Não acredito que um modelo SaaS seja conflitante com software livre. Simplesmente tu pode criar e manter a aplicação rodando na nuvem e cobrar pelo suporte e pela infraestrutura. O que tu precisa fazer é liberar o código-fonte da tua aplicação e as especificações para que quem desejar possa rodar a aplicação localmente na rede. Existem empresas que fazem quase isso: Vendem o aluguel de uma solução SaaS, e tem a opção de uma hardware appliance, uma virtual appliance e/ou uma software appliance com todos os recursos e mantém uma versão comunitária com limitações de recursos. O problema está nessa limitação de recursos entre a versão comunitária e a versão completa. O que se poderia fazer é liberar uma software appliance (ou menos recomendável, uma virtual appliance) com todos os recursos, o que permite ao usuário rodar na sua própria infraestrutura, dando o controle que a GPL exige.
Em 27 de outubro de 2015 12:04, Thiago <thiago.zoroas...@bol.com.br> escreveu: > Uma empresa de software livre emprega pessoas para desenvolver os programas > e o conjunto de softwares do sistema operacional. Várias empresas podem > manter o ecossistema funcionando bem e garantindo um sistema atualizado, > seguro e menos bugs. > > Se oferece serviços como formatação ou qualquer outro tipo de fornecimento > de computadores com o S.O. é praticar SaaS (?). Algo do Projeto GNU é 'ter > controle sobre sua própria computação', que é inviável para > 'usuários-finais'. > > Uma empresa que siga os princípios do movimento se preocuparia unicamente > com as liberdades do software, implicando na melhoria da qualidade do > software, surgimento de novas funções e melhoria nas funcionalidades dos > softwares livres. > > Se uma empresa investe na melhoria de softwares livres terá um produto mais > competitivo no mercado. Mas como competir no mercado se SaaS não é uma > prática de liberdade do software? E não é, mesmo. Seria se o usuário > buscasse o software para usá-lo, livre. > > Uma empresa precisa de dinheiro para manter seus funcionários. E se investe > na competitividade de um 'produto', por que não atacar o mercado? Ou seria > preciso encontrar outra forma de financiar o desenvolvimento de software > livre. E provavelmente há. > > On 27-10-2015 02:52, Alexandre Oliva wrote: >> >> On Oct 25, 2015, cristiano furtado <cristianofurtad...@gmail.com> wrote: >> >>> A red hat não é uma empresa de SL. Ela mantém uma distribuição Linux com >>> licença paga não? >> >> IMHO há vários enganos e um acerto nesse trecho da sua mensagem. >> >> >> Licença ser paga ou não tem nada que ver com Software Livre. O Livre do >> Software Livre é de Liberdade, não de preço. Significa ser livre >> inclusive para cobrar o quanto quiser pelo software e pelos serviços >> relacionados, inclusive os de empacotamento e distribuição. >> >> A licença de uso da distro GNU/Linux da Red Hat para empresas, que eu >> saiba, não é paga. No caso específico da assinatura da distro GNU/Linux >> da Red Hat, paga-se pelo serviço de suporte. Prova: mesmo após >> encerrado o contrato (de serviços), pode-se continuar executando, >> modificando e distribuindo todo o software, à exceção dos minúsculos >> pacotes de imagens (não software) contendo logotipos e marcas >> registradas, discriminados no contrato. >> >> Apesar do nome, a distribuição da Red Hat é de GNU com Linux. Como já >> dizia o pai da criança, Linus Torvalds, antes da influência lhe subir à >> cabeça, o Linux é um kernel que sozinho não serve para nada. Para >> torná-lo útil, precisa do software copyleft do GNU. Fecha aspas >> (citando de memória, mas vai ver o anúncio do lançamento da primeira >> versão do Linux que tá tudo isso lá) >> >> >> Red Hat não se apresenta como empresa de Software Livre, mas de Open >> Source, que está longe de ser a mesma coisa. Embora no que diga >> respeito ao software em si a diferença seja minúscula, as motivações, os >> posicionamentos e as decisões importantes são norteados pelos valores do >> Open Source, fundamentalmente diferentes dos valores do Software Livre. >> >> Cito como exemplos importantes (i) a tolerância ao software privativo, >> algo inimaginável para o Movimento Software Livre, mas prática comum no >> Open Source que trata o software privativo como algo inferior ou >> inconveniente; (ii) a progressiva adoção e promoção de modelos de >> serviços como substitutos de software (SaaSS), perfeitamente compatível >> com o desenvolvimento Open Source, mas que resulta em algo ainda pior >> que o software privativo para o usuário. >> >> >> Concordo que Red Hat não seja uma empresa de Software Livre. Há >> empresas comercialmente sustentáveis que jamais oferecem a seus clientes >> software que os prive das liberdades essenciais relativas ao software, >> mas a Red Hat infelizmente não é uma delas, ainda que os desvios da >> prática compatível com os princípios do Software Livre no que diz >> respeito ao tratamento com clientes da Red Hat sejam relativamente >> raros, até onde sei. >> >> A decisão de jamais abusar dos clientes (oferecendo software em >> condições incompatíveis com as liberdades essenciais) e de jamais ajudar >> terceiros a abusar deles (repassando software dos terceiros acompanhado >> desse mesmo tipo de condições) parece ser algo inviável no mundo das >> corporações enquanto sociedades anônimas. Todas as entidades comerciais >> que conheço que levam princípios a sério o fazem por decisão de seus >> sócios fundadores, e mantêm distância segura da tentação de abusar dos >> clientes, mesmo quando isso afaste potenciais investidores. >> >> >> Nesse sentido, a ideia de investir em empresas de Software Livre, >> condicionando o investimento à observância dos princípios do movimento, >> parece-me uma ideia muitíssimo interessante. >> >> >> {}s, >> > > _______________________________________________ > psl-brasil mailing list > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil -- Marcos Alano ---------------------------------------------- P: Por que este email é tão curto? 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