Uma aluna do Direito estava escrevendo um trabalho sobre como o software livre viola as leis brasileiras, e me escreveu com dúvidas. Dúvidas baseadas em percepções distorcidas e FUD, claramente de quem não leu, ou se leu não entendeu, ou se entendeu finge que não, a GPL. Respondi as perguntas e pedi para publicar o debate no meu portal, por achar que aquela troca poderia ser útil a outros.

Um dos leitores desta lista, que provavelmente assina o RSS do meu portal, escreveu pedindo mais explicações sobre uma parte onde dou exemplo de que a violação do par. 2 do artigo sexto da lei de software é mais provável de acontecer com o software proprietário que com o livre.

O leitor publica aqui a minha resposta à pergunta dele, fora do contexto do debate publicado no portal, e o que temos em seguida é um monte de asneiras, de gente desfilando sua ignorancia ora sobre segurança, pedindo correção da minha citação de um relatório do CERT-US, ora sobre hermenêutica, dizendo que considerar como engenharia reversa a fuçação no registry para descobrir qual chave de nome críptico faz o quê é forçar demais a barra, meio paranóico ou xenófobo de quem sugere.

Esse último desprezando completamente o fato de ter sido exatamente essa a estratégia adotada pelos advogados da MS, em juízo, para argumentar que o IE é parte integral e inseparável do SO, durante os cinco anos da ação em que a empresa foi condenada em última instância por prática monopolista predatória.

Entrar no meio de um debate com posições pre-concebidas ou distorcidas, seja em relação ao assunto ou ao debatedor, de fato não leva a nada além da exarcebação dos ânimos.

Eu estou ajudando a mais pessoas a usar SL na medida em que posso. No caso em tela, estou tentando afastar, a pedido, da mente de uma futura advogada o FUD de que SL viola de cara a lei Brasileira. Eu não estou muito preocupado com o ruindows, tanto é que não uso e não recomendo. Eu o usei apenas para ilustrar que o tipo de FUD a ser afastado poderia ter uma componente de projeção psicológica. Basta ler a resposta à pergunta da advogada que suscitou a dúvida do leitor e a resposta que enviei a ele, tomada isolada e destorcidamente pelos críticos aqui de plantão.

Eu não dou pitaco desqualificando artigos escritos por companheiros desta lista com base em leitura parcial e/ou em posições ignorantes. Acho isso uma grosseria pavoneante, e por isso não gosto quando o fazem comigo. Não gosto e não deixo passar em branco. Onde está a grosseria, o medo ou a preocupação excessiva com software proprietário, cada um que julgue por si.

Cristiano Furtado escreveu:
Eu sinceramente só acho que tem discursões que não levam a nada. Acho que
cada um em vez de ficar brigando na lista deveria é ajudar a mais e mais
pessoas a usar SL somente, esse é o intuito de uma lista como essa. E outra
coisa, vocês ficam se preocupando muito com windows, ou vocês não confiam o
bastante no linux para ficar sempre se justificando de quem presta e quem
não presta???


Em 30/03/07, Ricardo L. A. Banffy <[EMAIL PROTECTED]> escreveu:

Os níveis de grosseria que se atinge nessa lista ocasionalmente me chocam.

Mas acho que, no fundo, eu não me importo tanto assim.

Alex Camacho Castilho wrote:
> Vixi... o Prof. Pedro está bravo hj!
>
> Coitado dos alunos... risos.. dá ZERO pra eles!
>
> Abraços
>
> Alex
>
> Pedro A.D.Rezende escreveu:
>> Carlos B. Schwab escreveu:
>>> É forçar a barra querer achar que alterar a configuração de
>>> softwares, seja manualmente ou através de programas que manipulem
>>> esses registros, seja ato de engenharia reversa ou hacking. Muito
>>> menos violação de direitos autorais. Praticamente qualquer programa
>>> que venha a ser instalado no Windows altera seu registro, seja para
>>> uma associação de arquivos, paths de execução, vínculos de
>>> bibliotecas, etc.
>>>
>>> Posso alterar o regsitro para que o sistema não guarde algum
>>> histórico de execução de programas, abertura de arquivos, para que
>>> não seja exigido
>>> um ctrl+alt+del na hora de logar no sistema ou até para manter o
>>> numlock ligado. Personalizar a área de trabalho altera o registro.
>>>
>>> Durante a instalação do OpenOffice, por exemplo, sou indagado se
>>> desejo associar ele à abertura de arquivos do Word, Excel e
>>> PowerPoint. Isso é feito mediante alteração no registro. Quer dizer
>>> que isso é "hacking" e engenharia reversa ? Que algo ou alguém está
>>> violando "direitos autorais" da Microsoft ?
>>>
>>> A prórpia Microsoft publica livros e artigos sobre como manipular o
>>> registro. Façam uma busca por "windows regsitry" na Amazon Books e
>>> encontrarão mais de 1300 títulos, muitos deles publicados pela
>>> Microsoft Press.
>>>
>>> Programadores necessitam dessas informações para que seus softwares
>>> interajam adequadamente com o sistema, quem dá suporte e manutenção
>>> necessita dessas informações para solucionar problemas ou
>>> customizar o sistema.
>>>
>>> O registro do Windows foi feito para ser alterado, assim como
>>> qualquer arquivo de configuração em um /etc. O correto funcionamento
>>> do sistema depende disso.
>>>
>>> Alterar dados do registry não é, definitivamente, engenharia reversa.
>>> Muito menos "hacking"...  Meio xenófobo e paranóico isso.
>>
>> Voce leu a licença do Vista, e voce é advogado para interpretá-la?
>>
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