Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2006-09-22 Por tôpico rlalonso
   Uma outra coisa que achei interessante sobre o Axioma da Escolha é um
artigo filosófico que diz que a matemática é Ontologicamente Neutra.
   Em outras palavras: não têm nenhum compromisso
ontológico, não assumem a existência de qualquer entidade concreta.

   Esse artigo (citado abaixo) faz algumas observações sobre a teoria ZFC
que supõe que todos os conceitos em  matemática e/ou a lógica clássicas 
estão em algum momento comprometidas com o conceito de indivíduo.
   Em outras palavras, elas podem ser inadequadas para descrever objetos
ou comportamento quânticos se levarmos em conta a 
 possível consideração das entidades quânticas como
não-indivíduos (aos quais o conceito usual de identidade da matemática
tradicional não se aplica): 

   http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause/pg/papers/Ontologia.pdf 


   Será que é devido ao conceito de identidade ou indivíduo em matemática
que o Paulo Santa Rita  concluiu que não é possível unificar 
a relatividade e a mecânica quântica?
 Aparentemente há muita coisa em filosofia que ajuda a entender as
formulações feitas em matemática.


Ronaldo.


=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2006-09-22 Por tôpico rlalonso
   Uma outra coisa que achei interessante sobre o Axioma da Escolha é um
artigo filosófico que diz que a matemática é Ontologicamente Neutra.
   Em outras palavras: não têm nenhum compromisso
ontológico, não assumem a existência de qualquer entidade concreta.

   Esse artigo (citado abaixo) faz algumas observações sobre a teoria ZFC
que supõe que todos os conceitos em  matemática e/ou a lógica clássicas 
estão em algum momento comprometidas com o conceito de indivíduo.
   Em outras palavras, elas podem ser inadequadas para descrever objetos
ou comportamento quânticos se levarmos em conta a 
 possível consideração das entidades quânticas como
não-indivíduos (aos quais o conceito usual de identidade da matemática
tradicional não se aplica): 

   http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause/pg/papers/Ontologia.pdf 


   Será que é devido ao conceito de identidade ou indivíduo em matemática
que o Paulo Santa Rita  concluiu que não é possível unificar 
a relatividade e a mecânica quântica?
 Aparentemente há muita coisa em filosofia que ajuda a entender as
formulações feitas em matemática.


Ronaldo.


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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-18 Por tôpico Rogerio Fajardo

Realmente, parece que eu gerei mais polêmica do que esperava. Vou indicar um 
site que explica muito bem o Axioma da Escolha - seu enuniado, aplicações e 
discussões filosóficas a respeito de seu uso. O site é: 
http://math.vanderbilt.edu/~schectex/ccc/choice.html


From: Jose Francisco Guimaraes Costa [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: obm-l [EMAIL PROTECTED]
Subject: [obm-l] Axioma da Escolha
Date: Tue, 17 Sep 2002 15:18:29 -0300

Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o Axioma
da
Escolha.

Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?

JF

-Mensagem Original-
De: Rogerio Fajardo [EMAIL PROTECTED]
Para: [EMAIL PROTECTED]
Enviada em: Terça-feira, 17 de Setembro de 2002 13:30
Assunto: RE: [obm-l] Axioma da Escolha


  A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha 
é
(...)


=
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RE: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico Rogerio Fajardo

A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha é 
conseguir uma propriedade que escolhe um elemento de cada conjunto. Por 
exemplo, os racionais são enumeráveis. Em particular, podem ser bem 
ordenados. De fato, podemos escrever essa boa ordem (a lexicográfica, por 
exemplo). Para escolhermos elementos de infinitos conjuntos de racionais, 
basta pegarmos o menor elemento de cada conjunto. Esse tipo de demonstração 
é construtiva, no sentido de que essa escolha não foi feita ao acaso, mas 
obedecendo uma regra explícita.

É claro, como voce ressaltou, o construtivismo não aceita princípios e 
teoremas tidos como fundamentais na matemática. A fim de eliminar algumas 
coisas estranhas da matemática, criou outras mais estranhas ainda. Trata-se 
apenas de uma forma de matemática que não é a mais usual, mas em algum 
momento pode até ser útil. Hoje há quase um consenso em aceitar o axioma da 
escolha. Mas, para alguns, um teorema que não depende do axioma da escolha 
pode ter um status maior do que os outros. Existem muitos trabalhos 
relacionados a independência em Teoria dos Conjuntos que mostram o que seria 
possível sem o axioma da escolha.


From: Artur Costa Steiner [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: RE: [obm-l] Axioma da Escolha
Date: Fri, 13 Sep 2002 23:45:41 -0700

  Apenas lembrando, porque costuma-se realçar quando se usa o axioma da
  escolha, há uma corrente filosófica de matemáticos que não aceitam o
  axioma
  da escolha: os construtivistas (ou, mais geralmente, os
intuicionistas). O
  axioma da escolha nos garante a existência de objetos que não podemos
  determinar quem, exatamente, ele é. Esse tipo de coisa os
construtivistas
  não aceitam, pois de que serve saber que existe alguma coisa que nunca
  saberemos quem é, ou onde está? O teorema de Weierstrass, que diz que
toda
  função real contínua sobre um intervalo fechado assume máximo, não é
  aceita
  pelos construtivistas, pois não podemos exibir esse ponto de máximo.
[Artur Costa Steiner]

Ms este teorema é um dos mais importantes da matemática
  Por
  outro lado não podemos dizer que não existe ponto de máximo, pois isso
  seria
  garantir que todos os pontos não são de máximo, o que não devemos
  assegurar.
  Por isso na lógica intuicionista A ou não A pode ser falso, e A não
é
  equivalente a não não A.
[Artur Costa Steiner]

Acho que é também importante lembrar que muitas provas na matemática
basiam-se em infinitas escolhas. Por exemplo, várias das provas dos
teoremas ligados à  compaticidade de espaços métricos enquadram-se nesta
categoria, como o que afirma que S é compacto === S é sequencialmente
compacto. Parece-me que estas provam usam o axioma da escolha. E ninguém
as questiona.

 ,
 Todas essas complicações geradas pelo construtivismo fizeram que
esse
  caísse um pouco no esquecimento. Hoje parece que há poucos matemáticos
  construtivistas. Mas devemos nos lembrar que o argumento central que
gerou
  o
  construtivismo faz sentido. Realmente, podemos pensar o que fazemos
com
  coisas obtidas não construtivamente. Enfim, há sempre uma fagulha de
  construtivista em nós. É certo que os mais radicais não admitem nem
prova
  por absurdo, mas o axioma da escolha já seria o maior crime que se
poderia
  cometer contra o construtivismo. Por isso, nas demonstrações, é sempre
bom
  ressaltar o que é construtivo e o que não é. Por exemplo, o Paradoxo
de
  Banach-Tarski, sobre a duplicação da esfera, citada pelo Paulo, é
  não-construtiva.
  Sobre o problema da violência, resta um consolo: se o conjunto dos
  bandidos, dado pelo problema, já estiver bem ordenado (por exemplo, se
é
  enumerável), não precisamos do axioma da escolha, e não cometeremos
uma
  violência contra os intuicionistas. O difícil vai ser achar bandidos
bem
  ordenados...
 
[Artur Costa Steiner]
Quando podemos fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha?
Sempre que tivermos conjuntos bem ordenados? Por exemplo, se fizermos
infinitas escolhas em infinitos subconjuntos dos racionais, então não
precisamos do axioma?

Artur
 

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[obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico Jose Francisco Guimaraes Costa

Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o Axioma
da
Escolha.

Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?

JF

-Mensagem Original-
De: Rogerio Fajardo [EMAIL PROTECTED]
Para: [EMAIL PROTECTED]
Enviada em: Terça-feira, 17 de Setembro de 2002 13:30
Assunto: RE: [obm-l] Axioma da Escolha


 A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha é
(...)


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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico 498 - Artur Costa Steiner



 Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o 
Axioma
 da
 Escolha.
 
 Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?
 
 JF

O enunciado mais usual é o seguinte:

Dada uma coleção qualquer de conjuntos disjuntos {A_a} (finita ou 
infinita, numerável ou não), é possível formar um conjunto S tal que 
cada elemento de S pertença a um dos conjuntos A_a. Isto é, é possível 
formar S escolhendo-se um elemento de cada um dos conjuntos A_a, daí o 
nome Axioma da Escolha.

Alguns autores definem o axioma sem  requerer que a coleção {A_a} seja 
disjunta.
Artur
=
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Re: [obm-l] violencia e axioma da escolha

2002-09-09 Por tôpico Vinicius José Fortuna

Não sei se entendi direito, mas, ao meu ver, não teríamos conjuntos dois a
dois disjuntos e tal propriedade é necessária para aplicar o axioma da
escolha (ou não?).

De qualquer forma, não poderíamos mapear os bandidos nos números inteiros?
Assim teríamos uma função de escolha que pegaria em C o bandido mapeado no
menor inteiro tal que satisfaça aquelas condições para entrar em R. Se temos
uma função de escolha então podemos escolhê-los independentemente do axioma
da escolha.

Agradeço esclarecimentos

Vinicius Fortuna

- Original Message -
From: Rogerio Fajardo [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: Monday, September 09, 2002 12:08 PM
Subject: Re: [obm-l] violencia


 Olá, Vinicius

   Cada vez que voce retira um elemento de C e coloca em R, na verdade
voce
 mudou o conjunto C. Ou seja, cada escolha que voce fez, no processo
 indutivo, foi sobre um conjunto diferente. É semelhante a demonstração de
 que todo conjunto infinto possui um subconjunto enumerável, em que, dado
um
 conjunto V, construímos indutivamente um conjunto S colocando nele, a cada
 passo, um elemento de V que não está em S, usando o Axioma da Escolha


 From: Vinicius José Fortuna [EMAIL PROTECTED]
 Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
 To: [EMAIL PROTECTED]
 Subject: Re: [obm-l] violencia
 Date: Sun, 8 Sep 2002 18:41:45 -0300
 
 Oi Rogério
 Acho que não saquei. Em que momento foi utilizado o axioma da escolha? Eu
 nem tinha infinitos conjuntos! Apenas conjuntos infinitos.
 
 Até mais
 
 Vinicius
 
 - Original Message -
 From: Rogerio Fajardo [EMAIL PROTECTED]
 To: [EMAIL PROTECTED]
 Sent: Sunday, September 08, 2002 2:17 PM
 Subject: Re: [obm-l] violencia
 
 
   É bom notar que essa solução usa o axioma da escolha (de infinitos
 conjuntos
   não-vazios, escolhemos um elemento de cada). É essencial o axioma da
 escolha
   para resolvê-lo?
  
  
   From: Vinicius José Fortuna [EMAIL PROTECTED]
   Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
   To: [EMAIL PROTECTED]
   Subject: Re: [obm-l] violencia Date: Sat, 7 Sep 2002 23:44:58 -0300
   
   - Original Message -
   From: Fernanda Medeiros [EMAIL PROTECTED]
   To: [EMAIL PROTECTED]
   Sent: Saturday, September 07, 2002 8:45 PM
   Subject: [obm-l] violencia
   
   
 Olá,
 alguém pode dar uma ajuda nestas questões?
 1.a)uma gang tem infinitos bandidos e cada um dos meliantes tem
um
   único
 inimigo no interior da gang,que ele quer matar.Prove q é
possivel
   reunir
 uma quantidade infinita de bandidos desta gang, semq  haja  o
 risco
 de
   q
 um bandido mate outro durante a reunião.
   
   Pense no seguinte algoritmo:
   Temos o conjunto C de candidatos à reunião que inicialmente contém
 todos
 os
   infinitos bandidos da gangue.
   Temos o conjunto R de bandidos selecionados para a reunião que
 inicialmente
   está vazio.
   
   A cada passo do algoritmo procuramos em C alguém que não que matar
 ninguém
   de R e ninguém em R quer matá-lo.
   Seja M o subconjunto de C de bandidos que pelo menos um de R quer
 matar.
   Como cada bandido de R só quer matar um, |M|=|R|
   Então, como R é finito, M será finito e V=C-M será infinito, pois C é
   infinito.
   V será o subconjunto de C dos bandidos que ninguém de R quer matar.
   Em V procuramos um bandido que não quer matar ninguém de R, retiramos
 ele
   de
   C, o inserimos em R e repete-se o processo.
   
   Se sempre for possível encontrar tal bandido, o processo se repetirá
   indefinidamente e com R sempre crescendo. Assim teremos infnitos
 bandidos
   na
   reunião sem derramamento de sangue.
   
   Se em algum momento não for possível encontrar um bandido em V, é
 porque
   todos os bandidos de V querem matar alguém de R. Ou seja, ninguém de
V
 quer
   matar outro de V. Pegamos, então, V como o conjunto de bandidos para
a
   reunião. Como V é infinito, teremos infinitos participantes na
reunião.
   
 b)Se cada bandido tiver um nº finito mas indefinido de inimigos(um
   bandido
 pode ter 2 inimigos, outro somente 1, um terceiro pode ter 20 e
 assim
   por
 diante).Será sempre possivel promover uma reunião com infinitos
 bandidos
   sem
 risco de derramamento de sangue?
   Não é possível. Existe um contra-exemplo:
   Ordene os bandidos formando uma sequência. Imagine que cada bandido
 quer
   matar todos que vêm antes dele na sequência. Nunca poderemos ter dois
   bandidos 'a' e 'b' na reunião, pois ou a vem antes de b, ou b vem
antes
 de,
   assim haverá um que vai querer matar o outro. Então só poderemos ter
um
   bandido na reunião.
   
   Até mais
   
   Vinicius Fortuna
   IC-Unicamp


=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
O administrador desta lista é [EMAIL PROTECTED]
=



Re: [obm-l] violencia e axioma da escolha

2002-09-09 Por tôpico Bruno F. C. Leite

At 17:16 09/09/02 -0300, you wrote:
Não sei se entendi direito, mas, ao meu ver, não teríamos conjuntos dois a
dois disjuntos e tal propriedade é necessária para aplicar o axioma da
escolha (ou não?).

De qualquer forma, não poderíamos mapear os bandidos nos números inteiros?
Assim teríamos uma função de escolha que pegaria em C o bandido mapeado no
menor inteiro tal que satisfaça aquelas condições para entrar em R. Se temos
uma função de escolha então podemos escolhê-los independentemente do axioma
da escolha.

Acho que o conjunto dos bandidos não precisa ser enumerável.

Bruno Leite
http://www.ime.usp.br/~brleite



Agradeço esclarecimentos

Vinicius Fortuna

- Original Message -
From: Rogerio Fajardo [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: Monday, September 09, 2002 12:08 PM
Subject: Re: [obm-l] violencia


  Olá, Vinicius
 
Cada vez que voce retira um elemento de C e coloca em R, na verdade
voce
  mudou o conjunto C. Ou seja, cada escolha que voce fez, no processo
  indutivo, foi sobre um conjunto diferente. É semelhante a demonstração de
  que todo conjunto infinto possui um subconjunto enumerável, em que, dado
um
  conjunto V, construímos indutivamente um conjunto S colocando nele, a cada
  passo, um elemento de V que não está em S, usando o Axioma da Escolha
 
 
  From: Vinicius José Fortuna [EMAIL PROTECTED]
  Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
  To: [EMAIL PROTECTED]
  Subject: Re: [obm-l] violencia
  Date: Sun, 8 Sep 2002 18:41:45 -0300
  
  Oi Rogério
  Acho que não saquei. Em que momento foi utilizado o axioma da escolha? Eu
  nem tinha infinitos conjuntos! Apenas conjuntos infinitos.
  
  Até mais
  
  Vinicius
  
  - Original Message -
  From: Rogerio Fajardo [EMAIL PROTECTED]
  To: [EMAIL PROTECTED]
  Sent: Sunday, September 08, 2002 2:17 PM
  Subject: Re: [obm-l] violencia
  
  
É bom notar que essa solução usa o axioma da escolha (de infinitos
  conjuntos
não-vazios, escolhemos um elemento de cada). É essencial o axioma da
  escolha
para resolvê-lo?
   
   
From: Vinicius José Fortuna [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: Re: [obm-l] violencia Date: Sat, 7 Sep 2002 23:44:58 -0300

- Original Message -
From: Fernanda Medeiros [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: Saturday, September 07, 2002 8:45 PM
Subject: [obm-l] violencia


  Olá,
  alguém pode dar uma ajuda nestas questões?
  1.a)uma gang tem infinitos bandidos e cada um dos meliantes tem
um
único
  inimigo no interior da gang,que ele quer matar.Prove q é
possivel
reunir
  uma quantidade infinita de bandidos desta gang, semq  haja  o
  risco
  de
q
  um bandido mate outro durante a reunião.

Pense no seguinte algoritmo:
Temos o conjunto C de candidatos à reunião que inicialmente contém
  todos
  os
infinitos bandidos da gangue.
Temos o conjunto R de bandidos selecionados para a reunião que
  inicialmente
está vazio.

A cada passo do algoritmo procuramos em C alguém que não que matar
  ninguém
de R e ninguém em R quer matá-lo.
Seja M o subconjunto de C de bandidos que pelo menos um de R quer
  matar.
Como cada bandido de R só quer matar um, |M|=|R|
Então, como R é finito, M será finito e V=C-M será infinito, pois C é
infinito.
V será o subconjunto de C dos bandidos que ninguém de R quer matar.
Em V procuramos um bandido que não quer matar ninguém de R, retiramos
  ele
de
C, o inserimos em R e repete-se o processo.

Se sempre for possível encontrar tal bandido, o processo se repetirá
indefinidamente e com R sempre crescendo. Assim teremos infnitos
  bandidos
na
reunião sem derramamento de sangue.

Se em algum momento não for possível encontrar um bandido em V, é
  porque
todos os bandidos de V querem matar alguém de R. Ou seja, ninguém de
V
  quer
matar outro de V. Pegamos, então, V como o conjunto de bandidos para
a
reunião. Como V é infinito, teremos infinitos participantes na
reunião.

  b)Se cada bandido tiver um nº finito mas indefinido de inimigos(um
bandido
  pode ter 2 inimigos, outro somente 1, um terceiro pode ter 20 e
  assim
por
  diante).Será sempre possivel promover uma reunião com infinitos
  bandidos
sem
  risco de derramamento de sangue?
Não é possível. Existe um contra-exemplo:
Ordene os bandidos formando uma sequência. Imagine que cada bandido
  quer
matar todos que vêm antes dele na sequência. Nunca poderemos ter dois
bandidos 'a' e 'b' na reunião, pois ou a vem antes de b, ou b vem
antes
  de,
assim haverá um que vai querer matar o outro. Então só poderemos ter
um
bandido na reunião.

Até mais

Vinicius Fortuna
IC-Unicamp


=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http

Re: Axioma da Escolha

2001-12-10 Por tôpico Paulo Santa Rita

Ola Duda e demais
Colegas desta Lista,



O AXIOMA DA ESCOLHA  e um dos axiomas de uma das axiomatizacoes da TEORIA 
DOS CONJUNTOS. No livro do Prof Paul Halmos, TEORIA INGENUA DOS CONJUNTOS, 
ele e tratado com mais detalhes. Este livro tem uma traducao para o 
Portugues.

O AXIOMA DA ESCOLHA, a grosso modo,  afirma que DE TODA FAMILIA DE CONJUNTOS 
NAO VAZIOS E POSSIVEL CONSTRUIR UM CONJUNTO QUE CONTENHA UM ELEMENTO DE CADA 
ELEMENTO DA FAMILIA. Este axioma tem consequencias notaveis, como as duas 
que voce enunciou - que voce pode ver no livro de Algebra linear do 
Kunze-Hoffman e no Algebra do Birkhof-Maclane - mas tem tambem implicacoes 
inverossimeis.

Note que no enunciado do axioma nada se fala sobre a FUNCAO DE ECOLHA ... de 
cada conjunto da familia nos ESCOLHEMOS um elemento e colocamos uma copia 
dele no conjunto que estamos construindo. A regra para elegermos o elemento 
a ser copiado e, a principio, livre. E esta liberalidade que permite a 
imaginacao humana definir estranhas funcoes de escolha que implicam na 
construcao de estranhos resultados 

Tarski, por exemplo, mostrou que usando o AXIOMA DA ESCOLHA, em tese e 
possivel dividir uma esfera macica em ao menos cinco partes de forma que ao 
unir posteriormente estas partes redundara nao em uma, mas em duas esferas 
identicas a original ... !!! Inverossimil ? Mas, em tese, e possivel efetuar 
uma tal operacao !

O que parece pouco crivel no exemplo acima e que uma tal operacao estaria 
derrogando explicitamente o principio da conservacao massa-energia, pois 
teriamos uma duplicacao de massa sem o esperado desaparecimento da 
quantidade de energia de repouso : E=M*(C^2). E digno de nota, todavia, que 
ja hoje se fala de sistemas abertos ( Equacao de Beluzonov ) nos quais estes 
principios de simetria nao sao obedecidos e que conduzem os sistemas a 
outras configuracoes, mais organizadas ...

O que e certo e que o AXIOMA DA ESCOLHA, dado as suas implicacoes pouco 
aceitaveis, sempre foi olhado e tratado com forte suspeicao, muitos 
matematicos achando que uma demonstracao que nao usasse o dito axioma era 
melhor que outra que o usasse. Seria este axioma o responsavel pelas 
inconsistencias da TEORIA DOS CONJUNTOS ?

Aqui, mais uma vez, entrou em cena o ALTER-EGO dos Matematicos formalistas 
do seculo XX : Godel e sua Turma. Se chamarmos de classica a TEORIA DOS 
CONJUNTOS que aceita e usa o AXIOMA DA ESCOLHA, Godel mostrou que se a 
Teoria dos Conjuntos Classica for inconsistente, a teoria nao-classica, que 
nao usa ou aceita o AXIOMA DA  ESCOLHA, tambem sera inconsistente. Isto e, 
Godel mostrou que  o axioma da escolha nao pode ser responsabilizado por 
possiveis inconssitencias que porventura venhamos a descobrir na teoria dos 
conjuntos.

Este resultado de Godel, bem como a sua solucao para as equacoes da teoria 
da relatividade geral ( que implicam num horizonte de eventos onde se 
alternam locais nos quais o principio da  causalidade ora vale, ora nao vale 
), nao e tao famoso quanto os resultados relativos a inconsistencia da 
Aritmetica, mas nao deixam de ser fundamentais, conforme vimos.

Ate parece que Godel veio ao mundo para falar uma unica coisa ... parece que 
ele veio dizer que em qualquer sistema axiomatico, AS REGRAS sao tao ou mais 
importantes que os AXIOMAS e os OBJETOS INDEFINDOS, que o TODO E MAIS QUE  
MERAMENTE A SOMA DAS PARTES,QUE A COMPREENSAO REDUCIONISTA E ANALITICA 
PRECISA MUDAR !

Um abraco
Paulo Santa Rita
2,1644,101101

From: Eduardo Casagrande Stabel [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: Axioma da Escolha
Date: Fri, 7 Dec 2001 02:52:23 -0200

Ola!

Em alguns textos matematicos, eu ja li a sentenca papapá segue do axioma 
da
escolha. O que exatamente isso quer dizer? Que eh uma consequencia
imediata? Por exemplo, cito duas frases:

1 - Segue do axioma da escolha que todo espaco vetorial possui uma base
2 - Segue do axioma da escolha que todo conjunto possui uma boa ordem

Talvez esse assunto fuja do segundo grau, perdao. Mas alguem poderia me dar
uma ideia de o que eu devo entender por essas frases?

Obrigado!
Eduardo.



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Re: Axioma da Escolha

2001-12-10 Por tôpico Rogerio Fajardo

No 2ºgrau a gente sai com uma idéia de que tudo que se prova em matemática é 
absoluto, incontestável, uma verdade universal. Mas na verdade, na 
matemática moderna, o conceito de verdade depende, dentre outras coisas 
(Tarski definiu formalmente o que significa verdade em matemática) dos 
axiomas que vc assume. Os axiomas eram usados desde Euclides, como verdades 
evidentes em si mesmas. Para a matemática moderna, no entanto, não existe 
nada evidente em si mesmo. Um conjunto de axiomas define uma teoria, e nessa 
teoria esses axiomas são verdadeiros, em outras não (p.ex. geometria 
euclideana e geometrias não-euclideanas).

O axioma da escolha é um dos mais polêmicos axiomas de teoria dos conjuntos. 
Muitos matemáticos não o aceitam, por trazer consequências estranhas na 
matemática. Porém, a maioria o usa (mesmo os que não o aceitam, muitas vezes 
o usam sem perceber).

Um interessante link sobre o assunto: 
http://math.vanderbilt.edu/~schectex/ccc/choice.html

Entre outras coisas, lá vc vai ver uma frase muito interessante (e 
explicativa) de Bertrand Russel sobre o axioma da escolha.

   Rogério

From: Eduardo Casagrande Stabel [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: Axioma da Escolha
Date: Fri, 7 Dec 2001 02:52:23 -0200

Ola!

Em alguns textos matematicos, eu ja li a sentenca papapá segue do axioma 
da
escolha. O que exatamente isso quer dizer? Que eh uma consequencia
imediata? Por exemplo, cito duas frases:

1 - Segue do axioma da escolha que todo espaco vetorial possui uma base
2 - Segue do axioma da escolha que todo conjunto possui uma boa ordem

Talvez esse assunto fuja do segundo grau, perdao. Mas alguem poderia me dar
uma ideia de o que eu devo entender por essas frases?

Obrigado!
Eduardo.



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Axioma da Escolha

2001-12-06 Por tôpico Eduardo Casagrande Stabel

Ola!

Em alguns textos matematicos, eu ja li a sentenca papapá segue do axioma da
escolha. O que exatamente isso quer dizer? Que eh uma consequencia
imediata? Por exemplo, cito duas frases:

1 - Segue do axioma da escolha que todo espaco vetorial possui uma base
2 - Segue do axioma da escolha que todo conjunto possui uma boa ordem

Talvez esse assunto fuja do segundo grau, perdao. Mas alguem poderia me dar
uma ideia de o que eu devo entender por essas frases?

Obrigado!
Eduardo.