Por uma cidade livre

Desde que se sonhou em ter serviços modernos disponibilizados a
população, ou desde que imagina-se uma cidade moderna, participativa e
eficiente do ponto de vista da prestação de serviços públicos, uma
seqüência de erros e incompetência das gestões fizeram com que a
administração pública, principalmente as municipais jogassem fora uma
quantia imensurável de recursos ralo a baixo por conta de egos e
pensamentos sem metodologia ou com o mínimo de coerência ou lógica
mesmo.

Todo e qualquer serviço tem uma seqüência lógica de ser desenvolvido e
aplicado. E com essa metodologia, todas as formas de se fazer devem ser
levantadas e aprimoradas. Uma cidade vai crescer como cola de cavalo se
não fizer corretamente, e continuará jogando fora muitos recursos
públicos sem que os órgão fiscalizadores sequer possam fazer a sua
parte, pois são parte do próprio caos de desinformação que assola os
órgão com pilhas de incompetentes e defensores de interesses momentâneos
de vida curta e prejuízos assustadores.

Administração digital de informação, como uma música deve seguir um tom,
uma nota base, e criar sua capilaridade com metodologia, tecnologia,
coerência, organização, cronologia, aplicabilidade, sobrevida e
atualização específica e documentada. Respeitando modelos acadêmicos de
conhecimento compartilhado. Só assim, um programa de serviços terá vida
longa, eficiente e gerará economia, agilidade e excelência. O que tem
hoje no Brasil é pouquíssimos casos de sucesso que realmente atingiram
os objetivos, o resto só causou bolhas enormes de prejuízos
incalculáveis e “infiscalizáveis”.

As soluções proprietárias não cabem mais no desenvolvimento brasileiro,
os que insistem nessa forma de fazer estão atrasando o país e fazendo
com que nossa modernização enquanto nação fique estagnada nos interesses
corruptos de tecnologia arcaica mascarada com marcas famosas de grande
conteúdo econômico, apenas. Caixas pretas incompreensíveis e mortais nos
jogam numa vala pra lá de ignorante e retardada.

Uma cidade é um organismo celular central e gerador de tudo que faz a
União, e precisa receber investimentos sim, mas estas células se
tornaram poços sem fundo de dinheiro que não vence as idéias
mirabolantes e megalomania de doentes incompetentes que transformaram a
cadeira da informação em quiosque de negócios embalados divinamente com
mentiras que sequer o INMETRO possa imaginar. O pior dos vírus hoje em
nossa TI é sem dúvida a falta de conhecimento, que mutantemente se
transforma em corrupção e prejuízos cada vez maiores como uma bola de
neve.

A fiscalização é ridícula, os tribunais de conta ou mesmo o judiciário
não tem condição nenhuma de auditar através de uma metodologia, nos
casos que acompanhei nomea-se um perito que por sua vez tem seus vícios
e opiniões que também são sem pé e sem cabeça. Não se tem uma ordem
lógica pra se fazer nada, tudo é interpretação individual.

Certa vez um promotor de justiça me solicitou apoio em uma investigação
de improbidade para definir a ele o que era CPU e porque uma CPU teria
sido alugada por 700 reais por mês por uma gerencia de informática de um
órgão. Mesmo com o relatório denunciando a aberração o promotor sequer
conseguiu emplacar a denuncia, pois o juiz não tinha como mensurar o
custo de algo que poderia servir para coisas de alto ou baixo custo.

Essa é a nossa realidade, e em minha opinião, com a garra que tenho
visto nos promotores de justiça em querer moralizar essa questão, o dia
que eles tiverem meios e conhecimento para isso, veremos coisas que
acontecem em nosso rico país que nos farão chorar em idiomas diferentes.
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