2009/4/9 Fabianne Balvedi <f...@estudiolivre.org> > > Na verdade precisa. Você ainda precisa demonstrar a relação que assumiu > > entre o uso da palavra "negra" em "via negra" e os grupos étnicos que têm > a > > pele escura. Assim como em outros termos como "lista negra", "escuridão" > > sendo usada como metáfora de "maldade" e demais exemplos famosos, que, > > julgo, estariam no seu rol de expressões criticáveis. > > a relação que eu assumi é a de que eu cuido de meu vocabulário, > e para ter certeza de que não estaria ofendendo ninguém ao utilizar > o termo "via negra", perguntei a uma pessoa que estuda isso há muito > tempo o que ela achava deste uso naquele contexto.
Continua não demonstrando o elo, Fabianne. As pessoas escuras não têm o monopólio da cor negra e você dizer que se guia pela capacidade de se ofender dos outros não é razoável, senão você teria que usar burka porque os islâmicos se ofendem com mulheres que não o fazem. > > E por aí vai. Sinceramente, atribuir carga ideológica pras palavras maior > do > > que elas têm é um jogo sujo, assim como é algo que nunca pode ser provado > > falso, sempre dá pra marretar qualquer exemplo que você queira pra > > justificar a "ideologia dos opressores". > > jogo sujo é você banalizar a questão desse jeito, quando ninguém que > leve a sério a questão de cor que eu conheça tenha alguma vez ilustrado > algo através de cores de vestimenta como você o fez. Se a questão é banal, não fui eu que a banalizei. E abaixo você mesma admite que criticaram o uso do "lado negro da força", o que mostra o meu ponto de vista. O fato de ninguém ter criticado o exercício de pensamento que eu imaginei é simplesmente porque ele nunca se concretizou pra ter críticas públicas. Mas a minha especulação - minha aposta, aliás - é que teriam criticado exatamente como eu disse. > mas já vi criticarem o uso do termo "lado negro da força" > sempre que alguém se refere ao "eixo do mal". c.q.d. :) Vamos parar com esse negócio de que qualquer associação negativa de coisa negra ou escura ofende os negros? Não tem relação, a cor da pele coincidir com a metáfora das cores para sentimentos não dá direito a que raça seja de querer excluir da cultura essa metáfora. Os peles-vermelha não têm o direito de extingüir a metáfora do vermelho para desejo sexual, alta temperatura ou coisas proibidas; os amarelos não têm o direito de extingüir a metáfora para a condição de doença ou enjôo ou a associação ao ouro; e o Hulk não tem o direito de extingüir a metáfora do verde pra coisas ecológicas. De quem é o jogo sujo aqui? Da apropriação indébita da posse dos direitos de uma cor pelas pessoas de pele escura só porque a cor da pele coincide. > > Alguém aí consegue viu Watchmen? Imagine se ele tivesse sido marretado > pra > > conformidade neutralista, viraria "Watchpeople", afinal o grupo tinha > > mas fico pensando qual seria a reação dos homens > se o termo fosse "Watchwomen" para se referir > a um grupo de homens e mulheres. Esse parágrafo foi só pra te colocar na defensiva, foi meio pra entrar no seu jogo que a questão da cor fosse igual à questão das palavras relacionadas ao sexo. Na verdade sou crítico do termo "Watchmen" desde que li a Graphic Novel há muito tempo atrás, sempre me pareceu estranho que um grupo que não era só de homens tivesse "men" na formulação. Soa estranho, soa ilegítimo. Sempre preferi que tivesse sido "Watchpeople". > sobre "conformidade neutralista", não é isso > que se busca, e sim igualdade e visibilidade. > > sistemas de mulher também podem ter qualidade, > e muita. Mas os vícios de linguagem não deixam > que essa realidade seja entendida corretamente. > Mas eu acho que você exagerou, existe um equilíbrio pra essas coisas. Não é necessariamente um erro atribuir coragem e até imprudência ao sexo masculino: é exatamente por esse motivo que morrem muito mais homens que mulheres, o que não significa que não possa existir uma mulher corajosa e até imprudente, claro. Do mesmo jeito, eu não acho estranho um homem dizer que tem "intuição feminina", já que essa habilidade é tipicamente atribuída ao sexo feminino. Sexismo é bastante diferente de reconhecimento de diferenças de tendências dos sexos. Não tem que procurar pêlo em ovo. []s, Patola -- de nada vale erguer mãos e olhos para um céu tão longe, para um deus tão longe ou, quem sabe? para um céu vazio. (Carlos Drummond de Andrade, "Coisa Miserável")
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