Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Joao Marcos
Cassiano, e demais colegas:

(1) Da importância de se (oferecer e) exigir uma *formação pedagógica*
para os aspirantes a docentes: _outro_ ponto importante a ser
acrescentado à discussão, transversal ao título auferido via curso de
graduação.  Imagino que valerá igualmente para todas as áreas de
estudo/ensino?

(2) Do fenômeno de reserva de mercado para a graduação em "Filosofia"
(para proteção adicional contra os bacharéis em Teologia ou em
Direito?): a situação é talvez semelhante ao que ocorre na Matemática,
cujos concursos frequentemente exigem bacharelado em Matemática para
proteção adicional contra os danados dos bacharéis em Física.  Ou,
pior, contra os malditos bacharéis em Engenharia.

Qualquer (outro) fenômeno cartorial de caráter tipicamente tupiniquim
deveria ser repudiado sem uma BOA justificativa, escrita com todas as
letrinhas que necessárias forem.

[]s, Joao Marcos

On Wed, Dec 14, 2022 at 2:05 PM Cassiano Terra Rodrigues
 wrote:
>
> Camaradas, bons dias.
> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós 
> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica, 
> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina e 
> muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou falando 
> da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era recém nascida. 
> Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga horária quanto 
> por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou, não apenas na 
> UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá.
> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um contexto 
> mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" não surgem do 
> nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao concurso da UnB, o 
> edital diz "graduação em filosofia", o que me parece incluir licenciatura e 
> bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o edital todo, mas se for 
> realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em matemática, engenharia ou 
> direito e licenciatura em filosofia (ou vice-versa) e estaria apta a prestar 
> o concurso. Se for isso mesmo, não vejo tanto problema na exigência; é 
> restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq acho q cabe aqui lembrar q a carreira 
> docente nas universidades brasileiras inclui a docência, apesar de muita 
> gente não gostar disso. E a realidade no Brasil é q há mais cursos de 
> filosofia com professores q são formados em teologia ou direito do q em 
> filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,  reunia as áreas de Teologia e 
> Filosofia, e a separação não mudou a realidade). Isso incapacita os 
> professores a priori? Não creio q seja o caso. Mas é um fato a se pensar q 
> nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram o contexto da profissionalização q 
> hoje é imprescindível. Diploma não é garantia de conhecimento, mas se 
> prescindirmos dos diplomas, então q seja abolida também a estrutura 
> disciplinar, departamental e burocrática q sustenta a universidade como 
> instituição de produção capitalista de conhecimento (lembremos q a 
> "modernização" departamental foi uma imposição do regime militar, severamente 
> criticada à época; hj, é praticamente um dado da natureza, tamanha a falta de 
> questionamento). Não me parece q temos o q por no lugar em nenhum país do 
> mundo e isso nada tem q ver com recusar a interdisciplinaridade; inclusive, 
> eu diria q no atual estágio de capitalização das universidades no mundo, a 
> interdisciplinaridade é um fator desejado para a reprodução do capital. Eu 
> mesmo faço um elogio da interdisciplinaridade e sou a favor de concursos 
> abertos à diferentes áreas, mas é preciso defender a especificidade da 
> formação ao mesmo tempo, não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a 
> docência, pois a interdisciplinaridade no conhecimento vem do aprofundamento 
> específico - é por aprofundar o conhecimento na sua área q alguém busca o de 
> outras, deixem-me dizer assim - é o próprio desenvolvimento das questões q 
> leva à necessidade de recorrer a outros saberes, pois conhecer, pesquisar, 
> filosofar ou fazer ciência são atividades essencialmente comunicativas. No 
> contexto de fragmentação das áreas de conhecimento, a filosofia, coitada, 
> parece q perdeu tanto terreno q até hoje sofre a perda da identidade, mas tb 
> sofre de falta de respeito por parte de outras áreas, q são esquizofrênicas 
> qdo se trata de lidar com a filosofia. Se é possível filosofar em alemão, 
> tupi ou mesmo português, e poetas e até donos de padaria filosofam, ao mesmo 
> tempo filosofia não é qualquer coisa q basta querer fazer para conseguir. A 
> esquizofrenia está aí: ninguém sabe o q é filosofia, mas todo mundo quer 
> filosofar e acha q consegue. Longe de mim dizer quem pode ou não fazer qq 
> coisa, mas entre a intenção e o gesto vai uma distância e não me parece q 
> seja possível muito menos desejável escamotear q para não ficarmos presos ao 
> 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Cassiano Terra Rodrigues
Julio, nessa produção, vc inclui tb docência para o jardim da infância e
adolescência ou isso é desprezível?
Se for desprezível, discordo veementemente. Acho q deveria contar e muito
nos concursos, ao contrário do habitual.
Abraços,
cass.

Em qua., 14 de dez. de 2022 18:37, Aldo Figallo-Orellano <
aldofiga...@gmail.com> escreveu:

> Concordo plenamente com o professor Stern.
>
>
>
> Em qua., 14 de dez. de 2022 18:31, Julio Stern 
> escreveu:
>
>> Caros:
>> Para mim,  Jardim de infancia, Primario, Ginasio, Colegio e Graduacao,
>> pertencem a etapas da (pre-) adolescencia, e nao ha a menor justificativa
>> em exigir que, para qq funcao academica, um candidato tenha
>> colegio tecnico ou graduacao disto ou daquilo ---  eh ridiculo.
>> Quanto a pos-graduacao, pode-se obter excelente formacao em
>> Filosofia, e deptos de Filosofia, Matematica, Fisica, Computacao,
>> Antropologia, Historia, etc., etc., etc.
>> Esta balela de exigir diplominha disto ou daquilo tem que acabar.
>> O que interessa eh producao academica,  ponto.
>> Tudo de bom, ---Julio Stern
>>
>> --
>> *From:* logica-l@dimap.ufrn.br  on behalf of
>> Daniel Durante 
>> *Sent:* Wednesday, December 14, 2022 7:42 PM
>> *To:* Cassiano Terra Rodrigues 
>> *Cc:* Lista Lógica ; Joao Marcos <
>> botoc...@gmail.com>; joaov...@gmail.com ; João
>> Daniel Dantas 
>> *Subject:* Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica
>>
>> Oi Cassiano, João Daniel e Colegas,
>>
>> Concordo com tudo o que você disse, Cassiano, só que eu acho que alguém
>> que tem doutorado em filosofia, escolheu dedicar-se à filosofia, e
>> demonstrou alguma competência, já que obteve o título. Qual a razão, então,
>> de privar essa pessoa da possibilidade de dedicar-se à área que escolheu?
>>
>> Veja, não podendo fazer inscrição, a pessoa nem consegue a oportunidade
>> de demonstrar sua capacidade.
>>
>> Será que é medo de que quem não fez graduação em filosofia não consiga
>> dar aula de graduação em filosofia? Bem, se o medo é esse, a exigência
>> deveria ser licenciatura em qualquer área, e não graduação em filosofia. O
>> curso de bacharelado em filosofia, por exemplo, não cobra essa habilidade
>> de seus alunos.
>>
>> Isso sem falar que uma das etapas de todos os concursos é dar uma aula em
>> nível de graduação. Quem não sabe, não passa.
>>
>> Já se o medo é, conforme sugeriu João Daniel, que o candidato com outra
>> graduação não saiba suficientemente filosofia, já que os pontos do concurso
>> são muito especializados em lógica matemática, e o professor vai trabalhar
>> em um departamento de filosofia, então, se o medo é esse, que se mude o
>> programa do concurso e inclua pontos “filosóficos".
>>
>> Aquilo que se espera de um candidato deveria estar expresso nos pontos do
>> concurso e não em uma exigência específica de graduação. Não consigo ver
>> nenhuma preocupação legítima que possa ser motivação para essa exigência de
>> graduação na área que não seja melhor atendida mediante uma elaboração
>> criteriosa do programa do concurso.
>>
>> Saudações,
>> Daniel.
>> -
>> Departamento de Filosofia - (UFRN)
>> http://danieldurante.weebly.com
>>
>> On 14 Dec 2022, at 14:05, Cassiano Terra Rodrigues <
>> cassiano.te...@gmail.com> wrote:
>>
>> Camaradas, bons dias.
>> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós
>> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica,
>> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina
>> e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou
>> falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era
>> recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga
>> horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou,
>> não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá.
>> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um
>> contexto mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado"
>> não surgem do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao
>> concurso da UnB, o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece
>> incluir licenciatura e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o
>> edital todo, mas se for realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em
>> matemática, engenharia ou direito e licenciatura em filosofia (ou
>> vice-versa) e estaria apta a prestar o concurso. Se for isso mesmo, não
>> vejo tanto problema na exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq
>> acho q cabe aqui lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras
>> inclui a docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no
>> Brasil é q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em
>> teologia ou direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,
>>  reunia as áreas de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a
>> realidade). Isso incapacita os professores a priori? 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Aldo Figallo-Orellano
Concordo plenamente com o professor Stern.



Em qua., 14 de dez. de 2022 18:31, Julio Stern 
escreveu:

> Caros:
> Para mim,  Jardim de infancia, Primario, Ginasio, Colegio e Graduacao,
> pertencem a etapas da (pre-) adolescencia, e nao ha a menor justificativa
> em exigir que, para qq funcao academica, um candidato tenha
> colegio tecnico ou graduacao disto ou daquilo ---  eh ridiculo.
> Quanto a pos-graduacao, pode-se obter excelente formacao em
> Filosofia, e deptos de Filosofia, Matematica, Fisica, Computacao,
> Antropologia, Historia, etc., etc., etc.
> Esta balela de exigir diplominha disto ou daquilo tem que acabar.
> O que interessa eh producao academica,  ponto.
> Tudo de bom, ---Julio Stern
>
> --
> *From:* logica-l@dimap.ufrn.br  on behalf of
> Daniel Durante 
> *Sent:* Wednesday, December 14, 2022 7:42 PM
> *To:* Cassiano Terra Rodrigues 
> *Cc:* Lista Lógica ; Joao Marcos <
> botoc...@gmail.com>; joaov...@gmail.com ; João
> Daniel Dantas 
> *Subject:* Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica
>
> Oi Cassiano, João Daniel e Colegas,
>
> Concordo com tudo o que você disse, Cassiano, só que eu acho que alguém
> que tem doutorado em filosofia, escolheu dedicar-se à filosofia, e
> demonstrou alguma competência, já que obteve o título. Qual a razão, então,
> de privar essa pessoa da possibilidade de dedicar-se à área que escolheu?
>
> Veja, não podendo fazer inscrição, a pessoa nem consegue a oportunidade de
> demonstrar sua capacidade.
>
> Será que é medo de que quem não fez graduação em filosofia não consiga dar
> aula de graduação em filosofia? Bem, se o medo é esse, a exigência deveria
> ser licenciatura em qualquer área, e não graduação em filosofia. O curso de
> bacharelado em filosofia, por exemplo, não cobra essa habilidade de seus
> alunos.
>
> Isso sem falar que uma das etapas de todos os concursos é dar uma aula em
> nível de graduação. Quem não sabe, não passa.
>
> Já se o medo é, conforme sugeriu João Daniel, que o candidato com outra
> graduação não saiba suficientemente filosofia, já que os pontos do concurso
> são muito especializados em lógica matemática, e o professor vai trabalhar
> em um departamento de filosofia, então, se o medo é esse, que se mude o
> programa do concurso e inclua pontos “filosóficos".
>
> Aquilo que se espera de um candidato deveria estar expresso nos pontos do
> concurso e não em uma exigência específica de graduação. Não consigo ver
> nenhuma preocupação legítima que possa ser motivação para essa exigência de
> graduação na área que não seja melhor atendida mediante uma elaboração
> criteriosa do programa do concurso.
>
> Saudações,
> Daniel.
> -
> Departamento de Filosofia - (UFRN)
> http://danieldurante.weebly.com
>
> On 14 Dec 2022, at 14:05, Cassiano Terra Rodrigues <
> cassiano.te...@gmail.com> wrote:
>
> Camaradas, bons dias.
> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós
> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica,
> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina
> e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou
> falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era
> recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga
> horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou,
> não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá.
> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um contexto
> mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" não surgem
> do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao concurso da UnB,
> o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece incluir licenciatura
> e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o edital todo, mas se for
> realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em matemática, engenharia ou
> direito e licenciatura em filosofia (ou vice-versa) e estaria apta a
> prestar o concurso. Se for isso mesmo, não vejo tanto problema na
> exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq acho q cabe aqui
> lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras inclui a
> docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no Brasil é
> q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em teologia ou
> direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,  reunia as áreas
> de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a realidade). Isso
> incapacita os professores a priori? Não creio q seja o caso. Mas é um fato
> a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram o contexto da
> profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é garantia de
> conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja abolida
> também a estrutura disciplinar, departamental e burocrática q sustenta a
> universidade como instituição de produção capitalista de conhecimento
> (lembremos q a 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Julio Stern
Caros:
Para mim,  Jardim de infancia, Primario, Ginasio, Colegio e Graduacao,
pertencem a etapas da (pre-) adolescencia, e nao ha a menor justificativa
em exigir que, para qq funcao academica, um candidato tenha
colegio tecnico ou graduacao disto ou daquilo ---  eh ridiculo.
Quanto a pos-graduacao, pode-se obter excelente formacao em
Filosofia, e deptos de Filosofia, Matematica, Fisica, Computacao,
Antropologia, Historia, etc., etc., etc.
Esta balela de exigir diplominha disto ou daquilo tem que acabar.
O que interessa eh producao academica,  ponto.
Tudo de bom, ---Julio Stern


From: logica-l@dimap.ufrn.br  on behalf of Daniel 
Durante 
Sent: Wednesday, December 14, 2022 7:42 PM
To: Cassiano Terra Rodrigues 
Cc: Lista Lógica ; Joao Marcos ; 
joaov...@gmail.com ; João Daniel Dantas 

Subject: Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

Oi Cassiano, João Daniel e Colegas,

Concordo com tudo o que você disse, Cassiano, só que eu acho que alguém que tem 
doutorado em filosofia, escolheu dedicar-se à filosofia, e demonstrou alguma 
competência, já que obteve o título. Qual a razão, então, de privar essa pessoa 
da possibilidade de dedicar-se à área que escolheu?

Veja, não podendo fazer inscrição, a pessoa nem consegue a oportunidade de 
demonstrar sua capacidade.

Será que é medo de que quem não fez graduação em filosofia não consiga dar aula 
de graduação em filosofia? Bem, se o medo é esse, a exigência deveria ser 
licenciatura em qualquer área, e não graduação em filosofia. O curso de 
bacharelado em filosofia, por exemplo, não cobra essa habilidade de seus alunos.

Isso sem falar que uma das etapas de todos os concursos é dar uma aula em nível 
de graduação. Quem não sabe, não passa.

Já se o medo é, conforme sugeriu João Daniel, que o candidato com outra 
graduação não saiba suficientemente filosofia, já que os pontos do concurso são 
muito especializados em lógica matemática, e o professor vai trabalhar em um 
departamento de filosofia, então, se o medo é esse, que se mude o programa do 
concurso e inclua pontos “filosóficos".

Aquilo que se espera de um candidato deveria estar expresso nos pontos do 
concurso e não em uma exigência específica de graduação. Não consigo ver 
nenhuma preocupação legítima que possa ser motivação para essa exigência de 
graduação na área que não seja melhor atendida mediante uma elaboração 
criteriosa do programa do concurso.

Saudações,
Daniel.
-
Departamento de Filosofia - (UFRN)
http://danieldurante.weebly.com

On 14 Dec 2022, at 14:05, Cassiano Terra Rodrigues 
mailto:cassiano.te...@gmail.com>> wrote:

Camaradas, bons dias.
Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós 
graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica, pois 
na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina e muito 
desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou falando da 
década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era recém nascida. 
Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga horária quanto por 
parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou, não apenas na UNICAMP. da 
qual podem falar com propriedade quem está lá.
No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um contexto mais 
amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" não surgem do nada e 
não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao concurso da UnB, o edital diz 
"graduação em filosofia", o que me parece incluir licenciatura e bacharelado, 
não? Posso estar enganado, não li o edital todo, mas se for realmente isso, a 
pessoa pode ter bacharelado em matemática, engenharia ou direito e licenciatura 
em filosofia (ou vice-versa) e estaria apta a prestar o concurso. Se for isso 
mesmo, não vejo tanto problema na exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo 
isso pq acho q cabe aqui lembrar q a carreira docente nas universidades 
brasileiras inclui a docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a 
realidade no Brasil é q há mais cursos de filosofia com professores q são 
formados em teologia ou direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco 
tempo,  reunia as áreas de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a 
realidade). Isso incapacita os professores a priori? Não creio q seja o caso. 
Mas é um fato a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram o contexto 
da profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é garantia de 
conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja abolida também a 
estrutura disciplinar, departamental e burocrática q sustenta a universidade 
como instituição de produção capitalista de conhecimento (lembremos q a 
"modernização" departamental foi uma imposição do regime militar, severamente 
criticada à época; hj, é praticamente um dado da natureza, tamanha a falta de 
questionamento). Não me parece q temos o q por no lugar em nenhum país do mundo 
e isso nada tem q ver com 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Walter Carnielli
Oi Cassiano,

Sim algumas poucas pessoas têm duas graduações, muito poucas.

Outras, inclusive muito dos meus alunos e ex-alunos,  têm graduação em
filosofia ou emgenharia e pós-graduação em lógica ou outra coisa assim.

Mas repito e insisto: a tal reserva de mercado não está interessada na
pós-graduação, só está interessada no "canudo" do bacharelado!

Então, por exemplo meu ex-aluno Alfredo (permito-me falar sobre ele até
para defendê-lo) tem uma ótima graduação em engenharia no ITA e um
doutorado em filosofia-- mas  não vai ter chance, sendo que é um dos
excelentes lógicos da sua geração.

Gostaria até de ouvir o pessoal da UnB sobre isso.

Abraços,

W


Em qua., 14 de dez. de 2022 17:29, Cassiano Terra Rodrigues <
cassiano.te...@gmail.com> escreveu:

> Walter, especificamente à sua pergunta, conheço vários colegas q têm duas
> graduações, na filosofia ou qq outra área. Isso sem falar na pós-graduação.
>
> Abraços,
> cass.
> Cassiano Terra Rodrigues
> Prof. Dr. de Filosofia - IEF-H-ITA
>
> Rua Tenente Brigadeiro do ar Paulo Victor da Silva, F0-206
> Campus do DCTA
> São José dos Campos
> São Paulo, Brasil
> CEP: 12228-463
> Tel. (+55) 12 3305 8438
>
> --
> lealdade, humildade, procedimento
>
>
> On Wed, Dec 14, 2022 at 5:24 PM Walter Carnielli 
> wrote:
>
>> Oi Cassiano,
>>
>> Você escreveu umas 60 ou 70 linhas como advogado do diabo, só que o diabo
>> escorrega no seguinte:
>>
>> alguém consegue ter bacharelado em matemática e licenciatura em
>> filosofia, ou vice-versa?
>>
>> Você  conhece alguém nessa situação fora dos   Estados Unidos,  onde o(a)
>> cara faz o major e o  minor?
>>
>> Aqui não tem isso , não existe, não conheço ninguém que tenha essa
>> capacidade de fazer bacharelado em alguma coisa e licenciatura em outra em
>> áreas tão diferentes.
>>
>>
>> De mais a mais, quando essa "reserva de mercado"  fala em graduação, eles
>> estão interessados só em bacharelado.
>>  Licenciatura para eles é lixo...
>>
>> Abs
>>
>> W.
>>
>> Em qua., 14 de dez. de 2022 14:05, Cassiano Terra Rodrigues <
>> cassiano.te...@gmail.com> escreveu:
>>
>>> Camaradas, bons dias.
>>> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós
>>> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica,
>>> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina
>>> e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou
>>> falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era
>>> recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga
>>> horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou,
>>> não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá.
>>> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um
>>> contexto mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado"
>>> não surgem do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao
>>> concurso da UnB, o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece
>>> incluir licenciatura e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o
>>> edital todo, mas se for realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em
>>> matemática, engenharia ou direito e licenciatura em filosofia (ou
>>> vice-versa) e estaria apta a prestar o concurso. Se for isso mesmo, não
>>> vejo tanto problema na exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq
>>> acho q cabe aqui lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras
>>> inclui a docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no
>>> Brasil é q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em
>>> teologia ou direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,
>>>  reunia as áreas de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a
>>> realidade). Isso incapacita os professores a priori? Não creio q seja o
>>> caso. Mas é um fato a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram
>>> o contexto da profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é
>>> garantia de conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja
>>> abolida também a estrutura disciplinar, departamental e burocrática q
>>> sustenta a universidade como instituição de produção capitalista de
>>> conhecimento (lembremos q a "modernização" departamental foi uma imposição
>>> do regime militar, severamente criticada à época; hj, é praticamente um
>>> dado da natureza, tamanha a falta de questionamento). Não me parece q temos
>>> o q por no lugar em nenhum país do mundo e isso nada tem q ver com recusar
>>> a interdisciplinaridade; inclusive, eu diria q no atual estágio de
>>> capitalização das universidades no mundo, a interdisciplinaridade é um
>>> fator desejado para a reprodução do capital. Eu mesmo faço um elogio da
>>> interdisciplinaridade e sou a favor de concursos abertos à diferentes
>>> áreas, mas é preciso defender a especificidade da formação ao mesmo tempo,
>>> não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a docência, pois a
>>> 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Cassiano Terra Rodrigues
Walter, especificamente à sua pergunta, conheço vários colegas q têm duas
graduações, na filosofia ou qq outra área. Isso sem falar na pós-graduação.

Abraços,
cass.
Cassiano Terra Rodrigues
Prof. Dr. de Filosofia - IEF-H-ITA

Rua Tenente Brigadeiro do ar Paulo Victor da Silva, F0-206
Campus do DCTA
São José dos Campos
São Paulo, Brasil
CEP: 12228-463
Tel. (+55) 12 3305 8438

--
lealdade, humildade, procedimento


On Wed, Dec 14, 2022 at 5:24 PM Walter Carnielli 
wrote:

> Oi Cassiano,
>
> Você escreveu umas 60 ou 70 linhas como advogado do diabo, só que o diabo
> escorrega no seguinte:
>
> alguém consegue ter bacharelado em matemática e licenciatura em filosofia,
> ou vice-versa?
>
> Você  conhece alguém nessa situação fora dos   Estados Unidos,  onde o(a)
> cara faz o major e o  minor?
>
> Aqui não tem isso , não existe, não conheço ninguém que tenha essa
> capacidade de fazer bacharelado em alguma coisa e licenciatura em outra em
> áreas tão diferentes.
>
>
> De mais a mais, quando essa "reserva de mercado"  fala em graduação, eles
> estão interessados só em bacharelado.
>  Licenciatura para eles é lixo...
>
> Abs
>
> W.
>
> Em qua., 14 de dez. de 2022 14:05, Cassiano Terra Rodrigues <
> cassiano.te...@gmail.com> escreveu:
>
>> Camaradas, bons dias.
>> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós
>> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica,
>> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina
>> e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou
>> falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era
>> recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga
>> horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou,
>> não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá.
>> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um
>> contexto mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado"
>> não surgem do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao
>> concurso da UnB, o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece
>> incluir licenciatura e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o
>> edital todo, mas se for realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em
>> matemática, engenharia ou direito e licenciatura em filosofia (ou
>> vice-versa) e estaria apta a prestar o concurso. Se for isso mesmo, não
>> vejo tanto problema na exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq
>> acho q cabe aqui lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras
>> inclui a docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no
>> Brasil é q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em
>> teologia ou direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,
>>  reunia as áreas de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a
>> realidade). Isso incapacita os professores a priori? Não creio q seja o
>> caso. Mas é um fato a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram
>> o contexto da profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é
>> garantia de conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja
>> abolida também a estrutura disciplinar, departamental e burocrática q
>> sustenta a universidade como instituição de produção capitalista de
>> conhecimento (lembremos q a "modernização" departamental foi uma imposição
>> do regime militar, severamente criticada à época; hj, é praticamente um
>> dado da natureza, tamanha a falta de questionamento). Não me parece q temos
>> o q por no lugar em nenhum país do mundo e isso nada tem q ver com recusar
>> a interdisciplinaridade; inclusive, eu diria q no atual estágio de
>> capitalização das universidades no mundo, a interdisciplinaridade é um
>> fator desejado para a reprodução do capital. Eu mesmo faço um elogio da
>> interdisciplinaridade e sou a favor de concursos abertos à diferentes
>> áreas, mas é preciso defender a especificidade da formação ao mesmo tempo,
>> não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a docência, pois a
>> interdisciplinaridade no conhecimento vem do aprofundamento específico - é
>> por aprofundar o conhecimento na sua área q alguém busca o de outras,
>> deixem-me dizer assim - é o próprio desenvolvimento das questões q leva à
>> necessidade de recorrer a outros saberes, pois conhecer, pesquisar,
>> filosofar ou fazer ciência são atividades essencialmente comunicativas. No
>> contexto de fragmentação das áreas de conhecimento, a filosofia, coitada,
>> parece q perdeu tanto terreno q até hoje sofre a perda da identidade, mas
>> tb sofre de falta de respeito por parte de outras áreas, q são
>> esquizofrênicas qdo se trata de lidar com a filosofia. Se é possível
>> filosofar em alemão, tupi ou mesmo português, e poetas e até donos de
>> padaria filosofam, ao mesmo tempo filosofia não é qualquer coisa q basta
>> querer fazer para conseguir. A esquizofrenia está 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Cassiano Terra Rodrigues
Camaradas, desculpem a insistência, prometo q não vou me alongar na
procrastinação e depois dessa vou parar de encher a paciência de vcs.
Daniel, concordo com o ponto inicial q vc apresenta: pq privar alguém q fez
doutorado na área de prestar o concurso? Bem, isso deveria ser perguntado a
quem elaborou o edital e confesso q eu não tenho resposta a essa pergunta,
mas não acho q deve ter sido medo ou qq coisa assim. Provavelmente, há
alguma razão mais material e mais simples para tanto. De toda forma, todo
edital explicita certas expectativas e é direito de quem estabelece as
expectativas proceder à avaliação conforme. Então, em se tratando do
conceito de universidade e de pesquisa científica q eu acho interessante
ter em vista, concordo q poderia haver mais abertura disciplinar, nesse
sentido q vc e o Aldo falaram, de dar oportunidade a quem for melhor.
Agora, discordo de outros pontos. A saber:
1. Licenciatura em qq área não garante nada. A licenciatura tem q ser na
área em q a pessoa vai dar aula. Lembrando q licenciatura é ensino superior
e como tal deve prover formação superior específica, não existe metodologia
universal para dar aula de tudo, o mais próximo disso q consigo imaginar é
livre-docência, o q não tem nada que ver com dar aula em qualquer área e de
qualquer coisa (na verdade, acho q concordamos a respeito desse ponto, não
leio o q vc escreveu em sentido oposto).
2. Discordo de que a etapa da prova pedagógica basta para avaliar
capacidade docente. Conheço gente q sabe dar aula e não passou na prova
didática de algum concurso por não ter se preparado direito, mas conheço
muito mais gente q não sabe e parece nem querer saber de dar aula e mesmo
assim passou. É justamente esse o problema q eu levantei antes.
3. O edital da UnB é explícito qto ao q se espera de possíveis candidatos:
domínio dos pontos publicados e graduação em filosofia. Não basta só uma
coisa ou outra, tem q ter as duas. Os pontos dizem respeito ao teor que se
espera que quem passe domine, tendo essa pessoa graduação em filosofia. Não
entendo o q há de errado nisso, a formação de hj em dia contempla, a minha
não contemplava. Tira oportunidade de muitas pessoas? Sim, tira, mas ao
mesmo tempo abre a outras, o que há alguns anos era impensável. Quem não
preenche esses requisitos, que não se incomode com esse concurso.
Realmente, não entendo pq tanto desconforto com relação a um edital q é
explícito no q espera dos possíveis candidatos. Parece q leio a defesa da
existência de rábulas ou a admissão na carreira por notório saber - a
existência abundante de faculdades de direito garante o respeito aos
direitos e a concretização da justiça? Claro q não, diploma algum garante e
nem por isso é permitido q graduados em qq área advoguem ou prestem
concursos públicos na área do direito.
Saudações,
cass.


Cassiano Terra Rodrigues
Prof. Dr. de Filosofia - IEF-H-ITA

Rua Tenente Brigadeiro do ar Paulo Victor da Silva, F0-206
Campus do DCTA
São José dos Campos
São Paulo, Brasil
CEP: 12228-463
Tel. (+55) 12 3305 8438

--
lealdade, humildade, procedimento


On Wed, Dec 14, 2022 at 4:42 PM Daniel Durante  wrote:

> Oi Cassiano, João Daniel e Colegas,
>
> Concordo com tudo o que você disse, Cassiano, só que eu acho que alguém
> que tem doutorado em filosofia, escolheu dedicar-se à filosofia, e
> demonstrou alguma competência, já que obteve o título. Qual a razão, então,
> de privar essa pessoa da possibilidade de dedicar-se à área que escolheu?
>
> Veja, não podendo fazer inscrição, a pessoa nem consegue a oportunidade de
> demonstrar sua capacidade.
>
> Será que é medo de que quem não fez graduação em filosofia não consiga dar
> aula de graduação em filosofia? Bem, se o medo é esse, a exigência deveria
> ser licenciatura em qualquer área, e não graduação em filosofia. O curso de
> bacharelado em filosofia, por exemplo, não cobra essa habilidade de seus
> alunos.
>
> Isso sem falar que uma das etapas de todos os concursos é dar uma aula em
> nível de graduação. Quem não sabe, não passa.
>
> Já se o medo é, conforme sugeriu João Daniel, que o candidato com outra
> graduação não saiba suficientemente filosofia, já que os pontos do concurso
> são muito especializados em lógica matemática, e o professor vai trabalhar
> em um departamento de filosofia, então, se o medo é esse, que se mude o
> programa do concurso e inclua pontos “filosóficos".
>
> Aquilo que se espera de um candidato deveria estar expresso nos pontos do
> concurso e não em uma exigência específica de graduação. Não consigo ver
> nenhuma preocupação legítima que possa ser motivação para essa exigência de
> graduação na área que não seja melhor atendida mediante uma elaboração
> criteriosa do programa do concurso.
>
> Saudações,
> Daniel.
> -
> Departamento de Filosofia - (UFRN)
> http://danieldurante.weebly.com
>
> On 14 Dec 2022, at 14:05, Cassiano Terra Rodrigues <
> cassiano.te...@gmail.com> wrote:
>
> Camaradas, bons dias.
> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Walter Carnielli
Oi Cassiano,

Você escreveu umas 60 ou 70 linhas como advogado do diabo, só que o diabo
escorrega no seguinte:

alguém consegue ter bacharelado em matemática e licenciatura em filosofia,
ou vice-versa?

Você  conhece alguém nessa situação fora dos   Estados Unidos,  onde o(a)
cara faz o major e o  minor?

Aqui não tem isso , não existe, não conheço ninguém que tenha essa
capacidade de fazer bacharelado em alguma coisa e licenciatura em outra em
áreas tão diferentes.


De mais a mais, quando essa "reserva de mercado"  fala em graduação, eles
estão interessados só em bacharelado.
 Licenciatura para eles é lixo...

Abs

W.

Em qua., 14 de dez. de 2022 14:05, Cassiano Terra Rodrigues <
cassiano.te...@gmail.com> escreveu:

> Camaradas, bons dias.
> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós
> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica,
> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina
> e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou
> falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era
> recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga
> horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou,
> não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá.
> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um contexto
> mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" não surgem
> do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao concurso da UnB,
> o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece incluir licenciatura
> e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o edital todo, mas se for
> realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em matemática, engenharia ou
> direito e licenciatura em filosofia (ou vice-versa) e estaria apta a
> prestar o concurso. Se for isso mesmo, não vejo tanto problema na
> exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq acho q cabe aqui
> lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras inclui a
> docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no Brasil é
> q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em teologia ou
> direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,  reunia as áreas
> de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a realidade). Isso
> incapacita os professores a priori? Não creio q seja o caso. Mas é um fato
> a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram o contexto da
> profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é garantia de
> conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja abolida
> também a estrutura disciplinar, departamental e burocrática q sustenta a
> universidade como instituição de produção capitalista de conhecimento
> (lembremos q a "modernização" departamental foi uma imposição do regime
> militar, severamente criticada à época; hj, é praticamente um dado da
> natureza, tamanha a falta de questionamento). Não me parece q temos o q por
> no lugar em nenhum país do mundo e isso nada tem q ver com recusar a
> interdisciplinaridade; inclusive, eu diria q no atual estágio de
> capitalização das universidades no mundo, a interdisciplinaridade é um
> fator desejado para a reprodução do capital. Eu mesmo faço um elogio da
> interdisciplinaridade e sou a favor de concursos abertos à diferentes
> áreas, mas é preciso defender a especificidade da formação ao mesmo tempo,
> não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a docência, pois a
> interdisciplinaridade no conhecimento vem do aprofundamento específico - é
> por aprofundar o conhecimento na sua área q alguém busca o de outras,
> deixem-me dizer assim - é o próprio desenvolvimento das questões q leva à
> necessidade de recorrer a outros saberes, pois conhecer, pesquisar,
> filosofar ou fazer ciência são atividades essencialmente comunicativas. No
> contexto de fragmentação das áreas de conhecimento, a filosofia, coitada,
> parece q perdeu tanto terreno q até hoje sofre a perda da identidade, mas
> tb sofre de falta de respeito por parte de outras áreas, q são
> esquizofrênicas qdo se trata de lidar com a filosofia. Se é possível
> filosofar em alemão, tupi ou mesmo português, e poetas e até donos de
> padaria filosofam, ao mesmo tempo filosofia não é qualquer coisa q basta
> querer fazer para conseguir. A esquizofrenia está aí: ninguém sabe o q é
> filosofia, mas todo mundo quer filosofar e acha q consegue. Longe de mim
> dizer quem pode ou não fazer qq coisa, mas entre a intenção e o gesto vai
> uma distância e não me parece q seja possível muito menos desejável
> escamotear q para não ficarmos presos ao senso comum é fundamental a
> sistematização formal do conhecimento (e isso é um direito q as escolas
> públicas devem garantir aos estudantes, aliás). Ao mesmo tempo, na minha
> avaliação, o insulamento da área de filosofia no Brasil levou a tal
> ignorância e descolamento da 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Daniel Durante
Oi Cassiano, João Daniel e Colegas,

Concordo com tudo o que você disse, Cassiano, só que eu acho que alguém que tem 
doutorado em filosofia, escolheu dedicar-se à filosofia, e demonstrou alguma 
competência, já que obteve o título. Qual a razão, então, de privar essa pessoa 
da possibilidade de dedicar-se à área que escolheu?

Veja, não podendo fazer inscrição, a pessoa nem consegue a oportunidade de 
demonstrar sua capacidade. 

Será que é medo de que quem não fez graduação em filosofia não consiga dar aula 
de graduação em filosofia? Bem, se o medo é esse, a exigência deveria ser 
licenciatura em qualquer área, e não graduação em filosofia. O curso de 
bacharelado em filosofia, por exemplo, não cobra essa habilidade de seus alunos.

Isso sem falar que uma das etapas de todos os concursos é dar uma aula em nível 
de graduação. Quem não sabe, não passa.

Já se o medo é, conforme sugeriu João Daniel, que o candidato com outra 
graduação não saiba suficientemente filosofia, já que os pontos do concurso são 
muito especializados em lógica matemática, e o professor vai trabalhar em um 
departamento de filosofia, então, se o medo é esse, que se mude o programa do 
concurso e inclua pontos “filosóficos". 

Aquilo que se espera de um candidato deveria estar expresso nos pontos do 
concurso e não em uma exigência específica de graduação. Não consigo ver 
nenhuma preocupação legítima que possa ser motivação para essa exigência de 
graduação na área que não seja melhor atendida mediante uma elaboração 
criteriosa do programa do concurso.

Saudações,
Daniel.
-
Departamento de Filosofia - (UFRN)
http://danieldurante.weebly.com

> On 14 Dec 2022, at 14:05, Cassiano Terra Rodrigues  
> wrote:
> 
> Camaradas, bons dias. 
> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós 
> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica, 
> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina e 
> muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou falando 
> da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era recém nascida. 
> Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga horária quanto 
> por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou, não apenas na 
> UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá. 
> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um contexto 
> mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" não surgem do 
> nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao concurso da UnB, o 
> edital diz "graduação em filosofia", o que me parece incluir licenciatura e 
> bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o edital todo, mas se for 
> realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em matemática, engenharia ou 
> direito e licenciatura em filosofia (ou vice-versa) e estaria apta a prestar 
> o concurso. Se for isso mesmo, não vejo tanto problema na exigência; é 
> restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq acho q cabe aqui lembrar q a carreira 
> docente nas universidades brasileiras inclui a docência, apesar de muita 
> gente não gostar disso. E a realidade no Brasil é q há mais cursos de 
> filosofia com professores q são formados em teologia ou direito do q em 
> filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,  reunia as áreas de Teologia e 
> Filosofia, e a separação não mudou a realidade). Isso incapacita os 
> professores a priori? Não creio q seja o caso. Mas é um fato a se pensar q 
> nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram o contexto da profissionalização q 
> hoje é imprescindível. Diploma não é garantia de conhecimento, mas se 
> prescindirmos dos diplomas, então q seja abolida também a estrutura 
> disciplinar, departamental e burocrática q sustenta a universidade como 
> instituição de produção capitalista de conhecimento (lembremos q a 
> "modernização" departamental foi uma imposição do regime militar, severamente 
> criticada à época; hj, é praticamente um dado da natureza, tamanha a falta de 
> questionamento). Não me parece q temos o q por no lugar em nenhum país do 
> mundo e isso nada tem q ver com recusar a interdisciplinaridade; inclusive, 
> eu diria q no atual estágio de capitalização das universidades no mundo, a 
> interdisciplinaridade é um fator desejado para a reprodução do capital. Eu 
> mesmo faço um elogio da interdisciplinaridade e sou a favor de concursos 
> abertos à diferentes áreas, mas é preciso defender a especificidade da 
> formação ao mesmo tempo, não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a 
> docência, pois a interdisciplinaridade no conhecimento vem do aprofundamento 
> específico - é por aprofundar o conhecimento na sua área q alguém busca o de 
> outras, deixem-me dizer assim - é o próprio desenvolvimento das questões q 
> leva à necessidade de recorrer a outros saberes, pois conhecer, pesquisar, 
> filosofar ou fazer ciência são atividades essencialmente comunicativas. No 
> contexto de fragmentação das 

[Logica-l] 5th edition of the World Logic Day: January 14, 2023

2022-12-14 Por tôpico jean-yves beziau
In exactly one month it will be the 5th edition of the World Logic Day.
Everyone is welcome to organize a celebration on-line, in-person, hybrid.
Instructions are here:
https://wld.cipsh.international/wld2023.html
>
Prof. Dr. Dr. Jean-Yves Beziau
Federal University of Rio de Janeiro, Brazil
Editor-in-Chief Logica Universalis
1st World Logic Day: 14 January 2019
https://link.springer.com/article/10.1007/s11787-019-00221-5

-- 
LOGICA-L
Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de Lógica 

--- 
Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" dos 
Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um 
e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
Para ver esta discussão na web, acesse 
https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CAF2zFLAyF8YkKRxG93x%2BDeJ7yzoe-Eh2JqmTc0BBgH3K1BW5XA%40mail.gmail.com.


Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Aldo Figallo-Orellano
Olá a todes!

Esse edital é para um filósofo que trabalha em lógica matemática. De fato
não parece exigir nenhum tema de filosofia para a prova. Mas se é requerido
que pesquise em lógica matemática e de aulas nesses temas, então ele
deveria ser aberto para todo mundo e que ganhe o melhor e pronto. Se a UnB
precisa de filósofos, isto deveria estar nos temas a avaliar.

Abs.

Aldo


El mié, 14 dic 2022 a la(s) 14:05, Cassiano Terra Rodrigues (
cassiano.te...@gmail.com) escribió:

> Camaradas, bons dias.
> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós
> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica,
> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina
> e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou
> falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era
> recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga
> horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou,
> não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá.
> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um contexto
> mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" não surgem
> do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao concurso da UnB,
> o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece incluir licenciatura
> e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o edital todo, mas se for
> realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em matemática, engenharia ou
> direito e licenciatura em filosofia (ou vice-versa) e estaria apta a
> prestar o concurso. Se for isso mesmo, não vejo tanto problema na
> exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq acho q cabe aqui
> lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras inclui a
> docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no Brasil é
> q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em teologia ou
> direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,  reunia as áreas
> de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a realidade). Isso
> incapacita os professores a priori? Não creio q seja o caso. Mas é um fato
> a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram o contexto da
> profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é garantia de
> conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja abolida
> também a estrutura disciplinar, departamental e burocrática q sustenta a
> universidade como instituição de produção capitalista de conhecimento
> (lembremos q a "modernização" departamental foi uma imposição do regime
> militar, severamente criticada à época; hj, é praticamente um dado da
> natureza, tamanha a falta de questionamento). Não me parece q temos o q por
> no lugar em nenhum país do mundo e isso nada tem q ver com recusar a
> interdisciplinaridade; inclusive, eu diria q no atual estágio de
> capitalização das universidades no mundo, a interdisciplinaridade é um
> fator desejado para a reprodução do capital. Eu mesmo faço um elogio da
> interdisciplinaridade e sou a favor de concursos abertos à diferentes
> áreas, mas é preciso defender a especificidade da formação ao mesmo tempo,
> não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a docência, pois a
> interdisciplinaridade no conhecimento vem do aprofundamento específico - é
> por aprofundar o conhecimento na sua área q alguém busca o de outras,
> deixem-me dizer assim - é o próprio desenvolvimento das questões q leva à
> necessidade de recorrer a outros saberes, pois conhecer, pesquisar,
> filosofar ou fazer ciência são atividades essencialmente comunicativas. No
> contexto de fragmentação das áreas de conhecimento, a filosofia, coitada,
> parece q perdeu tanto terreno q até hoje sofre a perda da identidade, mas
> tb sofre de falta de respeito por parte de outras áreas, q são
> esquizofrênicas qdo se trata de lidar com a filosofia. Se é possível
> filosofar em alemão, tupi ou mesmo português, e poetas e até donos de
> padaria filosofam, ao mesmo tempo filosofia não é qualquer coisa q basta
> querer fazer para conseguir. A esquizofrenia está aí: ninguém sabe o q é
> filosofia, mas todo mundo quer filosofar e acha q consegue. Longe de mim
> dizer quem pode ou não fazer qq coisa, mas entre a intenção e o gesto vai
> uma distância e não me parece q seja possível muito menos desejável
> escamotear q para não ficarmos presos ao senso comum é fundamental a
> sistematização formal do conhecimento (e isso é um direito q as escolas
> públicas devem garantir aos estudantes, aliás). Ao mesmo tempo, na minha
> avaliação, o insulamento da área de filosofia no Brasil levou a tal
> ignorância e descolamento da realidade q resultaram em elitismos
> vergonhosos; mas mesmo internamente à filosofia o insulamento é terrível,
> muitos sequer reconhecem a importância de estudar com um mínimo de
> seriedade algo q não está na sua prateleira elegida (não é de escolhas

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Cassiano Terra Rodrigues
Camaradas, bons dias. 
Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós 
graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica, 
pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina 
e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou 
falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era 
recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga 
horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou, 
não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá. 
No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um contexto 
mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" não surgem 
do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao concurso da UnB, 
o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece incluir licenciatura 
e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o edital todo, mas se for 
realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em matemática, engenharia ou 
direito e licenciatura em filosofia (ou vice-versa) e estaria apta a 
prestar o concurso. Se for isso mesmo, não vejo tanto problema na 
exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq acho q cabe aqui 
lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras inclui a 
docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no Brasil é 
q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em teologia ou 
direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo,  reunia as áreas 
de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a realidade). Isso 
incapacita os professores a priori? Não creio q seja o caso. Mas é um fato 
a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram o contexto da 
profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é garantia de 
conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja abolida 
também a estrutura disciplinar, departamental e burocrática q sustenta a 
universidade como instituição de produção capitalista de conhecimento 
(lembremos q a "modernização" departamental foi uma imposição do regime 
militar, severamente criticada à época; hj, é praticamente um dado da 
natureza, tamanha a falta de questionamento). Não me parece q temos o q por 
no lugar em nenhum país do mundo e isso nada tem q ver com recusar a 
interdisciplinaridade; inclusive, eu diria q no atual estágio de 
capitalização das universidades no mundo, a interdisciplinaridade é um 
fator desejado para a reprodução do capital. Eu mesmo faço um elogio da 
interdisciplinaridade e sou a favor de concursos abertos à diferentes 
áreas, mas é preciso defender a especificidade da formação ao mesmo tempo, 
não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a docência, pois a 
interdisciplinaridade no conhecimento vem do aprofundamento específico - é 
por aprofundar o conhecimento na sua área q alguém busca o de outras, 
deixem-me dizer assim - é o próprio desenvolvimento das questões q leva à 
necessidade de recorrer a outros saberes, pois conhecer, pesquisar, 
filosofar ou fazer ciência são atividades essencialmente comunicativas. No 
contexto de fragmentação das áreas de conhecimento, a filosofia, coitada, 
parece q perdeu tanto terreno q até hoje sofre a perda da identidade, mas 
tb sofre de falta de respeito por parte de outras áreas, q são 
esquizofrênicas qdo se trata de lidar com a filosofia. Se é possível 
filosofar em alemão, tupi ou mesmo português, e poetas e até donos de 
padaria filosofam, ao mesmo tempo filosofia não é qualquer coisa q basta 
querer fazer para conseguir. A esquizofrenia está aí: ninguém sabe o q é 
filosofia, mas todo mundo quer filosofar e acha q consegue. Longe de mim 
dizer quem pode ou não fazer qq coisa, mas entre a intenção e o gesto vai 
uma distância e não me parece q seja possível muito menos desejável 
escamotear q para não ficarmos presos ao senso comum é fundamental a 
sistematização formal do conhecimento (e isso é um direito q as escolas 
públicas devem garantir aos estudantes, aliás). Ao mesmo tempo, na minha 
avaliação, o insulamento da área de filosofia no Brasil levou a tal 
ignorância e descolamento da realidade q resultaram em elitismos 
vergonhosos; mas mesmo internamente à filosofia o insulamento é terrível, 
muitos sequer reconhecem a importância de estudar com um mínimo de 
seriedade algo q não está na sua prateleira elegida (não é de escolhas 
pessoais q falo, afinal, cada um escolhe a sua área de dedicação por razões 
psicológicas, qdo a situação o permite). Felizmente, penso, isso está 
mudando, ainda que talvez de modo muito indutivo. O diploma garante alguma 
coisa, nesse sentido? Acho q não, ou muito pouco. Mas o diploma, não como 
documento, mas como resultado de um percurso, é prescindível? Não creio q o 
seja e acho q poderia ser melhor. 
Perdoem-me o relato pessoal, mas não é por desabafo, é para levar ao ponto 
q o faço. Na minha graduação, tive péssimos professores 

[Logica-l] THE TWO NATURES OF CHRIST by Eleonore Stump, LARAW, Dec 15, 4pm Rome time

2022-12-14 Por tôpico jean-yves beziau
The next session of LARAW (Logic And Religion Webinar) will be Thursday
December 15 at 4pm Rome time

Speaker: Eleonore Stump (Saint Louis University, USA)
https://en.wikipedia.org/wiki/Eleonore_Stump
Title: THE TWO NATURES OF CHRIST
Abstract: The doctrine of the Incarnation is central to Christianity but it
seems self-inconsistent in virtue of attributing contradictory properties
to one and the same thing. I explore the notion of reduplicative
propositions and the concept of borrowed properties to examine this puzzle,
and I argue on this basis that the doctrine is coherent.

Chair: Michal Pawlowski (University of Warsaw, Poland)

Everybody is welcome to attend
https://www.logicandreligion.com/webinars

Jean-Yves Beziau
Vice-President LARA
https://www.logicandreligion.com/lara

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[Logica-l] Is Jaskowski's non-adjunctive paraconsistent logic moderate?

2022-12-14 Por tôpico Frode Bjørdal
Boa tarde,

I came to think that someone here should know:

Stanislaw Jaskowski published a non-adjunctive paraconsistent logic, which
does not have the inference rule $\vdash A \ \& \  \vdash B\Rightarrow \
\vdash A\wedge B$. The paper first appeared  in Polish: *Rachunek zdań dla
systemow dedukcyjnych sprzecznych*, Studia Societatis Scientiarum
Torunensis, Sectio A, Vol. I, No. 5, 1948, 57-77. The last English
translation is *A Propositional Calculus for Inconsistent Deductive Systems
*, in Logic and Logical
Philosophy, Vol. 7, 35-56, 1999.

Let logic T be *sparked* just if it for some sentence $A$ has $\vdash_T A$
as well as $\vdash_T \lnot A$.

Let CL be classical logic.

Let logic T be *moderate* just if $\vdash_T B \Rightarrow \
\not\vdash_{CL}\lnot B$.

Let J+ be a minimal sparking of Jaskowski's system.

Is J+ moderate?
Abraços

Frode Allfson Bjørdal

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Re: [Logica-l] Deadline 15/12: 17th International Congress of Logic, Methodology and Philosophy of Science and Technology

2022-12-14 Por tôpico Joao Marcos
> Novo deadline: 5 de fevereiro!

;-)

É interessante talvez apontar que apenas 10% dos papers recebidos até
agora foram submetidos à área de Lógica:
https://clmpst2023.dc.uba.ar/callforpapers
As áreas de "General Philosophy of Science" e de "Philosophical Issues
of Particular Disciplines" presentemente dividem de igual maneira os
90% restantes.
https://clmpst2023.dc.uba.ar/callforpapers
(obviamente há propostas que tocam no tema "Lógica" também nestas outras áreas)

JM


> Em ter., 13 de dez. de 2022 às 11:07, Joao Marcos  
> escreveu:
>>
>> Passo aqui para avisar que o deadline anunciado para as submissões ao CLMPST 
>> de Buenos Aires será postergado em algumas semanas.  (Infelizmente ainda não 
>> recebemos a autorização para tornar pública a nova data...)
>>
>> Cumprimentos,
>> João Marcos
>>
>> On Thu, Nov 24, 2022, 10:50 Bruno Lopes  wrote:
>>>
>>> CFP: 17th International Congress of Logic, Methodology and Philosophy of 
>>> Science and Technology
>>>
>>> CLMPST 2023
>>>
>>> Submission deadline: December 15, 2022
>>>
>>> Conference date(s):
>>>
>>> July 24, 2023 - July 29, 2023
>>>
>>> https://clmpst2023.dc.uba.ar/
>>>
>>>
>>>
>>> Conference Venue:
>>>
>>> School of Economics, University of Buenos Aires.
>>>
>>> Buenos Aires, Argentina
>>>
>>>
>>> Details
>>>
>>> CALL FOR PAPERS
>>>
>>> 17th CONGRESS ON LOGIC, METHODOLOGY AND PHILOSOPHY OF SCIENCE AND 
>>> TECHNOLOGY (CLMPST 2023): SCIENCE AND VALUES IN AN UNCERTAIN WORLD
>>>
>>>
>>>
>>> University of Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina, 24-29 July 2023
>>>
>>> https://clmpst2023.dc.uba.ar/
>>>
>>>
>>>
>>> Submission deadline: 15 December 2022
>>>
>>> The International Congress on Logic, Methodology and Philosophy of Science 
>>> and Technology (CLMPST) is organized every four years under the auspices of 
>>> the Division of Logic, Methodology and Philosophy of Science and Technology 
>>> of the International Union of History and Philosophy of Science and 
>>> Technology (DLMPST/IUHPST). The 2023 edition will take place in Buenos 
>>> Aires. The theme of the Congress is “Science and Values in an Uncertain 
>>> World”.
>>>
>>>
>>>
>>> CLMPST 2023 will host three plenary lectures, delivered by Philip Kitcher 
>>> (Columbia University, USA), Helen Longino (Stanford University, USA), and  
>>> Itala d’Ottaviano (University of Campinas, Brazil), and over twenty invited 
>>> lectures. Confirmed invited speakers include María Caamaño (University of 
>>> Valladolid, Spain), Matteo Colombo (University of Tilburg, The 
>>> Netherlands), David Danks (University of California at San Diego, USA), 
>>> Yasuo Deguchi (Kyoto University, Japan), John Dupré (University of Exeter, 
>>> UK), Catarina Dutilh Novaes (Vrije University Amsterdam, The Netherlands), 
>>> Juliet Floyd (Boston University, USA), Maya Goldenberg (University of 
>>> Guelph, Canada), Erich Grädel (RWTH Aachen University, Germany), Décio 
>>> Krause (Universidade Federal Santa Catarina, Brazil), Fenrong Liu (Tsinghua 
>>> University, China), Paolo Mancosu (University of California at Berkeley, 
>>> USA), Alfredo Marcos (University of Valladolid, Spain), Nikolaj J. L. L. 
>>> Pedersen (Yonsei University, South Korea), Elaine Pimentel (Federal 
>>> University of Rio Grande do Norte, Brazil, and University College London, 
>>> U.K), Anya Plutynski (Washington University, USA), Paula Quinon (Warsaw 
>>> University of Technology, Poland), Giuseppe Rosolini (University of Genova, 
>>> Italy), Federica Russo (Universiteit van Amsterdam, The Netherlands), 
>>> Daniel Steel (University of British Columbia, Canada), Josefa Toribio 
>>> (Universitat de Barcelona, Spain), Peter Vickers (Durham University, U.K), 
>>> and Sylvia Wenmackers and Leander Vignero (University of Leuven, Belgium). 
>>> Further invited speakers will be announced soon.
>>>
>>>
>>>
>>>
>>>
>>> CLMPST 2023 calls for contributed papers and contributed symposia in 20 
>>> thematic sections:
>>>
>>>
>>>
>>> A. Logic
>>>
>>> A.1 Mathematical Logic
>>>
>>> A.2 Philosophical Logic
>>>
>>> A.3 Computational Logic and Applications of Logic
>>>
>>> A.4 Historical Aspects of Logic
>>>
>>>
>>>
>>> B. General Philosophy of Science
>>>
>>> B.1 Methodology
>>>
>>> B.2 Formal Philosophy of Science and Formal Epistemology
>>>
>>> B.3 Empirical and Experimental Philosophy of Science
>>>
>>> B.4 Metaphysical Issues in the Philosophy of Science
>>>
>>> B.5 Ethical, Social and Political Issues in the Philosophy of Science
>>>
>>> B.6 Historical Aspects in the Philosophy of Science
>>>
>>> B.7 Educational Aspects of Philosophy of Science
>>>
>>>
>>>
>>> C. Philosophical Issues of Particular Disciplines
>>>
>>> C.1 Philosophy of the Formal Sciences (including Logic, Mathematics,
>>>
>>> Statistics)
>>>
>>> C.2 Philosophy of the Physical Sciences (including Physics, Chemistry,
>>>
>>> Earth Science, Climate Science)
>>>
>>> C.3. Philosophy of the Biological Sciences
>>>
>>> C.4 Philosophy of the Biomedical and Health Sciences
>>>
>>> C.5 Philosophy of the 

Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Joao Marcos
> Me parece que a questão é a completa ausência de temas relacionados a 
> filosofia da lógica em um concurso para um departamento de filosofia.

Não sei se dá para dizer que esta é "a questão", nesta thread, mas
certamente é uma _outra questão_ importante, além daquela que foi
levantada por João Ferrari.

Vários anos atrás rolaram algumas conversas aqui interessantes sobre
que temas deveriam fazer parte de um concurso como este.  Uma thread
nesta direção, do longínquo ano de 2008, foi esta, na qual
participaram em particular os saudosos amigos Andrea Loparic e Carlos
Gonzalez:
https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/g/logica-l/c/aBuc6Lyg4R0/m/y3OqInfGt6IJ

Teria sido interessante acompanhar a evolução do tema ao longo dos
anos, com a coleta evidencial de programas de concursos que já
ocorreram, no país, para a área de Lógica na Filosofia.  (Fiz isso
durante vários anos, e divulguei sempre nesta lista.  Depois me
cansei, tendo notado haver pouco interesse na área de Filosofia para
dar continuidade a este diálogo.)

> O candidato que domina os 10 temas do concurso não necessariamente sabe sobre 
> como fazer filosofia. Independente da graduação.

E será que a _graduação_ específica em Filosofia, neste caso,
garantiria que o candidato aprovado "sabe sobre como fazer filosofia"?
 (Esta questão particular está claramente relacionada à questão
original desta thread.)

[]s, JM

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Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico João Daniel Dantas
Me parece que a questão é a completa ausência de temas relacionados a
filosofia da lógica em um concurso para um departamento de filosofia. O
candidato que domina os 10 temas do concurso não necessariamente sabe sobre
como fazer filosofia. Independente da graduação.

Só para deixar claro, para ser um filósofo obviamente não é necessário que
a pessoa possua graduação em filosofia, já existe exemplos na história da
filosofia o suficiente disso, mas é preciso saber dominar temas de
filosofia, ou ao menos saber como se faz filosofia. Não está claro, ao
menos pra mim, que os objetos de avaliação irão cobrar esses temas e suas
relações com as suas questões filosóficas, mas parece que há uma falta de
balanço entre temas formais e questões filosóficas que lidam com esses
temas formais.

Abraços,

João Daniel

On Wed, Dec 14, 2022 at 10:05 AM Joao Marcos  wrote:

> On Wed, Dec 14, 2022 at 9:45 AM Daniel Durante wrote:
> >
> > É mesmo injustificável tal exigência. Sempre brigo, quando temos
> concursos, para termos o mínimo de exigência de formação possível. Temos
> conseguido evitar exigir graduação em filosofia aqui no nosso departamento,
> mas há sempre muitos votos contrários.
>
> Pois é...  Esta "reserva de mercado" parece ser mais comum na
> Filosofia nacional (basta recordar que, historicamente, até os
> *periódicos* nacionais de Filosofia foram tradicionalmente avaliados
> em separado dos periódicos internacionais), mas é um problema em
> várias outras áreas também --- um problema maior tendo em vista o
> desejado estímulo à transdisciplinaridade acadêmica da qual tanto se
> fala.
>
> Felizmente, na UFRN, a "reserva" nunca foi preponderante (em caso
> contrário, o próprio Daniel não teria entrado no DEFIL, e estaríamos
> muito pior do que estamos).  Fun facts: No DIMAp / UFRN, _nenhum_ dos
> pesquisadores da área de Lógica & Fundamentos da Computação tem
> _graduação_ em Ciências da Computação.  E eu fui contratado para este
> departamento, há 17 anos, com meu título de doutorado em Filosofia.
>
> []s, Joao Marcos
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Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Joao Marcos
On Wed, Dec 14, 2022 at 9:45 AM Daniel Durante wrote:
>
> É mesmo injustificável tal exigência. Sempre brigo, quando temos concursos, 
> para termos o mínimo de exigência de formação possível. Temos conseguido 
> evitar exigir graduação em filosofia aqui no nosso departamento, mas há 
> sempre muitos votos contrários.

Pois é...  Esta "reserva de mercado" parece ser mais comum na
Filosofia nacional (basta recordar que, historicamente, até os
*periódicos* nacionais de Filosofia foram tradicionalmente avaliados
em separado dos periódicos internacionais), mas é um problema em
várias outras áreas também --- um problema maior tendo em vista o
desejado estímulo à transdisciplinaridade acadêmica da qual tanto se
fala.

Felizmente, na UFRN, a "reserva" nunca foi preponderante (em caso
contrário, o próprio Daniel não teria entrado no DEFIL, e estaríamos
muito pior do que estamos).  Fun facts: No DIMAp / UFRN, _nenhum_ dos
pesquisadores da área de Lógica & Fundamentos da Computação tem
_graduação_ em Ciências da Computação.  E eu fui contratado para este
departamento, há 17 anos, com meu título de doutorado em Filosofia.

[]s, Joao Marcos

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Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico Daniel Durante
Oi João,

É mesmo injustificável tal exigência. Sempre brigo, quando temos concursos, 
para termos o mínimo de exigência de formação possível. Temos conseguido evitar 
exigir graduação em filosofia aqui no nosso departamento, mas há sempre muitos 
votos contrários. Deve ter sido o caso nesse concurso. Imagino que os 
professores da área devem ter sido votos vencidos.

A única justificativa que ouço é: “temos que valorizar os nossos cursos de 
graduação, a formação filosófica que damos aos nossos alunos”.

Bem, esta é uma justificativa muito ruim. Na verdade, não há como justificar 
este exigência, porque ela é imoral. Ela viola princípios deontológicos, como o 
imperativo categórico, viola o utilitarismo ou qualquer abordagem 
consequencialista minimamente racional. Enfim, é uma posição imoral, a qual 
constantemente vejo professores de ética defender.

A ÚNICA maneira que nós professores temos para valorizar nosso curso de 
graduação é DARMOS VALOR A ELE, nos importarmos com ele, prepararmos nossas 
aulas, respeitarmos nossos alunos e alunas, tratar nossas aulas de graduação 
como tratamos nossas conferências internacionais e nossas disciplinas como 
tratamos nossas pesquisas.

Talvez, e aqui eu só especulo, uma outra justificativa, que nunca ouvi, mas que 
imagino pode estar na cabeça de algumas pessoas que defendem tal exigência, é a 
de usá-la para fazer (com as próprias mãos) uma espécie de política de ação 
afirmativa que tentaria remediar diferenças estruturais mais profundas.

Mas, em primeiro lugar, não é claro que graduados em filosofia sejam mais 
vulneráveis em qualquer sentido do que graduados em outras áreas. E em segundo 
lugar, os concursos, pelo menos na UFRN, já são obrigados a adequar-se a normas 
federais de ação afirmativa que, teoricamente, deveriam estar inseridas em uma 
política mais ampla. Sem falar que impedir um suposto candidato ou candidata 
mais bem preparado de tornar-se professor do seu departamento é jogar contra as 
próprias políticas de ação afirmativa. Nós temos muitos estudantes nessa 
situação que certamente serão melhor atendidos quanto melhor forem seus 
professores.

Saudações,
Daniel.
-
Departamento de Filosofia - (UFRN)
http://danieldurante.weebly.com

> On 13 Dec 2022, at 19:57, João Ferrari  wrote:
> 
> Olá a todos e todas,
> 
> gostaria de saber a opinião de vocês sobre o requisito GRADUAÇÃO em Filosofia 
> para concursos na área.
> Graduei em outra área, mas fiz formação complementar em Filosofia, mestrado 
> em Filosofia, e agora faço doutorado em Filosofia. Será que a carga horária 
> cumprida e o conteúdo com que tive contato (e que terei tido, com um eventual 
> posdoc) já não seria suficiente para um concurso? Em concursos para outras 
> áreas não vejo tanto esse requisito de graduação na área. O que vocês acham: 
> é algo que deve continuar, ou eventualmente mudar?
> 
> At. te,
> João Ferrari.
> 
> Em seg., 12 de dez. de 2022 às 11:40, Joao Marcos  > escreveu:
> Departamento de Filosofia
>  Classe: A - Denominação: Adjunto "A" - Nível: 1.
>  Área de Conhecimento: Lógica
> 
> 
> Requisito Básico: Graduação em Filosofia e Doutorado em Filosofia.
> 
> 
> 
> QUADRO DOS OBJETOS DE AVALIAÇÃO
> Itens dos Objetos de Avaliação
> 01 Métodos de prova e completude
> 02 Ordinais e cardinais
> 03 Incompletude e indecidibilidade
> 04 Definibilidade e interpolação
> 05 Axiomas de ZFC e hierarquia de von Neumann
> 06 Teoremas da compacidade e de Löwenheim-Skolem
> 07 Lógica abstrata: relações de consequência
> 08 Quantificação e formas prenexas
> 09 Categorias e construções universais
> 10 Lógica de segunda ordem e poder expressivo
> 
> 
> Mais informações:
> http://concursos.unb.br/index.php/efetivo-2022/1888-edital-de-abertura-n-345-2022
>  
> 
> 
> 
> Edital de Abertura n. 345/2022
> 
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> Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de Lógica 
> mailto:logica-l@dimap.ufrn.br>>
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> Você recebeu essa mensagem porque está inscrito no grupo "LOGICA-L" dos 
> Grupos do Google.
> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um 
> e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br 
> .
> Para ver essa discussão na Web, acesse 
> https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CAO6j_Li__sixaPMBCM%3D8NYKieE0naAf_asUO1sknzse4jgNr-w%40mail.gmail.com
>  
> .
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> Grupos do Google.
> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um 
> e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br 
> 

Re: [Logica-l] Fwd: Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica

2022-12-14 Por tôpico João Ferrari
Pois é, tenho a mesmíssima impressão. Sinto que é um tipo de medida muito
endógena que visa proteger a classe mas que, por outro lado, coloca
obstáculos para uma filosofia mais contemporânea, mais permeável à
interdisciplinaridade.
Que consigamos mudar isso um dia!

Abraços,
João F.

Em ter., 13 de dez. de 2022 às 21:45, Walter Carnielli 
escreveu:

> Olá João Ferrari,
>
>  é claro que deve mudar !
>
> Isso é uma evidente reserva de mercado-- se fosse o caso de se exigir
> diploma de graduação em filosofia para fazer  filosofia, ou bacharelado  em
> matemática para se fazer matemática, etc , Fermat (que era advogado) não
> teria tido chance, nem Aristóteles que não tinha diploma.
> Nem Galileu , que não tinha diploma nem em  astronomia nem em física...
>
> Abraços,
>
> Walter
>
> Em ter., 13 de dez. de 2022 19:57, João Ferrari 
> escreveu:
>
>> Olá a todos e todas,
>>
>> gostaria de saber a opinião de vocês sobre o requisito GRADUAÇÃO em
>> Filosofia para concursos na área.
>> Graduei em outra área, mas fiz formação complementar em Filosofia,
>> mestrado em Filosofia, e agora faço doutorado em Filosofia. Será que a
>> carga horária cumprida e o conteúdo com que tive contato (e que terei tido,
>> com um eventual posdoc) já não seria suficiente para um concurso? Em
>> concursos para outras áreas não vejo tanto esse requisito de graduação na
>> área. O que vocês acham: é algo que deve continuar, ou eventualmente mudar?
>>
>> At. te,
>> João Ferrari.
>>
>> Em seg., 12 de dez. de 2022 às 11:40, Joao Marcos 
>> escreveu:
>>
>>> Departamento de Filosofia
>>>
>>> Classe: A - Denominação: Adjunto "A" - Nível: 1.
>>>
>>> Área de Conhecimento: Lógica
>>>
>>> Requisito Básico: Graduação em Filosofia e Doutorado em Filosofia.
>>>
>>>
>>> QUADRO DOS OBJETOS DE AVALIAÇÃOItens dos Objetos de Avaliação01 Métodos de 
>>> prova e completude02 Ordinais e cardinais03 Incompletude e 
>>> indecidibilidade04 Definibilidade e interpolação05 Axiomas de ZFC e 
>>> hierarquia de von Neumann06 Teoremas da compacidade e de Löwenheim-Skolem07 
>>> Lógica abstrata: relações de consequência08 Quantificação e formas 
>>> prenexas09 Categorias e construções universais10 Lógica de segunda ordem e 
>>> poder expressivo
>>>
>>>
>>> Mais informações:
>>> http://concursos.unb.br/index.php/efetivo-2022/1888-edital-de-abertura-n-345-2022
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>>>
>>>
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>> Para ver essa discussão na Web, acesse
>> https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CADzyMvaUt-xc2ukef%3D-MYd91Otw7Cbrk1H4z%2BMTZ3%3DdAEoq3ew%40mail.gmail.com
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