóficos.
A decisão sobre a questão, no entanto, estará resumida, em outubro, a um sim-ou-não eleitoral, com título de eleitor, mesários e urna eletrônica. A decisão caberá ao eleitor brasileiro.
Acredito que o cerne da discussão sobre o tema resida na incapacidade de o ser humano, nos dias de hoje, ser óbvio. Simples assim, quase que sob uma óptica infantil (mas nada ingênua). Estranhamente, a obviedade já não nos é mais plausível, tamanho o estrago causado por sentimentos de temor e medo ao pensar e ao agir humanos, fruto do tiroteio diário de notícias de violência no país.
O ser humano deixou de desenvolver pensamentos e trafegar idéias óbvias. O medo que o apossa domina seus pensamentos, transformando-os, muitas vezes, em simplistas e reducionistas, socorrendo-lhe apenas a conveniência de, literalmente, alvorejar o que se encontra a sua volta, mesmo que invisível ou intangível.
O ser humano já não consegue ter atitudes óbvias. E isso tem ocorrido há tempos.
Não compreendo como alguém consiga crer que a solução para o aumento dos índices de violência no país esteja justamente na possibilidade de se comprar e se vender um número ainda maior de armas, possibilitando o acesso a elas a um número ainda maior de brasileiros.
Não me parece lógico. Aliás, ecoa-me como um pensamento irracional e pueril, justificável - quiçá - apenas pelo estado de cegueira e esquizofrenia em que se encontra, atualmente, o pensar humano.
O senso comum formado por aqueles que se colocam contrários ao desarmamento forma em muitos a idéia de que a segurança dos brasileiros resida na posse de um instrumento criado para matar. Dizem alguns acreditar que, com tais instrumentos de morte, podem diminuir os altos índices de violência do país. Não me parece nada lógico, repito.
Mas é neste contexto que terão os brasileiros, antes do fim do ano, cidadãos com ou sem arma, de decidir pelo sim ou pelo não ao desarmamento.
Em meio a inúmeros escândalos, denúncias e investigações nacionais, com mensalões, trocas de Ministros e CPIs, terão os brasileiros, até o dia 23 de outubro, um caminho rumo ao referendo repleto de debates, discussões e manifestações.
Oxalá a decisão do Brasil no referendo nacional do desarmamento seja o início de um tempo em que, das urnas, brotem sábias escolhas de seu povo!
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