Olá Alessandra,

Legal, era isto mesmo que eu queria, criar polêmica na lista em relação ao assunto GOOGLE, já que ele é o assunto do momento, algo que todos hoje estão colocando como um Deus... ai eu coloco outra questão, eu me lembro que no primeiro latinoware que teve patrocínio da Microsoft teve todo um auê que era a Microsoft, software proprietário, o lado negro da força.
Na verdade isso cabe à consciência de cada comissão organizadora. Não é só o caso da MS, mas de todas as megas empresas que são parcialmente livres e cujo patrocínio é aceito: IBM, Oracle, Google e muitas outras. Ao que parece basta uma empresa liberar parte do seu código ou alguns programas menores que ela já fica isenta das críticas ferozes da comunidade.

Como membro da organização do I ENSOL - Encontro de Software Livre da Paraíba e I ENSL - Encontro Nordestino de Software Livre, posso dizer que não tivemos nenhuma dessas empresas "parcialmente" livres nos patrocinando. Em um primeiro momento o grupo discutiu o tema e ficou decidido de que seriam aceitos os patrocínios dessas empresas. Depois de mais conversa, reuniões e argumentações, ficou decidido que não.


O Google esteve presente no FISL e ninguém disse nada.
Não sei quanto a este ano. Mas no ano passado os Crachás do FISL tinham o logo da Google. Acho que eu fui o primeiro a pedir um hidrocor na recepção e taxei o nome Google do meu crachá. Não estou de acordo com sua política de "parcialidade" na hora de liberar os seus códigos.

Uma outra coisa preocupante é ver que o Google, com todo seu poderia, tem recrutado excelentes profissionais da comunidade que, espantosamente, tem aceitado todos os NDA's dessa empresa. Pelo menos é assim que tenho visto a situação. Se estiver enganado, porfavor me corrijam.

Claro existe toda uma diferença enre a GOOGLE X Microsoft, a GOOGLE não ganha $ diretamente com os softwares desenvolvidos, não com vendas de licença como a MS, por exemplo.
Sim. Mas acho que as diferenças terminam por ai. É claro que as consequências de viver de licenças levam a outras ações pouco éticas, como os lobbies e vendas casadas, mas na essências essas duas empresas, somadas à IBM, Oracle e outras, são iguais: Liberam apenas o mínimo necessário para cair nas graças do eco-sistema do FOSS e depois se aproveitam de tudo que podem para enfiar seus softwares proprietários nesse novo mercado. Tudo pela grande causa do "make money". Nada contra ganhar dinheiro, mas na minha modesta opinião, a liberdade do conhecimento vem em primeiro lugar.


O que o Anauhac disse que eu concordo que você pode ganhar $ realmente com os serviços obtidos com seu software liberando o fonte. Eu tb acredito.. e concordo.
Obrigado. Mais uma purista para a luta.
O grande problema tem sido estabelecer um modelo de negócios que permita não só realizar so serviços relacionados ao Software mas também de manter o seu desenvolvimento.
Mas estamos ai na luta.


Ai eu coloco uma outra questão. Hoje falamos muito da MS, se hj a MS resolvesse liberar os fontes, e participar ativamente da comunidade Sw Livre, aceitando todos os preceitos. O que voces diriam.

Se a MS resolver liberar todo o seu código sob qualquer licença FOSS, acho que ela seria muito, mas muito bem aceita pela comunidade. Mas a verdade é que ela não precisa liberar tudo. Seguindo os exemplos das outras grandes que já citei antes, basta ela liberar algumas coisas, contratar um bom número de profissionais da comunidade e pronto!


Abs
Saudações Livres,


Alessandra
Anahuac


On 5/10/07, *Glauber Machado Rodrigues (Ananda)* <[EMAIL PROTECTED] <mailto:[EMAIL PROTECTED]>> wrote:

    On 5/10/07, Alexandre Oliva <[EMAIL PROTECTED]
    <mailto:[EMAIL PROTECTED]>> wrote:
    > A pergunta mais lógica seria, por que você NÃO liberaria?

    Por que "Entre nós predominam os hábitos ruins e prejudiciais ". E
    ninguém recrimina isso.

    No sutra budista Agañña[1], que é uma versão budista do gênese,
    fala assim:

    (...)
    " E depois que as trepadeiras haviam desaparecido, o arroz surgiu no
    campo aberto, livre de pó e das cascas, perfumado e limpo. E aquilo
    que eles colhiam para a janta amadurecia novamente na manhã
    seguinte e
    aquilo que eles colhiam para o café da manhã amadurecia novamente à
    noite, sem qualquer indício de colheita. "
    (...)
    "Agora, ocorreu a um daqueles seres que tinha a propensão pela
    preguiça: "Bem, porque devo me preocupar em colher o arroz ao
    anoitecer para o jantar e pela manhã para o café da manhã? Porque não
    colho tudo de uma vez para ambas as refeições?" E assim ele fez. Então
    um outro se aproximou dele dizendo: "Venha, vamos colher arroz." "Não
    é necessário, meu amigo, eu já colhi arroz suficiente para ambas as
    refeições." Então o outro seguindo o exemplo do primeiro, colheu de
    cada vez arroz suficiente para dois dias, dizendo: "Isso deve ser o
    suficiente." Então um outro veio dizendo para o segundo: "Venha, vamos
    colher arroz." "Não é necessário, meu amigo, eu já colhi arroz
    suficiente para dois dias" (o mesmo para 4, depois 8 dias). No
    entanto, quando esses seres passaram a armazenar o arroz e viver
    disso, o pó e as cascas começaram a envolver o arroz e onde o arroz
    era colhido ele não mais crescia, e era possível notar onde havia
    ocorrido a colheita, e o arroz passou a crescer em pencas isoladas."
    (...)
    " 'E então aqueles seres se reuniram lamentando: "Entre nós predominam
    os hábitos ruins e prejudiciais : inicialmente nós éramos feitos de
    mentalidade, alimentados pelo êxtase … (todos os eventos repetidos
    até
    o último, sendo cada nova mudança atribuída aos 'hábitos ruins e
    prejudiciais') … e o arroz passou a crescer em pencas isoladas. Então,
    agora vamos dividir o arroz em áreas delimitadas." E assim eles
    fizeram.

    'Então, Vasettha, um ser com a natureza cobiçosa, enquanto tomava
    conta do seu pedaço de terra, tomou um outro lote que não lhe havia
    sido dado e desfrutou dos frutos desse lote. Devido a isso ele foi
    agarrado e lhe disseram: "Você fez uma coisa maldosa, apoderando-se de
    um lote de uma outra pessoa! Jamais faça isso outra vez!" "Eu não
    farei," ele respondeu, mas ele fez a mesma coisa uma segunda e uma
    terceira vez. E novamente ele foi agarrado e criticado e alguns o
    golpearam com os punhos, alguns com pedras e outros com paus. E dessa
    forma, Vasettha, o tomar aquilo que não foi dado, censura, mentira e
    punição, tiveram a sua origem.

    Então aqueles seres se reuniram e lamentaram o surgimento daquelas
    coisas ruins entre eles: tomar aquilo que não foi dado, censura,
    mentira e punição. E eles pensaram: "E se nós nomeássemos alguém que
    mostrasse raiva quando a raiva fosse devida, censurasse aqueles que
    devessem ser censurados e banisse aqueles que merecessem ser banidos!
    E como recompensa nós lhe déssemos uma parcela do arroz." Assim eles
    se aproximaram daquele que entre eles possuía os mais finos atributos,
    o mais admirável, mais agradável e capaz, pedindo que fizesse aquilo
    por eles em retribuição por uma parcela de arroz, e ele aceitou.

    "A escolha do Povo" é o significado de Maha-Sammata, que foi o
    primeiro título introduzido. "Senhor dos Campos" é o significado de
    Khattiya, o segundo título. E "Ele satisfaz a todos com o Dhamma" é o
    significado de Raja, o terceiro título a ser introduzido. Esta,
    então,
    Vasettha é a origem da classe dos Khattiyas, de acordo com os títulos
    ancestrais que lhes foram conferidos. Eles se originaram dentre estes
    mesmos seres, tal como nós, sem diferenças e de acordo com o Dhamma,
    não de outra forma."
    (...)



    Quem quiser dar uma olhada no texto completo:

    [1] http://www.acessoaoinsight.net/sutta/DN27.php

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    A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo.


               "Que os fontes estejam com você..."

    Glauber Machado Rodrigues
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Alessandra Domingues
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