Achei interessante repassar principalmente pela curta e eficiente
referência a parceria da Red Hat com a MS, além do comentário da
parceria da Novel com a MS.


[]s Bruno

http://www.softwarelivre.org/news/13383

Entrevista exclusiva à INFO, o CEO e presidente da Red Hat, Jim Whitehurst
Editoria: Internacional
08/May/2009 - 13:39
Enviado por Redação PSL-Brasil
O CEO e presidente da Red Hat, Jim Whitehurst, fala sobre as
principais tendências do software livre, o papel do Brasil no cenário
mundial e deixa escapar uma novidade: ele leva no bolso um iPhone.
“Não sei se o Zimbra, que é o nosso aplicativo de e-mail, está
disponível para Android.” Whitehurst visitou o Brasil recentemente.

Você acha que o Ubuntu é o único sistema operacional capaz de
enfrentar o Windows? Estou muito feliz que o Ubuntu esteja aí. Eles
fizeram um belo trabalho investindo pesado no sistema operacional.
Espero que continue a crescer. A Red Hat está no mercado corporativo.
As empresas querem estabilidade, segurança, suporte, documentação e
uma série de coisas que não estou certo se Ubuntu tem o tamanho e
escala para oferecer. Então eu ainda vejo a Red Hat como uma melhor
alternativa ao Windows no mundo corporativo. Na comunidade e no mundo
dos consumidores, o Ubuntu é uma ótima opção. O Fedora também é uma
ótima opção.

Dois anos atrás, um dos seus gerentes disse que a Novell havia vendido
a alma para a Microsoft? Você concorda?Vender a alma é uma metáfora.
Acho que o acordo da Novell com a Microsoft violou o espírito da GPL.
Tem base legal, mas a violação desse espírito custou a eles
desenvolvedores, porcentual de mercado e confiança na comunidade open
source. Serviu para nos beneficiar. Semanas atrás, a Novell divulgou
seus resultados do primeiro trimestre. Eles obtiveram US$ 23 milhões.
Nós, no último trimestre, anunciamos US$ 200 milhões. Somos dez vezes
maiores. Quando fizeram o anúncio, não éramos tão grandes.

Qual é a diferença para o acordo que vocês fizeram com a Microsoft?O
acordo da Novell foi multifacetado e incluía um acordo sobre patentes,
sobre propriedade intelectual. Eles não processariam os clientes uns
dos outros. Foi redigido de um modo que adotava o texto da GPL, mas
não o espírito. Se alguém quiser redistribuir, não estará protegido.
No ano passado, fomos processados por uma empresa em relação à
violação de patentes. Quando fizemos um acordo, incluímos todo os usos
daquela tecnologia. Não protegemos apenas a nós mesmos, mas a todos.
Nosso acordo com a Microsoft não é nada mais do que
interoperabilidade. É uma vitória para os consumidores.

Por que você acha que a Microsoft está mudando a sua posição quanto ao
software livre?A Microsoft precisa responder às demandas de seus
clientes, que querem maior interoperabilidade. Acho que agora a
Microsoft reconhece que o Linux veio para ficar. E então é importante
haver interoperabilidade, para que nossos clientes tenham uma boa
experiência. Eles não querem ajudar os nossos negócios, assim como não
quero ajudá-los também. Mas ambos precisamos ajudar nossos
consumidores.

Você acha que o software livre pode ameaçar o Windows algum dia?A Red
Hat já usa o desktop Linux. Temos muitos usuários que usam desktops
Linux ao redor do mundo. Com o tempo, esperamos que o Linux tire
mercado da Microsoft. É um sistema operacional melhor, é obviamente
muito mais barato e tem funcionalidades como performance e segurança
superiores ao Windows. Acho que vai crescer com o tempo.

Por que o Ubuntu tornou-se mais popular que o Fedora?Acho que por
várias razões. Primeiro, o Fedora está crescendo muito rapidamente nos
últimos três anos. E estamos felizes com sua performance. Ele não
tenta ser um desktop fácil. O Fedora é o laboratório de pesquisas de
desenvolvimento da Red Hat. Há um foco muito grande em virtualização.
Seu papel não é chegar aos desktops, mas ter as principais
funcionalidades que são testadas, aprimoradas e vão ser acrescentadas
à nossa edição corporativa. Eu o uso como desktop, mas não é a sua
missão. Em segundo lugar, o Fedora é muito puro dentro do modelo de
código aberto. Ele não entrega drivers ou codecs proprietários. Se
você puser um DVD no Ubuntu, ele rapidamente permitirá que faça o
download do codec para tocar o DVD. Em muitos países, como nos Estados
Unidos, isso é ilegal. Parte da missão do Fedora não é apenas servir a
pesquisa e desenvolvimento, mas promover o software livre. Então não é
tão fácil de usar, porque não vem com software proprietário ou permite
baixar facilmente software proprietário, que, em alguns países, é
ilegal. Os verdadeiros desenvolvedores, pessoas que querem as últimas
e melhores funcionalidades em um sistema operacional, migram para o
Fedora. Muitas pessoas começam com o Ubuntu e, depois, migram para o
Fedora. Mas seu papel é diferente e, por isso, temos menos usuários.

Como você vê o avanço da computação em nuvem? A computação em nuvem é
algo fantástico para o Linux e o código aberto em geral. Por várias
razões. Está mudando o paradigma da computação. Qualquer mudança de
paradigma que atrapalhe o monopólio da Microsoft é boa. Ela nos dá um
campo de batalhas igual para ir atrás de um mercado. Com isso, não há
dúvida que o Linux é a melhor alternativa para a nuvem.

Que celular você usa?Um iPhone. Não uso a Android porque, agora, a
Zimbra, que é o nosso aplicativo de e-mail em código aberto,
sincroniza muito bem com o iPhone. Estou tentando mudar para um
telefone com Linux. Não sei se a Zimbra está disponível para Android.
É um ótimo aplicativo.

O que você acha do crescimento do mercado dos netbooks?É um fenômeno
fantástico. Ele traz a computação para um novo grupo de pessoas que
não podia pagar por isso antes. A computação chega a pessoas bem mais
jovens, porque o aparelho é barato. Espero que mais deles rodem Linux
e que façamos um progresso nisso e mais pessoas se sintam
confortáveis. Com aparelhos mais baratos, o preço cobrado pelo
software se destaca mais. Isso é bom. Muita gente não sabe quanto paga
para a Microsoft, porque isso fica oculto pelo hardware.

O que o traz para o Brasil? (A entrevista ocorreu no mês de março)
Estou visitando a América Latina porque é uma das nossas regiões que
mais crescem. O Brasil em particular é um dos mercados que crescem
mais rápido. Temos muito sucesso aqui. E queremos continuar a investir
aqui. Dobramos o número de funcionários no último ano. E esperamos
crescer significativamente no próximo ano.

Você planeja algum tipo de investimento especial?Dobramos de tamanho
no último ano e esperamos crescer 40% em número de pessoas no próximo
ano. Estamos ampliando o nosso escritório aqui, vamos abrir nosso
escritório em Brasília.

Quantos funcionários vocês têm? Estamos chegando a 100.

Por que escolheram Brasília? Tivemos muito sucesso em negócios com o
governo federal. Queremos dar suporte local em Brasília.

Você acha que a crise financeira internacional vai ajudar o software
livre?Claro. Se olharmos quando a Red Hat começou a fazer sucesso, foi
depois da explosão da bolha. As empresas adotaram um risco calculado
de ir do Unix para o Linux. Descobriram que não era realmente
arriscado e conseguiram melhor performance e economizaram. Isso
continuou por sete anos. Viajei pelo mundo e, em todo lugar, encontrei
CIOs que disseram que não tinham uma estratégia de código aberto
antes, mas seus orçamentos foram cortados em 10%, 20% e não tinham que
tentar algo novo. O software livre é uma excelente alternativa, que
oferece mais inovação e flexibilidade.

Você acha que o presidente Barack Obama vai priorizar o software livre
no seu governo?O governo é o nosso principal cliente, por causa das
nossas vantagens em segurança. E também pela performance. Temos
clientes importantes em órgãos militares nos Estados Unidos, entre as
agências de segurança. Vamos crescer não por causa do Obama, mas pela
crise.



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Bruno Salgado Guimarães
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