Linux Foundation mata o GNU

Acontecimentos recentes precisam acionar todos os alarmes do ativismo 
cibernético. O golpe final está muito próximo. O algoz é a Linux Foundation e a 
vítima é o GNU. O plano tem se baseado na repetição incansável de que o sistema 
operacional livre, que é um marco tecnológico, se chama Linu, nasce em 1991 e 
se baseia nos conceitos revolucionários do Open Source. E onde está o GNU que 
nasceu uma década antes? Não sou eu quem está fazendo uma acusação leviana, é a 
própria Linux Foundation quem o diz em seu documentário "O mundo sem Linux" 
[1]. Trata-se de uma animação em seis episódios, feita com primor e precisão 
cirúrgica para convencer até os velhos ativistas de que o GNU nunca existiu.

Qualquer pessoa que não conhecer a história toda e vir esse documentário da 
Linux Foundation terá certeza absoluta que tudo começou em 1991 e não saberá 
nem que um dia existiu o GNU.

A força da repetição, levada a uma escala global é impossível de deter. Nobres 
significados já foram subvertidos antes, como o termo "hacker" que virou 
sinônimo de bandido digital pelo simples interesse de colocar todos, os 
bandidos e os questionadores, no mesmo balaio. Questionar, aprender, testar, 
compartilhar e colocar o "status quo" em uma posição incômoda não é crime. Mas 
incomoda. O mesmo acontece com a marca Linux, sendo repetida a exaustão para 
remover os conceitos ideológicos que o GNU carrega em si. Matar o GNU é matar a 
contraposição provocada pela liberdade do código. Foi exatamente com o objetivo 
de eliminar esse incômodo que a OSI foi criada.

Mas esse é um enredo bem conhecido e, infelizmente, ignorado pela maioria dos 
envolvidos em tecnologia. É como se eliminar o GNU fosse algo "cool", bacana, 
legal, simples. Quantas vezes tive que ouvir que dizer GNU/Linux era difícil e 
que ajudava mais na aceitação do novato dizer apenas Linux. Bom, hora de 
assumir sua parcela de culpa na tentativa de extinção do GNU.

Alerta vermelho!

    A Linux Foundation diz que a Microsoft será uma grande parceira

Como assim? Simples: no pensamento OSI o que realmente importa é o acesso ao 
código, no limite necessário, para melhorar os meios de produção de tecnologia. 
Mais rápido, eficiente, com mais qualidade e muito mais barato. Trata-se de um 
modelo de negócios e se a Microsoft aderir a esse modelo, que mal há? Não 
acredita? Leia matéria original direto da linux.com [2]

    O Linux não é Open Source

O que dirá Software Livre então? Nem pensar! O professor Rodolfo Pilar deixa 
isso muito claro neste artigo que ele mesmo intitulou de "El kernel Linux no es 
libre" [3]. É um texto pequeno, frio e calculista. Ele baixa o Linux. olha os 
fontes e encontra código não livre. Simples e preciso. Nenhum lero-lero 
ideológico. Não deixe de conferir.


O que mais você precisa para perceber que se não fizermos algo o GNU será 
extinto? Se não agirmos rápido permitiremos que os valores difundidos pela FSF 
e pelo GNU, de que o acesso ao código deve empoderar os usuários para inverter 
a relação entre esses e os produtores de tecnologia, serão suplantados pela 
outra ideologia, que defende o acesso ao código como um pilar para meios de 
produção mais eficientes.

Perceba que não se tratam de ações isoladas e desconexas. Fica cada vez mais 
evidente que é uma ação deliberada para extinguir o Software Livre, 
suplantando-o pelo Open Source. Uma pesquisa rápida demonstrará que o termo 
"Open" tem sido usado mundialmente como sinônimo de "livre". Mas não significam 
a mesma coisa, não tem o mesmo peso ideológico, não se baseiam nas mesmas 
premissas e não reagem na sociedade da mesma forma. Open/Aberto defende meios 
de produção e Free/Livre buscam mudar a sociedade em busca de um Mundo melhor. 
Como o "status quo" não tem interesse em mudanças que alterem as relações de 
poder, então o Open/Aberto é estimulado como uma versão mais suave de 
liberdade. Assim, subitamente parece que o mundo todo aderiu ao "Open": Open 
Mind, Open Data, Open Office, Open House e por ai vai.

Que fique claro: algo aberto não é necessariamente livre. E é exatamente dessa 
dubiedade que o "status quo" se alimenta. Vende liberdade, mas fornece prisões.

O que fazer?

Algumas ações são mais simples que outras, mas todas são possíveis e qualquer 
uma delas, mesmo que seja uma só, fará toda a diferença. Lembre-se que sua 
participação é fundamental.

    Diga somente GNU! Não se refira mais ao sistema operacional como Linux. 
Minha sugestão é que você sequer diga GNU/Linux.  Mesmo que você não concorde 
plenamente, neste momento, ajuda muito se fizermos um esforço para reforçar o 
GNU. Estamos tentando virar o jogo, lembra? E depende muito apenas de você e de 
cada um de nós. Por que? Oras, porque quando você disser GNU, o desavisado não 
saberá ao que você se refere e essa é a oportunidade para falar sobre 
liberdade, compartilhamento que revoluciona e como essa ação tem o poder de 
transformar a sociedade. Linux? Isso é só mais um programa de computador que 
nem sequer é livre.
    Não use mais o Tux. Adote outros mascotes para referenciar seu apreço pelo 
Software Livre. O Tux é o logo do Linux. Linux não é livre. Portanto esqueça o 
Tux. A fauna do Software Livre é imensa e com certeza você vai encontrar um 
outro animal que lhe agrade. Na dúvida, opte pelo próprio GNU.
    Não use Linux. Existe um conjunto de distribuições GNU [4] que não usam 
Linux: Trisquel, Parábola e gNewSense são alguns exemplos. Esses sistemas 
operacionais usam um kernel chamado linux-libre [5], um Linux "desentuxicado" e 
mantido pela FSFLA.

É claro que a lista poderia ser muito mais longa, mas se você se comprometer a 
fazer apenas uma delas, podemos reverter o cenário e evitar a extinção do GNU.

Seja um "Amigo do GNU", seja #maisGNU!!!

Saudações Livres!



Links do texto

1 - http://www.linuxfoundation.org/world-without-linux
2 - 
http://www.linux.com/news/featured-blogs/158-jim-zemlin/871996-linux-foundation-and-microsoft-a-great-start-to-a-great-partnership
3 - https://pilas.guru/20151207/el-kernel-linux-no-es-libre/
4 - https://www.gnu.org/distros/free-distros.html
5 - http://www.fsfla.org/ikiwiki/selibre/linux-libre/


http://www.anahuac.eu/linux-foundation-mata-o-gnu/

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