Rudá Porto Filgueiras escreveu isso aí: > 2008/2/8 Antonio Terceiro <[EMAIL PROTECTED]>: > > Rudá Porto Filgueiras escreveu isso aí: > > > 2008/2/7 Antonio Terceiro <[EMAIL PROTECTED]>: > > > > > > > Eu acho que antes disso as pessoas precisam entender o que é o software > > > > livre e por que usar software proprietário é prejudicial para elas e > > > > para a sociedade. > > > > > > É realmente as pessoas precisam saber o que é software livre, como e > > > quando usá-lo, pois se mal usado, como qualquer coisa, pode ser > > > prejudicial a sociedade. > > > Eu acredito no software livre, e que ele deve ser usado pelo maior > > > número de pessoas, porém querer extinguir o software proprietário como > > > um cancer da sociedade é uma visão bem radical e até um pouco > > > distorcida a meu ver. > > > > > > Tudo isso é relativo, pode ser prejudicial para uns e benéfico para > > > outros. Sim, seria prejudical para a maioria? > > > > Quem falou em "extinguir" e "câncer"? Meu ponto é: software proprietário > > é prejudicial ao usuário. > > Eu usei uma força de expressão, mas o que é prejudicial é como uma > doença, algo que precisa ser eliminado, ou não? > Ou se ninguém mais usar SP por que é prejudicial o que vai ocorrer? > Ele vai ser extinto, certo?
Faz sentido, mas eu não disse isso. "Câncer" e "extinção" são palavras fortes. Quem as usa num debate como metáforas quer chocar as pessoas. Eu não quis chocar ninguém, mas mesmo assim você colocou essas palavras no meu editor de texto. :) BTW, o mundo proprietário costumava se referir ao software livre como câncer. :) > > Pra quem faz software proprietário, ele é ótimo. :) > > Também, e para quem compra e fica satisfeito com o produto que comprou. > Não estou falando aqui de monopólios e invasão de privacidade, estou > falando de um SP que funciona e resolve seu problema. Resolve seu problema a que custo? O custo de não ter mais controle sobre o que o seu computador faz com suas informações? O custo de estar preso a um fornecedor e não ser capaz de resolver seus problemas por si próprio ou contratando alguém próximo de sua confiança? O custo de estar à mercê dos interesses (unicamente) comerciais do fornecedor do software, que pode descontinuá-lo sem te perguntar e te deixar na mão? Veja, ninguém pode negar que qualquer software resolve um problema, e se alguém o usa é porquê o seu problema específico é resolvido. Mas escolher um software proprietário tem consequências a médio prazo, apesar de resolver problemas imediatods. > > O que é melhor _para a sociedade_, o benefício individual ou o benefício > > coletivo? > > O coletivo em detrimento da liberdade e da individualidade tende ao > totalitarismo. > Cuba tem ótimos exemplos de coisas que deram certo, mas não deixa de > ser uma ditatura. Quem falou em detrimento de liberdade e de individualidade? Eu estou falando de oportunizar que as pessoas se esclareçam sobre o assunto ... > > > Eu entendo todo o contexto dessa frase, e entendo o que você quer > > > dizer, mas tem horas que fica algo tipo caça as bruxas. > > > > Eu acho que você está procurando cabelo em ovo. > > Certo, eu forcei um pouco, mas não é por isso que não tenha sentido a frase. > A questão é: será que nunca, em hipótese alguma o SP pode ser bom? Depende do que você considera "bom". Pra mim pessoalmente, não, software proprietário nunca pode ser bom por trazer consequências séria como as que eu coloquei acima. Se você achar que vale à pena sofrer essas consequências em troca de qualidade técnica, então pra você software proprietário pode ser bom. > > > Mais importante que atacar o software propríetário é conseguir que > > > quem usa software livre colabore mais, a meu ver. > > > > Concordo no caso geral. Mas isso faz sentido num evento pra "iniciantes" > > que vão estar conhecendo o software livre? > > Acho que faz, por que não faria. Afinal o SL vive disso, da > colaboração coletiva e em duas vias. Beleza então, quero ver você fazer alguém que nunca nem teve a oportunidade de saber que o software livre existia já sair de lá mandando patch pra um projeto. :) > > > Embora eu reconheça a importância de ser radical e como sem isso nada > > > existiria hoje, nem todo mundo está disposto a pagar o preço de ser > > > radical, e não podemos ter essa idéia de que "todo mundo" tem que ser > > > como gostaríamos. > > > [... cortado ...] > > > > Não é questão de "ser como gostaríamos", é uma questão de ver que as > > nossas escolhas têm consequências. > > Eu concordo, isso é importante. Mas ai que está, novamente, usar SP em > qualquer situação tem a mesma conseqûencia? > Qual a consequência de usar SL que não seja apropriado para o problema > e que a pessoa não tenha conhecimento para usar? abaixo. > > Nem todo mundo está disposto a pagar o preço de usar um software que é > > um bem coletivo mas que não é tão cômodo quando um software > > proprietário, mas quanto mais gente fizer isso menos motivo os > > fornecedores de software terão para respeitar o direito dos usuários de > > terem _controle_ sobre o seu equipamento e suas informações. > > Nesse ponto as leis deveriam ser acionadas também, e a União Européia > tem feito seu papel contra os abusos da MS. > O que eu acho é que não podemos generalizar o que é a MS e suas > políticas de monopólio e desrespeito ao consumidor e taxar que todo > produtor de SP é assim. > Tem gente que trabalha direito, faz seu produto num modelo > proprietário e nem por isso desrespeita o cliente. > Eu concordo que seria melhor se ele liberasse o código, etc. Mas ai > que está a diferença entre ser vantagem ou ser prejudicial. > Será que todo mundo que desenvolve SP está prejudicando a sociedade? > Esse tipo de generalização é perigoso a meu ver. Todo produtor de software proprietário desrespeita sim a liberdade do usuário de ter controle sobre o seu computador e suas informações, porquê de fato é o que acontece. Isso é mais ou menos grave a depender do usuário e do uso específico que ele faz do software proprietário. Existem os casos em que na prática pode ser mais vantagem imediata adotar software proprietário, mas quanto mais "dependente" o usuário se tornar pior vai ser pra ele no futuro. Veja, eu *não* estou dizendo "todo produtor de software proprietário é malzão e deve arder no fogo do inferno". Isso seria _bem_ diferente. Eu estou dizendo que essas consequências negativas do modelo proprietário _para o usuário_ são inerentes ao modelo que eles adotam. Claro que a maioria absoluta dos produtores de software proprietário não ajudaram a criar o modelo, apenas pularam dentro por que era o que existia. > > Outros exemplos, fora de software: > > > > Nem todo mundo está disposto a pagar o preço de separar o lixo > > reciclável em casa, mas quando o planeta se acabar vai todo mundo junto. > > > > Nem todo mundo está disposto a pagar o preço de se abster de consumir > > produtos e serviços de organizações que abusam do poder econômico e > > desrespeitam os direitos humanos, mas quando isso traz consequências > > como miséria, fome, guerra ... todo mundo fica indignado (quem está de > > longe fica indignado, quem está perto se lasca junto). > > > > E por aí vai. > > Sim. Isso faz parte da cultura e da educação, mas infelizmente as > pessoas somente mudam quando a "água bate na bunda". Será que as pessoas são naturalmente escrotas, ou será que elas não têm é acesso a esclarecimento suficiente? ;) -- Antonio Terceiro <[EMAIL PROTECTED]> http://people.softwarelivre.org/~terceiro/ GnuPG ID: 0F9CB28F _______________________________________________ PSL-BA mailing list PSL-BA@listas.dcc.ufba.br https://mail.dcc.ufba.br/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-ba