Uma vez vi uma entrevista com uma odontóloga, tratando sobre o problema da "banguelisse" no Brasil. Em um determinado momento a jornalista pergunta se o fator preço não pesava no problema da escovação, afinal de contas material de higiene bucal costuma ser caro. A resposta foi esta:
- O único material de higiene bucal realmente eficiente é a escova de dentes. Até mesmo a pasta de dentes é absolutamente dispensável. Considerando que uma escova de dentes das mais baratas custa em torno de R$ 6,00 e que deve ser trocada a cada três meses, o custo seria de R$ 2,00 por mês. Então o problema não é o dinheiro, mas a educação doméstica que não cria o hábito de escovar os dentes 3 vezes ao dia. Mas Anahuac, o que tem esse papo odontológico haver com esta discussão? É que o problema dos atuais pseudo-ativistas do extinto movimento do Software Livre não é financeiro. É um misto de cansaço, senilidade, complacência e falta de impeto hacker. Então qualquer desculpa serve para se entregar ao lado negro da força. É como se falar sobre Software Livre, traduzir Software Livre ou codificar Software Livre isenta-se o uso do Software Livre. Então como eu uso muito, posso usar Gmail de boa! Ou se eu falo muito sobre Software Livre, então posso usar o Facebook para alcançar mais pessoas. E, esse raciocínio é simplesmente errado em si mesmo: não se pode abrir mão da liberdade para tentar conquistá-la, simplesmente não funciona. Porque não funciona? Porque a complacência é um artifício psicológico, em geral coletivo, que tende ao que é mais fácil, confortável e prazeroso, em contraponto ao que é certo. Então, assim, explicasse porque a maioria não se importa com o Software Livre e nem mesmo com o que é certo. Mas nós, aqui nesta lista, deveríamos ser os reagentes, ou seja, exatamente aqueles que agem não por puro prazer, mas por aquilo é certo. Voltando ao exemplo do servidor de e-mail, é verdade que o combate ao Spam é ingrato e inglório. É verdade, também, que ter à disposição o poder computacional e humano do Google para combatê-lo é algo extremamente desejável, mas me lembro de uma época, não muito distante, onde aprender M4 para poder configurar o sendmail era muito, mas muito mais legal! Não me interprete mal. Não acho que as coisas tem que ser difíceis para serem legais. Sou muito favorável às tendências de amigabilidade e usabilidade. Estou apenas apontando que se nós que somos os nerds, hackaers, ativistas cibernéticos começamos a colocar o conforto acima da ética, ao ponto de usarmos serviços devassos na rede, então estamos condenados. Que tal reagirmos? No caso do e-mail, o jeito mais fácil é contratando uma conta de e-mail ----- Mensagem original ----- > De: go...@riseup.net > Para: "PSL-Brasil" <psl-brasil@listas.softwarelivre.org> > Enviadas: Quinta-feira, 2 de outubro de 2014 11:27:45 > Assunto: Re: [PSL-Brasil] Para Bárbara, Software Livre com amor > > Heitor, > > Se você for um militante social contra o capitalismo, o riseup oferece > conta para você :) > > O espaço é bem curto, mas você pode usar pastas locais para evitar > encher sua caixa de entrada. > > www.riseup.net > > Se essa não for sua opção, juntar pessoas e dividir o custo operacional > é uma boa opção também. > > Atenciosamente, > > On 2014-10-02 09:38, Heitor Faria wrote: > > Anahuac, > > > > Como facilitarmos e custearmos o acesso aos anceios de liberdade? > > Penso que o maior aprisionamento hoje seja o email. Tentei durante > > algum > > tempo utilizar uma solução livre administrada por mim, um Postfix > > (salvo > > engano) + Squiremail / RoundCube. Mas a quantidade de spam era surreal, > > e > > acabei me rendendo ao Gmail. > > O próprio Expresso penso que conte com filtros de spam que não são > > livres. > > Escolhi o tema email pois você é o papa do negócio. Mas podemos começar > > por > > outro ponto. > > > > Abraços, > > > > 2014-10-02 8:45 GMT-03:00 <anah...@anahuac.eu>: > > > >> > >> Enquanto isso... > >> > >> Nem um único comentário dos apolíticos, apartidários, amorais, > >> aéticos, > >> areligiosos e apolarizados sobre o artigo que trata sobre Software > >> Livre! > >> > >> > >> > >> ----- Mensagem original ----- > >> > De: anah...@anahuac.eu > >> > Para: "PSL-Brasil" <psl-brasil@listas.softwarelivre.org> > >> > Enviadas: Quarta-feira, 1 de outubro de 2014 18:57:57 > >> > Assunto: [PSL-Brasil] Para Bárbara, Software Livre com amor > >> > > >> > > >> > Mais um artigo em http://www.anahuac.eu > >> > > >> > Longo! > >> > > >> > --------------------------------------- > >> > > >> > Querida amiga, você pediu por uma resposta. Ela é longa e bem > >> intencionada. A > >> > faço pública porque suas dúvidas e receios são também de outros. > >> > > >> > Na Campus Party Brasil de 2014 tive o prazer de te conhecer, Bárbara > >> Tostes. > >> > Naquele, então, estavas na equipe de curadores do eixo temático do > >> Software > >> > Livre e te mostrastes uma pessoa muito sagaz, empreendedora, cheia de > >> > inciativa e especialmente criativa. Assumistes para si a interação com > >> > os > >> > participantes do evento pelas redes sociais. Com nítidas habilidades > >> > gráficas estava claro que esse, era também, teu trabalho, ou seja, > >> fizestes > >> > das artes gráficas teu meio de vida e aplicavas nela todo o sentido > >> crítico > >> > do seu curso de jornalismo. > >> > > >> > Teu entusiasmo e personalidade me remeteram imediatamente aos primeiros > >> > ativistas de Software Livre que inundaram as primeiras edições do FISL e > >> > Latinoware. Então antes de mais nada, aqui há meu respeito e admiração > >> pelo > >> > seu trabalho e ativismo. Em segundo, um tremendo carinho por ser, você, > >> uma > >> > convicta e verdadeira ativista do Software Livre. E por fim, e mais > >> > importante, minha extrema preocupação pela sua absoluta inocência por > >> > não > >> > conseguir discernir Software Livre de OSI. > >> > > >> > Como tenho dito em outros artigos, OSI e Software Livre não são a mesma > >> > coisa. Na verdade suas convergências são muito menores que suas > >> diferenças. > >> > Enquanto um trata de filosofia, ética, moral e liberdade, o outro trata > >> de > >> > mercados, finanças, técnicas e modelos de negócio. Então misturar as > >> > duas > >> > coisas não poderia terminar bem. Você, Bárbara é apenas mais uma vítima, > >> > dessa mistura. E a culpa é minha. Não só minha, mas de toda a comunidade > >> de > >> > Software Livre que deliberadamente se deixou encantar pelos argumentos > >> > mercantilistas da OSI a uns 10 anos atrás. > >> > > >> > Li seu artigo “como é difícil ser livre!”, externando sua inocência e > >> > perplexidade frente aos novos argumentos levantados pelos ativistas do > >> > movimento Software Livre, que estão tentando corrigir o erro histórico > >> > de > >> > ter misturado o mercantilismo OSI com a filosofia GNU. Eu incluído e > >> citado. > >> > > >> > Já no primeiro parágrafo você deixa claro que não percebeu a mistura > >> > homogênea que foi feita com o propósito de destituir o conteúdo > >> filosófico > >> > do projeto GNU, quando fala nas Distribuições Linux. Permita-me te dizer > >> que > >> > essa não é uma verdade. O Movimento Software Livre não usa um sistema > >> Linux, > >> > não desenvolve um sistema Linux e não mantém um sistema Linux. O sistema > >> é > >> > GNU. O kernel pode ser Linux ou não. Mas o sistema como um todo é GNU. > >> Veja, > >> > no dia em que o kernel Hurd estiver usável e for feita uma distribuição > >> > usando-o, vamos chamá-la de distribuição Hurd? Pouco provável. Quer dois > >> > exemplos proprietários? Android e MacOS, usam kerneis livres. O primeiro > >> > Linux, o Segundo BSD. Não vejo ninguém chamando o MacOS de Distribuição > >> BSD. > >> > Nem o Android de distro Linux. A lista de exemplos é imensa: Gnome ou > >> KDE? > >> > Coloque o kernel no seu devido lugar: é apenas mais um componente do > >> sistema > >> > GNU. > >> > > >> > A marca Linux ganhou espaço na mídia e o consciente coletivo das massas, > >> > porque ele destitui o fator ideológico do nome do sistema operacional ao > >> > remover o GNU. Inclusive o Linus Torvalds tem um papel fundamental nesse > >> > processo por não dar a devida importância à liberdade. Como ele mesmo > >> > declara, ele “faz livre porque é divertido, o resto é bobagem”. Veja, o > >> > mesmo acontece com o termo “hacker”, que como todos nós sabemos, é algo > >> > bacana, legal, inteligente e excitante, mas que na mão da mídia marrom, > >> se > >> > transformou em sinônimo de crime, ilícito, desajustado, terrorista… > >> > > >> > Então se você defende a liberdade essencial, aquela que transforma a > >> vida, > >> > não use mais “Linux” para definir o nome de nenhum sistema operacional > >> > Livre. O Linux é um excelente projeto de Software Livre, coordenado por > >> um > >> > gênio que só olha par seu próprio umbigo. E nada mais. > >> > > >> > E você, Bárbara tem toda a razão quando diz que ser livre é muito > >> difícil. > >> > Guerras mundiais fora travadas em seu nome. Hoje o controle planetário > >> pela > >> > disseminação e uso das redes sociais devassas tem tudo haver com a > >> > manutenção ou perda das mais elementares liberdades individuais. Você > >> > não > >> > precisa ter algo a esconder para ter direito a privacidade. Até porque, > >> > pense bem, se for assim, todos os que manifestarem interesse em tê-la > >> serão > >> > alvos da curiosidade daqueles que não a querem permitir. Some à > >> complexidade > >> > natural do tema, toda a pressão de marketing e ideologias do livre > >> mercado, > >> > e teremos as reações mais absurdas, onde se justifica a perda da > >> liberdade > >> > em nome de tê-la! > >> > > >> > Confuso? Vou explicar, mas leia com calma os dois próximos parágrafos. > >> > > >> > Por volta de 2004 a comunidade de Software Livre no Brasil estava > >> > completamente convencida de que a liberdade tecnológica era o caminho > >> certo. > >> > O grande desafio era como fazer o GNU e sua filosofia chegar até as > >> pessoas. > >> > A FSF, com o Stallman e Alexandre Oliva à frente, bradavam que o > >> > objetivo > >> > não era a a massificação, mas o entendimento, o convencimento. Qualidade > >> > sobre quantidade, pois de nada adiantaria criar uma massa de usuários de > >> > tecnologias livres se eles não soubessem o que estavam usando. A > >> ignorância > >> > dos usuários seria o elo fraco que permitiria o a apropriação dos meios > >> > pelos poderosos, como sempre. E em contraponto estavam a Linux > >> > International, capitaneada pelo querido Maddog e Linus, e a OSI com seu > >> > maior expoente, Eric Raymon, que diziam exatamente o contrário: era > >> > necessário massificar o uso e a adoção a qualquer custo, em especial > >> pelas > >> > empresas que são o motor da sociedade capitalista ocidental. Uma vez que > >> a > >> > massa estivesse usando não seria nem necessário mais falar em liberdade, > >> > afinal, eles já estariam livres, certo? Dez anos depois, já podemos > >> concluir > >> > quem tinha razão. > >> > > >> > O Linux é sem dúvida um dos maiores e mais importantes projetos de > >> Software > >> > Livre, usado em 9 de cada 10 distribuições GNU. Portanto é um programa > >> > crítico que não deveria ser “infectado” por software não livre de forma > >> > alguma! Mas o argumento de que a massificação faria a diferença foi tão > >> > contundente que, como comunidade, como grupo social organizado, > >> permitirmos > >> > a inserção de código fechado nele, proprietário mesmo. Permitimos que > >> nossa > >> > liberdade fosse cerceada, na busca por garanti-la e massificá-la. Faz > >> algum > >> > sentido isso? Então agora a liberdade de escolha, aquela que você > >> menciona, > >> > está entre escolher qual será sua distribuição GNU não livre. Que > >> armadilha! > >> > > >> > Deveríamos ter reagido! Deveríamos ter dito: ei! Nada disso! Os > >> fabricantes > >> > de hardware que se ajustem, que abram seus drivers e façam maquinas > >> > compatíveis ou não compraremos seus equipamentos! Mas não fizemos isso. > >> > Porque não? Acreditávamos que se entregássemos os anéis, não perderíamos > >> os > >> > dedos. E com a massificação do Software Livre – que agora nem é tão > >> > livre > >> > assim – estaríamos levando o melhor para as pessoas. Erramos feio. E > >> estamos > >> > cometendo o mesmo erro com a adoção massiva das redes sociais devassas. > >> > Ativistas de Software Livre se lambuzando! Amanhã pagaremos o preço! > >> > > >> > O Ubuntu surgiu como sendo a prova material de que era possível ter um > >> modelo > >> > de negócio que respeita-se os conceitos filosóficos do Software Livre. > >> > Um > >> > distribuição GNU, jovem, com alto investimento financeiro, com estrutura > >> > profissional, com aquele jeito de empresa web, bom acabamento e um apelo > >> > intangível da inocência africana! Era quase como um ato de boa fé! Eu > >> mesmo > >> > embarquei nessa em 2005 e fui usuário e disseminador do Ubuntu até > >> novembro > >> > de 2012. Cheguei até a fazer um bordão com o significado, para provocar > >> os > >> > amigos do Debian: “Ubuntu é uma palavra africana que significa Debian > >> > bem > >> > feito”. Provocação pura! Assim ajudei a disseminar o Ubuntu e a > >> massificar o > >> > uso de “Linux”, como todos os demais ativistas de Software Livre! Estava > >> > militando no movimento social mais justo e revolucionário de que tenho > >> > notícia! Isso sem falar no meu uso do Gmail. > >> > > >> > O que aconteceu em outubro de 2012 foi uma das maiores traições à > >> comunidade > >> > de Software Livre mundial. Os detalhes e suas consequências estão > >> descritas > >> > no artigo “Microsoftização da Canonical“, mas em resumo, eles inseriram > >> um > >> > spyware no ambiente gráfico padrão sem avisar nada a ninguém! E como se > >> não > >> > bastasse a violação total de confiança, quando foram confrontados com os > >> > fatos, recorreram a argumentação mercadológica de que “todos estão > >> fazendo > >> > isso, então não é nada grave demais. Vocês, os radicais, estão fazendo > >> uma > >> > tempestade em um copo d’água”. Desde então, minha confiança na Canonical > >> e > >> > no Ubuntu foi reduzida a zero. Como confiar que essa é a única armadilha > >> > plantada sem conhecimento de ninguém? Afinal de contas as empresas de TI > >> são > >> > repletas de ações anti éticas, amorais e mercadológicas que “todas > >> fazem”. > >> > Na Canonical não podemos mais confiar. E mais uma vez, a comunidade > >> Software > >> > Livre em vez de se indignar, reclamar e deixar claro que não admitiria > >> > tamanha traição, fez o oposto: se fez de cega, surda e louca. Deu de > >> ombros, > >> > creditou mais uma paranoia à FSF e Stallman e continuou usando e > >> > disseminando o spyware disfarçado de Software Livre, como se estivessem > >> no > >> > maravilhoso mundo de Alice! > >> > > >> > Perceba que seu desejo é que as pessoas, prefeituras, bancos e demais > >> usem > >> > Software Livre. Então nada de Ubuntu, pois ele vem com um kernel cheio > >> > de > >> > componentes não livres e com spyware. Nada mais parecido com o Windows! > >> > Tanto que o amigo Júlio Neves o batizou de “Linux 8″! Mas alguns pseudo > >> > ativistas, inebriados pelo mercantilismo conseguem a proeza de deformar > >> > tanto a lógica livre, que tem propagado que usar Ubuntu é o mesmo que > >> usar > >> > Debian! Um absurdo completo! E se fosse um desqualificado a ter feito > >> > tal > >> > afirmação, ainda vá lá! Mas estamos falando de gente da própria > >> comunidade > >> > Debian! > >> > > >> > Mas nem tudo está perdido, pois parte da comunidade Software Livre > >> percebeu o > >> > engodo: não podemos mais pautar a liberdade tecnológica pelo dueto da > >> > massificação e mercantilização. Lentamente os sistemas operacionais > >> > estão > >> > perdendo a importância, sendo trocados por serviços e aplicativos na > >> nuvem. > >> > Inclusive os computadores, o hardware mesmo. Hoje se troca de celular, > >> > tablet ou notebook sem maiores traumas, afinal de contas os arquivos e > >> > aplicações podem ser restaurados com alguns cliques. E são esses os > >> grandes > >> > serviços que representam a maior opressão às liberdades que tanto > >> > defendemos. Google, Instagram, Facebook, Dropbox, Skype, Netflix e mais > >> um > >> > monte de aplicações proprietárias tem se apropriado das tecnologias > >> livres, > >> > das falhas em nossas licenças, e especialmente da complacência da > >> comunidade > >> > e dos movimentos, para repensar seus modelos de negócio da forma mais > >> > lucrativa para eles usando nossos meios de produção, ideias e trabalho > >> > colaborativo. Nenhuma preocupação com liberdades ou direitos, apenas > >> > massificação e lucros! > >> > > >> > Então, Bárbara, se você queria muito que as pessoas, prefeituras, > >> > bancos, > >> > negócios e demais usassem “Linux”, pode relaxar: 90% dos smartphones do > >> > mundo usam Android. Seu maior desejo já é realidade. Sabendo disso, se > >> > pergunte como essa massificação no uso aumentou a autonomia, segurança > >> > ou > >> > liberdade das pessoas? Até onde consigo perceber, ao usar Andoid de > >> fábrica, > >> > as pessoas estão carregando consigo sistemas de monitoramento em tempo > >> real. > >> > Ao adicionar suas contas do Google e permitindo, automaticamente, que a > >> mega > >> > corporação dos USA monitore cada movimento, ligação, mensagem, foto, > >> desejo, > >> > ideia ou sonho, elas estão sendo mais livres? Mas pode ser ainda mais > >> > sinistro: estudo de caso feito pelo Facebook com 700 mil pessoas provou > >> que > >> > eles são capazes, também, de influenciar diretamente o rumos e > >> expectativas > >> > dos usuários! Não estão apenas monitorando, classificando, perfilando e > >> > categorizando. Estão gerando tendências artificialmente. > >> > > >> > Sua insegurança é causada pelo choque de contrapor liberdade como algo > >> que > >> > não pode ser conseguida sem um modelo de negócios que gere receita para > >> > pagar as contas. Essa é a grande mentira do sistema capitalista, onde o > >> > objetivo maior é ganhar dinheiro e não fazer as coisas do jeito certo. A > >> > concepção de que o objetivo maior é ganhar a vida antes de educar, ser > >> > educado, respeitar e ser respeitado é o que afoga a todos no mar de lama > >> do > >> > consumismo. Como somos impelidos a nos classificar em sociedade, > >> terminamos > >> > fazendo isso pelo consumo. Onde quem consome mais é melhor. Não se > >> destaca > >> > quem respeita mais, ou quem ama mais, ou quem mais luta pelas minorias, > >> ou > >> > quem, de fato, dedica a vida a defender a liberdade. A capacidade de > >> acúmulo > >> > e consumo passou a definir quem se destaca. Antepor qualquer valor > >> > moral, > >> > ético ou até mesmo religioso a isso, te desqualifica em vez de te > >> destacar. > >> > > >> > Eu não estou me contrapondo a ganhar dinheiro. Não estou propondo viver > >> de > >> > luz, nem nenhuma outra baboseira (me desculpem os bobos) desse tipo. Eu > >> vivo > >> > de Software Livre! Ganho a vida da mesma forma que você e dos demais 95% > >> dos > >> > humanos: vendendo minha força de trabalho. Viver de Software Livre é > >> igual a > >> > viver de qualquer outro tipo de Software. É como plantar orgânico ou > >> > transgênico. Plantar é plantar oras! Mas o que se planta e como se > >> planta, > >> > definira certamente o que se colhe. Eu planto Software Livre, sem > >> > agrotóxico, sem semente transgênica e sem atravessador. Quem me ensinou > >> foi > >> > o Stallman. > >> > > >> > Concordo muito contigo quando dizes “que não podemos ser livres assim, > >> que > >> > não podemos mostrar a liberdade que temos (ou não temos), sem exemplos”. > >> > Nós, os ativistas de Software Livre devemos dar o exemplo do que é ser > >> livre > >> > tecnologicamente, e devemos defender essa liberdade. Devemos não fazer > >> > concessões, não sermos coniventes, não sermos acomodados ou > >> > complacentes, > >> > além de não nos deixar levar pelas ondas mercadológicas. Como ativistas, > >> > devemos nos recusar a usar ferramentas proprietárias e devassas como > >> > Facebook e Gmail. Devemos refutar com veemência o Ubuntu pela sua > >> traição. > >> > Não devemos assinar o NetFlix. Devemos retomar o curso da defesa do > >> Software > >> > Livre e seus símbolos: FSF, GNU e Stallman. Olhar para trás, identificar > >> o > >> > erro e corrigi-lo, como bons hackers que somos! > >> > > >> > Um dia, muitos optaram por se libertar do Windows! E isso foi muito além > >> de > >> > apenas não usar Software Proprietário. Fomos criticos contumazes de seu > >> > modelo de negócio, dos seus ardis mercadológicos e de se seus anseios > >> > monopolistas. O que difere as empresas que citei antes da Microsoft? Foi > >> a > >> > promessa de que uma nova ordem estava se estabelecendo e que nós > >> > faríamos > >> > parte dela. Uma nova ordem tecnológica que levaria liberdade, segurança > >> > e > >> > autonomia ao usuário. Então, uma vez empoderado, nós, os humanos > >> conectados, > >> > seríamos mais fortes e poderíamos usar esse poder para transformar o > >> Mundo > >> > em um lugar melhor, mais justo, mais limpo, mais fraterno. Eu sonhei > >> > isso > >> > contigo e com muitos outros. > >> > > >> > Mas a realidade é bem diferente. Ingênuos, fomos usados, fomos corroídos > >> por > >> > dentro pelo movimento contra-revolucionário chamado OSI. Esse movimento > >> > infiltrou o mercantilismo e a complacência com o Software Proprietário, > >> sob > >> > o argumento da massificação de seu uso, e promoveu o “Linux” sobre o > >> “GNU”, > >> > os modelos negociais sobre as comunidades de usuários, o ganha-pão sobre > >> o > >> > voluntariado, o Maddog sobre o Stallman, e como eles mesmo dizem, não > >> veem > >> > mal algum em usar as redes sociais e serviços on-line privativos. Hora > >> > de > >> > reagir! > >> > > >> > Então minha amiga. Concordamos que ser livre não é fácil. Será que > >> > concordaremos mais ainda? > >> > > >> > Saudações Livres! > >> > > >> > > >> > > >> > -- > >> > Anahuac de Paula Gil > >> > > >> > Anahuac - http://www.anahuac.eu > >> > KyaHosting - http://www.kyahosting.com > >> > suaNUvem - http://www.suanuvem.com > >> > DiasporaBR - http://diasporabr.com.br > >> > OpenLDAP - http://www.openldap.com.br > >> > Twitter: @anahuacpg > >> > Diaspora: anah...@diasporabr.com.br > >> > Jabber/XMPP: anah...@diasporabr.com.br > >> > _______________________________________________ > >> > psl-brasil mailing list > >> > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > >> > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > >> > Regras da lista: > >> > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > >> > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > >> > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil > >> > >> -- > >> Anahuac de Paula Gil > >> > >> Anahuac - http://www.anahuac.eu > >> KyaHosting - http://www.kyahosting.com > >> suaNUvem - http://www.suanuvem.com > >> DiasporaBR - http://diasporabr.com.br > >> OpenLDAP - http://www.openldap.com.br > >> Twitter: @anahuacpg > >> Diaspora: anah...@diasporabr.com.br > >> Jabber/XMPP: anah...@diasporabr.com.br > >> _______________________________________________ > >> psl-brasil mailing list > >> psl-brasil@listas.softwarelivre.org > >> http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > >> Regras da lista: > >> http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > >> SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > >> http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil > >> > > > > > > > > _______________________________________________ > > psl-brasil mailing list > > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > > Regras da lista: > > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil > _______________________________________________ > psl-brasil mailing list > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil -- Anahuac de Paula Gil Anahuac - http://www.anahuac.eu KyaHosting - http://www.kyahosting.com suaNUvem - http://www.suanuvem.com DiasporaBR - http://diasporabr.com.br OpenLDAP - http://www.openldap.com.br Twitter: @anahuacpg Diaspora: anah...@diasporabr.com.br Jabber/XMPP: anah...@diasporabr.com.br _______________________________________________ psl-brasil mailing list psl-brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil SAIR DA LISTA ou trocar a senha: http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil