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Lista: ibap (Fique atento: dicas no rodape!)
Mensagem enviada por: "=?ISO-8859-1?Q?Bruno_Espi=F1eira?=" <[EMAIL PROTECTED]>
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Lúcidas e pertinentes vossas palavras caro colega Gustavo !

Bruno Espiñeira

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> De: Gustavo Amaral <[EMAIL PROTECTED]>
> Para: [EMAIL PROTECTED]
> Assunto: cheRES: [IBAP] PENA DE MORTE 
> Data: Segunda-feira, 10 de Maio de 1999 20:20
> 
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> Lista: ibap (Fique atento: dicas no rodape!)
> Mensagem enviada por: "Gustavo Amaral" <[EMAIL PROTECTED]>
> ----------------------------------------------
> 
> 
> Ainda quanto a colocação do colega Luiz Padilha, convém lembrar que há
> autores nos EUA que se põe contra as despesas com tratamento de
aidéticos,
> ao argumento de que são gastos muito elevados que não se justificam.  Na
> visão deles, o Estado deveria gastar apenas com campanhas de
esclarecimento,
> pois, esclarecidos, aqueles que resolvessem praticar condutas de risco
> seriam equiparados a quem resolve pular de Bungue Jump (aquela coisa de
> maluco onde alguém se atira de uma altura enorme preso em uma corda
> elástica): admite correr um risco em busca de uma emoção e nada
justificaria
> retirar recursos públicos para minorar as conseqüências de um risco
> conscientemente assumido.
> 
> É, realmente, uma opinião, como o extermínio de deficientes físicos para
> purificar a raça ariana também foi uma opinião.
> 
> Defender a pena de morte por fundamentos morais (caráter retributivo ou
> intimidatório), é algo defensável, agora, defender por questões
econômicas,
> porque custa caro ou barato, aí já é demais.  Que o sistema penal é uma
> tragédia, é uma fábrica de monstros, todos sabem.  Agora, convém lembrar
que
> muitas das vezes a diferença entre quem está fora e quem está dentro da
> cadeia é uma questão de "sorte" ou "azar" de ter sido pego ou não e que a
> diferença entre um "fenomenal sonegador" e alguém que "esquece" de
colocar
> na declaração de imposto de renda o valor de uma ou outra aula que foi
> convidado a dar é apenas a de oportuindade.
> 
> Com certeza, nenhum de nós irá preso em qualquer momento de sua vida,
ainda
> que pegue a direção com umas doses de bebida a mais ou cometa algum tipo
de
> delito, salvo situações extremadas.  A cadeia não foi feita para a classe
> média, mas apenas para os pobres.  Quem é o assassino, o menino que dá
uma
> rajada de AR-15 num assalto a um carro ou quem faz o contrabando das
armas?
> E por falar nisso, será que os operadores do contrabando de armas são
> nostros hermanos? Ou vivem no morro?  Ou então são honoráveis membros de
> nosso meio?
> 
> Falar de casos como os que são capa da VEJA desta semana é atacar o
varejo
> da violência, é tentar tratar dos sintomas, é como prender ou matar o
> traficante, o "chefão do morro": dez dias depois há outro chefe e está
tudo
> igual.
> 
> A pena de morte atacará apenas esses sintomas e desviará a atenção dos
> pontos fundamentais, que são a investigação criminal séria (não voltada
para
> fazer notícia), a política de segurança pública em especial das camadas
> excluídas e uma política de inclusão social.
> 
> Recomendo a todos, vivamente, ver o documentário feito pelo Walter Salles
> Jr., que a GNT passou há um mês, mas deve reprisar: "notícias de uma
guerra
> particular".
> 
> -----Mensagem original-----
> De:   [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]] Em nome
de
> Guilherme Jose Purvin de Figueiredo
> Enviada em:   Segunda-feira, 10 de Maio de 1999 11:57
> Para: [EMAIL PROTECTED]
> Assunto:      Re: [IBAP] PENA DE MORTE
> 
> -----------------------------------------------
> Lista: ibap (Fique atento: dicas no rodape!)
> Mensagem enviada por: Guilherme Jose Purvin de Figueiredo
> <[EMAIL PROTECTED]>
> ----------------------------------------------
> 
> 
> Gostaria que nossa lista contasse com a manifestação dos membros do Grupo
> de Direitos Humanos da PGE/SP e das Comissões de Direitos Humanos da OAB.
> De qualquer forma, acredito que está havendo um evidente exagero em se
> afirmar que os gastos com um presidiário seriam suficientes para
alimentar
> "milhares de bocas". Tenho ouvido esse argumento por parte de deputados
> radialistas há muitas décadas. No entanto, as informações que tenho é que
> os gastos com presidiários estão muito mais relacionados com malversação
de
> dinheiro público, sendo muito pouco destinado à sua alimentação e às
> despesas com as instalações carcerárias.
> Há alguns dias, saiu na Folha de S.Paulo que os gastos no Município de
> S.Paulo com uma única criança em creche bastaria para pagar mensalidades
> num colégio suiço - ou, se preferir, num colégio em Heidelberg. O que
> faremos então? Acabamos com as creches? Ou, talvez, com as crianças
> carentes? Sejamos coerentes até o fim com essa linha de raciocínio!
> Foi dito também que o debate não poderia transcorrer num clima de
> passionalidade. A dúvida que me assalta é se o tema "defesa da pena de
> morte" pode ser debatido fora desse clima. Normalmente, os seus
defensores
> são testemunhas de casos trágicos que os fazem, passionalmente, passar a
> defendê-la. Não poderia, nenhum de nós poderia condenar uma pessoa que
> tenha tido essa terrível experiência em seu meio familiar. Tanto é assim
> que este debate surgiu a partir do conhecidíssimo e-mail sobre os rins
> extirpados no RS. Ademais, o tema é pré-jurídico, pois a
> institucionalização da pena de morte só poderia se dar "de lege ferenda".
> Finalmente, não vejo absolutamente nenhuma incompatibilidade entre
defender
> o fim da pena de morte e defender o Estado Social de Direito. Pelo
> contrário: uma distribuição de rendas justa, a defesa dos valores sociais
> do trabalho, a repressão ao tráfico de entorpecentes, a elevação da
> qualidade dos meios de comunicação e  o investimento na área de
assistência
> social à criança, ao adolescente e ao idoso certamente implicarão na
> redução da criminalidade e, com isto, na relativização deste tema.
> Concordo com a afirmação do Dr.Padilla no sentido de que somos
> co-responsáveis por esta ordem social iníqua, não em razão do fato de não
> haver pena de morte institucionalizada no Brasil, mas porque não
> manifestamos nosso repúdio à inexistência de uma política social (ao
menos
> no plano federal), isto é, porque não exercemos nossa cidadania plena.
> Fica apenas a pergunta: Onde foram obtidos os dados que embasam a
afirmação
> no sentido de que os gastos com um presidiário bastariam para alimentar
> milhares de bocas?
> Cordialmente,
> Guilherme Purvin - PGE/SP
> 
> 
> 
> At 18:51 08/05/99 -0300, you wrote:
> Para cada bandido que você coloca na cadeia - você está retirando pão de
> milhares de bocas. e  aqueles que são destinados a manter os presídios
> seriam suficientes para  alimentar todas populações carentes. (será que
nós
> somos realmente  semelhantes a um bandido que mata o pai na frente dos
> filhos pequenos ?)           condenamos milhares de pesoas à morte lenta,
> de fome,  de frio, por falta de condições de saúde... Mas ninguém irá nos
> acusar de tê-las  matado...           É só
> >um ponto de vista       Atenciosamente       Luiz R. Nuñes Padilla
> >Procurador do Estado do RS     Professor da Faculdade de Direito da
Ufrgs
> >  Membro do IBAP, IBDP, e IARGS     Doutorando pela Universidade de
> >Santiago de Compostela,  Espanha
> 
> -
> -------------------------------------------
> Dicas:
> 1. Duvidas e instrucoes diversas, procure por Listas em:
> http://www.pegasus.com.br
> 2. Treinamento a distancia: Redes TCP/IP: Teoria e Pratica
> http://www.ganymede.com.br
> 
> -
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