Re: [obm-l] 1^2 + 2^2 + ... + n^2()Caso Geral

2005-04-11 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
Bom, acho que tem algo a ver com os números de Bernoulli (que não têm
fórmula fechada, mas quem disse que cos(x) é uma fórmula fechada??
(Isso foi para provocar...)

O truque é que estes números relacionam-se com a expansão de n^k em
somas de binomiais da forma n^k = SOMA {em j} C(n, j) * B(k, j) (ou
algo parecido, pode ter um k-j em vez de j). Daí, como eu falei numa
mensagem anterior, é só usar a soma das colunas.

Maiores detalhes, você pode encontrar no Concrete Mathematics,
R.L.Graham, D.E.Knuth, O.Patashnik.

Abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa


On Apr 9, 2005 11:21 AM, Johann Peter Gustav Lejeune Dirichlet
[EMAIL PROTECTED] wrote:
 Existe alguma especie de formula fechada para o caso
 geral? Ou seja, calcular as k-esimas potencias dos n
 primeiros naturais, em funcao de n e k.
 
 --- Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]
 wrote:
  On Tue, Apr 05, 2005 at 02:02:34PM -0300,
  claudio.buffara wrote:
   Ontem alguém perguntou aqui na lista como se
  demonstrava a fórmula da soma
   dos quadrados dos primeiros n inteiros positivos.
 
  Oi Claudio, achei bem legal a sua demonstração.
 
  Na verdade este assunto já foi discutido várias
  vezes nesta lista
  e pode valer a pena dar uma olhada nos arquivos.
 
  Seja f(n) = 1^2 + 2^2 + ... + n^2. Podemos definir f
  também como
  a única função de Z em Z que satisfaz f(0) = 0, f(n)
  = f(n-1) + n^2.
 
  É fácil ver que f é um polinômio de grau 3. De fato,
  considere a
  seguinte transformação linear: T(a,b,c) = (d,e,f)
  se, sendo
  g(n) = an^3 + bn^2 + cn, tivermos g(n) - g(n-1) =
  dn^2 + en + f.
  A transformação linear T é bem definida pois os
  termos de grau 3
  se cancelam; T também é injetora, pois g(n) - g(n-1)
  = 0 para todo n
  implica que g é constante logo, como não há termos
  constante em g,
  temos g = 0. Assim T é inversível. Note que o mesmo
  raciocínio
  demonstra que se h é um polinômio de grau k e se g
  satisfaz
  g(n) = g(n-1) + h(n) então g é polinômio de grau
  k+1.
 
  Agora escrevendo f(n) = an^3 + bn^2 + cn + d, f(0) =
  0, f(1) = 1,
  f(2) = 5, f(3) = 14 temos um sisteminha 3x3:
a +  b +  c =  1
   8a + 4b + 2c =  5
  27a + 9b + 3c = 14
  e podemos facilmente achar a, b e c.
 
  Mas acho mais elegante neste caso ver quais são as
  raízes de f.
  Claramente temos f(0) = f(-1) = 0. Note que f(-2) =
  - (-1)^2 = -f(1),
  f(-3) = - (-1)^2 - (-2)^2 = -f(2), ...,
  f(-1-n) = - (-1)^2 - (-2)^2 - ... - (-n)^2 = -f(n).
  Temos assim f(-1-n) = -f(n) donde f(-1/2) = 0, a
  terceira raiz.
  Assim f(n) = cn(n+1)(2n+1). Uma substituição obteria
  o valor de c,
  mas prefiro fazer f(n) ~= int_0^n t^2 dt = 1/3 n^3
  donde c = 1/6.
 
  []s, N.
 
 =
  Instruções para entrar na lista, sair da lista e
  usar a lista em
  http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
 
 =
 
 
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Re: [obm-l] 1^2 + 2^2 + ... + n^2()Caso Geral

2005-04-09 Por tôpico Johann Peter Gustav Lejeune Dirichlet
Existe alguma especie de formula fechada para o caso
geral? Ou seja, calcular as k-esimas potencias dos n
primeiros naturais, em funcao de n e k.


--- Nicolau C. Saldanha [EMAIL PROTECTED]
wrote:
 On Tue, Apr 05, 2005 at 02:02:34PM -0300,
 claudio.buffara wrote:
  Ontem alguém perguntou aqui na lista como se
 demonstrava a fórmula da soma
  dos quadrados dos primeiros n inteiros positivos.
 
 Oi Claudio, achei bem legal a sua demonstração.
 
 Na verdade este assunto já foi discutido várias
 vezes nesta lista
 e pode valer a pena dar uma olhada nos arquivos.
 
 Seja f(n) = 1^2 + 2^2 + ... + n^2. Podemos definir f
 também como
 a única função de Z em Z que satisfaz f(0) = 0, f(n)
 = f(n-1) + n^2.
 
 É fácil ver que f é um polinômio de grau 3. De fato,
 considere a
 seguinte transformação linear: T(a,b,c) = (d,e,f)
 se, sendo
 g(n) = an^3 + bn^2 + cn, tivermos g(n) - g(n-1) =
 dn^2 + en + f.
 A transformação linear T é bem definida pois os
 termos de grau 3
 se cancelam; T também é injetora, pois g(n) - g(n-1)
 = 0 para todo n
 implica que g é constante logo, como não há termos
 constante em g,
 temos g = 0. Assim T é inversível. Note que o mesmo
 raciocínio
 demonstra que se h é um polinômio de grau k e se g
 satisfaz
 g(n) = g(n-1) + h(n) então g é polinômio de grau
 k+1.
 
 Agora escrevendo f(n) = an^3 + bn^2 + cn + d, f(0) =
 0, f(1) = 1,
 f(2) = 5, f(3) = 14 temos um sisteminha 3x3:
   a +  b +  c =  1
  8a + 4b + 2c =  5
 27a + 9b + 3c = 14
 e podemos facilmente achar a, b e c.
 
 Mas acho mais elegante neste caso ver quais são as
 raízes de f.
 Claramente temos f(0) = f(-1) = 0. Note que f(-2) =
 - (-1)^2 = -f(1),
 f(-3) = - (-1)^2 - (-2)^2 = -f(2), ...,
 f(-1-n) = - (-1)^2 - (-2)^2 - ... - (-n)^2 = -f(n).
 Temos assim f(-1-n) = -f(n) donde f(-1/2) = 0, a
 terceira raiz.
 Assim f(n) = cn(n+1)(2n+1). Uma substituição obteria
 o valor de c,
 mas prefiro fazer f(n) ~= int_0^n t^2 dt = 1/3 n^3
 donde c = 1/6.
 
 []s, N.

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Re:[Spam] Re: [obm-l] 1^2 + 2^2 + ... + n^2()Caso Geral

2005-04-09 Por tôpico Fernando
Determine a soma dos quadrados dos n primeiros inteiros positivos, ou seja, calcule 12 + 22 + 32 + ... +n2. 
Solução: 
Considere a identidade (n + 1)3 = n3 + 3.n2 + 3.n + 1 já nossa velha conhecida, obtida da fórmula do cubo de uma soma (a +b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3, fazendo a = n e b = 1. Vamos fazer sucessivamente, n = 0, 1, 2, ...,n na identidade acima: 
n = 0: (0+1)3 = 13 = 03 + 3.02 + 3.0 + 1 n = 1: (1+1)3 = 23 = 13 + 3.12 + 3.1 + 1 n = 2: (2+1)3 = 33 = 23 + 3.22 + 3.2 + 1 n = 3: (3+1)3 = 43 = 33 + 3.32 + 3.3 + 1 n = 4: (4+1)3 = 53 = 43 + 3.42 + 3.4 + 1    n = n: (n+1)3 = (n+1)3 = n3 + 3.n2 + 3.n + 1 
Somando membro a membro as (n + 1) igualdades acima, vem: 
13 + 23 + 33 + ... + n3 + (n+1)3 = 13 + 23 + 33 + ... + n3 + 3(12+22+32+...+n2) + 3(1+2+3+...+n) + (n+1). 
Nota: Observe que o número 1 aparece (n+1) vezes, daí, (n+1).1 = (n+1). Simplificando a expressão acima, observando que os termos de expoente 3 cancelam-se mutuamente, fica: 
(n + 1)3 = 3(12+22+32+...+n2) + 3(1+2+3+...+n) + (n+1). 
Ora, a soma 12 + 22 + 32 + ... +n2 é justamente o que estamos procurando. Vamos chama-la de S. A soma1 + 2 +3 + 4 + ... + né exatamente a soma dos n primeiros números naturais, os quais formam umaprogressão aritméticade primeiro termo 1, último termo igual a n e número de termos igual também a n. Como já vimos no capítulo PA, tal soma é dada por:1 + 2 + 3 + 4 + ... + n = n(n+1)/2 
Substituindo, fica:(n + 1)3 = 3.S + 3.n(n+1)/2 + n+1. Isolando o termo 3S, vem:3S = (n+1)3 – (n+1) – 3n(n+1)/2  Multiplicando ambos os membros por 2, vem:6S = 2(n+1)3 – 2(n+1) – 3n(n+1)  Colocando n+1 em evidencia no segundo membro, fica: 6S = (n+1)[2(n+1)2 – 2 – 3n]  Efetuando as operações indicadas no segundo membro, vem: 6S = (n+1)[2(n2+2n+1) – 2 – 3n] 6S = (n+1)(2n2 + 4n + 2 – 2 – 3n) 6S = (n+1)(2n2 + n)6S = (n+1).n.(2n +1)  Finalmente, fica:
S = [n.(n+1).(2n +1)]/6
Achei interessante repassar este conteudo no qual tive acesso, de
Paulo Marques, http://www.terra.com.br/matematica

Onde eu extrai este conteudo []'s