Acho legal não fazer como a grande mídia e comparar apenas os padrões gringos como se o brasileiro nem existisse.
[]s
Henrique Andrade
Em 30/06/06, Tiago Bortoletto Vaz <[EMAIL PROTECTED]> escreveu:
Oi,
On Fri, Jun 30, 2006 at 11:59:59AM +0100, Nelson Ferraz wrote:
> Thomas T. Soares wrote:
> >Não é o ideal, claro, mas é bem melhor do que outras imposições
> >tecnológicas que já foram enfiadas guela-a-baixo no Brasil
>
> Precisamos ter cuidado com o "ideal".
>
> Qualquer opção que o governo fizesse, certamente não seria o ideal.
>
> Por isso, não devemos formar uma frente de batalha "do contra", somente
> porque existem problemas. Problemas sempre vão existir.
>
> Algo preocupante é o fato do padrão japonês ser usado apenas no Japão,
> enquanto que o padrão Europeu é usado em mais de 50 países. Mas quais
> são os benefícios dessa decisão?
Pelo que andei lendo por aí parece que o mais preocupante nessa decisão
é a oportunidade (que pode ser perdida) de reestruturar o modelo de
transmissão sinais de TVs no Brasil, que implicaria num impacto grande
no modelo de concessão. Esse impacto pode ajudar a destruir alguns
monopólios, o que preocupa as grandes emissoras.
Resumindo o que entendi:
- Cada canal de TV analógica precisa de um espaço de 6MHz pra transmitir
sua programação.
- Na TV digital, devido às tecnologias de compressão mais eficientes,
cada 6MHz pode abrigar 4 canais, e sobra espaço pra transmissão de
dados (interatividade).
- Com o ISDB (padrão japonês) é possível transmitir 4 canais com
resoluções diferentes no mesmo canal de 6MHz (celular, HDTV, carros,
etc). Assim, as emissoras continuariam usando suas antenas a na
prática o que mudaria seria somente a tecnologia, com um baixo impacto
social, considerando que teríamos as mesmas emissoras usufruindo do
mesmo modelo atual, mas agora direcionando seus canais pra diferentes
públicos (aqueles que gostam de assistir seus canais em celular, ou
dirigindo carro, por exemplo).
- Com DVB (padrão europeu) não é possível usar o mesmo canal de 6MHz pra
transmitir canais em diferentes resoluções. Assim, seria necessário
que uma emissora que quisesse distribuir sinais em diferentes resoluções
adotasse várias "fatias" de canais diferentes de 6MHz. Nesse sentido,
existe a proposta da criação de um "operador de rede". Isso significa a
criação de uma única antena, que abrigaria por exemplo X canais de
6MHz, onde (1) as emissoras não mais necessitariam ter sua própria
infra-estrutura pra poderem existir, (2) uma agência nacional seria
responsável por controlar as concessões e "aluguéis" de frequências.
Onde '1' resultaria na possibilidade de pequenas emissoras terem
condições de existir,'2' resultaria em concessões a baixo custo para
emissoras de cunho não comerciai e '1+2' resultaria numa corajosa quebra
do modelo atual que beneficia as grandes emissoras de TV.
Em
http://www.intervozes.org.br/digital/analises/analise0_0504entenda%20pq%20emissoras.html
tira-se também algo que parece pesar bastante na (futura?) decisão do
governo:
"A Globo foi dona, durante muitos anos, da subsidiária brasileira da
japonesa NEC. Ao mesmo tempo, possui forte relação comercial com outra
japonesa, a Sony. No site da revista Produção Profissional
(http://www.editorialbolina.com/br/pp/artigos.php?tipo=artigo&id=150&canal=0 )
podemos ler uma entrevista com o Diretor de Tecnologia da Globo,
Fernando Bittencourt, onde este afirma que a Sony já chegou a
desenvolver um equipamento de VT especialmente para atender as demandas
da Globo."
Como eu não entendo muito bem do assunto, não posso afirmar que isso
tudo é verdade, mas me parece bastante lógico e coerente. Outra coisa
que me faz acreditar é que a maioria dos textos que li sobre o assunto
vieram do Observ. da Imprensa, que é uma fonte que confio atualmente.
O fato é que, como sempre, alguns querem mudar as coisas, outros não,
por interesses de poder e econômico. É a vida... É duro :(
> []s
>
> Nelson
>
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> Nelson Corrêa de Toledo Ferraz
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Tiago Bortoletto Vaz
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