ODF: Governo diz que especialista da IBM é quem está "equivocado"

:: Luiz Queiroz     :: 14/08/2006



O presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI),
Renato Martini, decidiu reabrir a polêmica sobre a decisão do governo
de apenas "recomendar" o Open Documment Format (ODF), como padrão
oficial de documentos do governo na versão 2.0 do e-PING (Padrões de
Interoperabilidade do Governo Eletrônico).

Martini disse que o gerente de novas tecnologias da IBM, Cezar Taurion
está equivocado ao afirmar que o governo não pretende adotar o ODF. "A
raíz do problema está no fato de que ele não leu o programa de
interoperabilidade do governo brasileiro. Nem sei se a IBM algum dia
submeteu alguma contribuição ou se participou dos debates no programa
e- PING, da versão zero até a versão 2", disse o presidente do ITI.

Segundo ele, a nomenclatura "recomendado" está prevista, assim como
"adotado",  no programa de interperabilidade. Uma tecnologia  ser
recomendada, de acordo com Martini, não é "uma coisa de menos
importância". Segundo ele, isso não diminuirá em nada a adoção dessa
tecnologia. "Até porque nós não adotamos tecnologia com paixão ou por
torcida, ou coisa que o valha. O fato de ser adotado é porque ela vai
passar por um processo de homologação que fará desse padrão ODF
recomendado", disse.

Cezar Taurion havia dito na edição do dia 31 de ulho do Convergência
Digital, que o formato ODF já foi reconhecido pela ISO como padrão
mundial e uma instituição, a OASIS, possui participação de várias
empresas de software dedicadas a incorporação do formato aos seus
produtos. E lembrou que logo após a aprovação do ODF como padrão
mundial, o Gartner divulgou resultados de um levantamento no qual diz
que, por volta de 2010, a troca de documentos baseados em ODF será um
padrão requerido por 50% dos governos no mundo.

"Há um caminhão de software que adotam o ODF como padrão", disse
Taurion, citando como exemplo o OpenOffice, o Lotus Notes, o
StarOffice e até softwares desenvolvidos pelo Google.

Renato Martini frisou que o Instituto Nacional de Tecnologia da
Informação está atento aos movimentos do ODF. Tanto que foi o órgão de
governo responsável por trazer essa discussão para o Brasil. " A mesma
adesão que fizemos com o SmartCard Aliance fizemos na ODF Aliance.
Somos membros atuantes dessa aliança e trouxemos o debate para o
Brasil. Agora isso não quer dizer que vamos tomar atitudes apaixonadas
ou torcer por tecnologias. Tomamos decisões baseadas em critérios
racionais", destacou o presidente do ITI.

"Acho que ele (Taurion) não leu e não conhece o e-PING e está opinando
sobre algo que não conhece", criticou Renato Martini.

Indagado de que a reação de integrantes do Comitê Executivo de
Implementação do Software Livre foi justamente de frustração com a
decisão da recomendação do OpenDocument Format no e-PING pela
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, o presidente do
ITI explicou que tudo caminha dentro de um processo. "Não sabem o que
é o e-PING. Quem decide sobre os padrões de interoperabilidade do
governo brasileiro chama-se Comitê de Implementação do e-PING. É ele
quem tomará essa decisão. Não tem estígma em ser recomendado".

"O ODF é um subformato do XML. Desde a versão zero nós já sinalizamos
que o XML é o formato de armazenamento de documentos do governo
brasileiro. Só não tínhamos um formato de apresentação consolidado. O
ODF veio para fazer isso. É um processo natural", concluiu.
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