Re: [pgbr-geral] Posse dos Dados X Posse do Esquema

2009-01-16 Por tôpico Fábio Telles Rodriguez
2009/1/15 Mozart Hasse :
> Candido,
>
>> > Alguém tem alguma experiência com esse tipo de situação?
>
> Bom, em todas as empresas que trabalhei nos últimos 15 anos, os clientes
> sempre tiveram acesso total à estrutura do banco de dados deles.
>
> Aliás, normalmente o que ocorre no meu caso é que nós somos agraciados com
> uma senha com poucas permissões para ter o privilégio de criar nossas
> tabelas no espaço que o cliente alocar a gente (esses tempos tivemos um que
> resolveu  nos dar 5% da CPU do monstruoso servidor dele para cuidar do nosso
> schema). O máximo que conseguimos é pedir ao cliente para ele não colocar
> muitas tabelas e triggers no nosso schema senão complica nosso trabalho de
> manutenção nas nossas tabelas devido à integridade referencial imprevista,
> complicações na replicação e triggers inesperadas. Em empresas grandes
> acho para lá de improvável que um fornecedor só consiga atender a todas as
> necessidades de banco de dados de uma empresa, o que implica em integrações
> e conviência com outros fornecedores de software, tornando assim praticamente
> impossível trabalhar num ambiente em que o schema não seja público.
>
> Considerando o aspecto de distribuir a estrutura do banco de dados por aí,
> estou convencido de que de tudo o que o cliente tem que lhe pareça valioso, a
> estrutura provavelmente nem entra na lista. Deixar vazar o banco de dados com
> os dados do cliente (como a carteira de clientes, volume de faturamento, a
> lista de fornecedores ou meramente preços de custo ou venda) é um desastre
> para qualquer empresa, e duvido muito que algum cliente queira perder tempo
> tentando lucrar com a venda da estrutura expondo qualquer informação dessas.
> Normalmente o cliente guarda a base a 7 chaves assim que consegue entender
> para que ela serve e o que acontece se o concorrente dele fizer um SELECT lá
> dentro.
>
> Ao menos no meu caso (ERP), o cliente por definição tem seu negócio no que
> não é informática, e portanto entende muito pouco de SQL para saber como
> tirar os dados sigilosos antes de distribuir a base por aí, mesmo que alguém
> oferecesse dinheiro a ele para fazer isso.
>
> Além do mais, com mais de 800 tabelas e uns 95% de todos os cálculos de
> negócio fora do banco, a utilidade da base para nossos concorrentes é tão
> pequena que nem esquentamos a cabeça com isso. Acho que mesmo se alguém
> projetasse toda a regra de negócio na base (a ponto dela por sí só
> representar um percentual relevante da solução como um todo), via triggers,
> sequences, functions e views, o trabalho que alguém teria montando um sistema
> para se comunicar com essa parafernália toda seria tão grande que ninguém
> perderia tempo com isso.
>

Eu concordo com o Mozart. Os dados sempre são do cliente. Você vai
sentir isso de formas diferentes em clientes diferentes com situações
diferentes.

* Se você faz o software e aloca este software num servidor seu e
vende apenas o serviço para o cliente usar o seu software no seu
servidor. Os dados ainda são do cliente. Você deveria mandar um dump
periodicamente dos dados do cliente para ele. É claro que você não
precisa mandar todas as suas funções em PL, mas os dados das tabelas
sim.

* Se você faz o software e aloca este software num servidor do
cliente, os dados são do cliente. O cliente tem acesso ao servidor.
Quem tem acesso ao servidor SEMPRE tem acesso a tudo. O que algumas
pessoas fazem, no Oracle por exemplo, é criar PL/SQL criptografado
para esconder uma parte das regras de negócio guardadas dentro do
banco. O postgreSQL não tem suporte nativo para isso, motivo de
algumas empresas torcerem o nariz para ele. Particularmente, eu acho
que este tipo de coisa sempre cria um grande gargalo de performance.

* Se a empresa é pequena e não tem uma infra de TI razoável, não vai
ter analistas fazendo consultas direto no banco, mas vai ter um ou
outro executivo que gostaria de poder se conectar via planilha ou um
gerador de relatórios para poder explorar os dados. É de bom tom criar
um usuário com permissão de leitura em algumas tabelas ou visões para
estes usuários especiais.

* Se a empresa é grande, ela terá um DBA próprio e o fornecedor é quem
vai ter que se enquadrar nas regras do DBA. O DBA vai exigir a
documentação da base, vai fazer a reversa dele e vão criar ETL para
integrar esta aplicação com outras já existentes ou que venham a
surgir. Quem fornece software para cliente grande, sabe que o nível de
exigência é grande. Sempre que uma empresa grande se mete a comprar um
pacote de um software de empresa pequena o fornecedor corre o risco de
quebrar as pernas, pois vai encontrar uma tonelada de exigências que
não está acostumado a ter.

Mas senhores, estamos numa lista de software livre. Eu não apenas
gosto do PostgreSQL, gosto da comunidade e gosto do fato dele ser
livre. Eu sempre acho que o cliente deve poder mais. Não há como
discutir se o cliente é ou não dono dos dados. Se ele romper o
contrato e resolver utilizar outra aplicação, ele

Re: [pgbr-geral] Posse dos Dados X Posse do Esquema

2009-01-15 Por tôpico Mozart Hasse
Candido,

> > Alguém tem alguma experiência com esse tipo de situação?

Bom, em todas as empresas que trabalhei nos últimos 15 anos, os clientes
sempre tiveram acesso total à estrutura do banco de dados deles.

Aliás, normalmente o que ocorre no meu caso é que nós somos agraciados com
uma senha com poucas permissões para ter o privilégio de criar nossas
tabelas no espaço que o cliente alocar a gente (esses tempos tivemos um que
resolveu  nos dar 5% da CPU do monstruoso servidor dele para cuidar do nosso
schema). O máximo que conseguimos é pedir ao cliente para ele não colocar
muitas tabelas e triggers no nosso schema senão complica nosso trabalho de
manutenção nas nossas tabelas devido à integridade referencial imprevista,
complicações na replicação e triggers inesperadas. Em empresas grandes
acho para lá de improvável que um fornecedor só consiga atender a todas as
necessidades de banco de dados de uma empresa, o que implica em integrações
e conviência com outros fornecedores de software, tornando assim praticamente
impossível trabalhar num ambiente em que o schema não seja público.

Considerando o aspecto de distribuir a estrutura do banco de dados por aí,
estou convencido de que de tudo o que o cliente tem que lhe pareça valioso, a
estrutura provavelmente nem entra na lista. Deixar vazar o banco de dados com
os dados do cliente (como a carteira de clientes, volume de faturamento, a
lista de fornecedores ou meramente preços de custo ou venda) é um desastre
para qualquer empresa, e duvido muito que algum cliente queira perder tempo
tentando lucrar com a venda da estrutura expondo qualquer informação dessas.
Normalmente o cliente guarda a base a 7 chaves assim que consegue entender
para que ela serve e o que acontece se o concorrente dele fizer um SELECT lá
dentro. 

Ao menos no meu caso (ERP), o cliente por definição tem seu negócio no que
não é informática, e portanto entende muito pouco de SQL para saber como
tirar os dados sigilosos antes de distribuir a base por aí, mesmo que alguém
oferecesse dinheiro a ele para fazer isso.

Além do mais, com mais de 800 tabelas e uns 95% de todos os cálculos de
negócio fora do banco, a utilidade da base para nossos concorrentes é tão
pequena que nem esquentamos a cabeça com isso. Acho que mesmo se alguém
projetasse toda a regra de negócio na base (a ponto dela por sí só
representar um percentual relevante da solução como um todo), via triggers,
sequences, functions e views, o trabalho que alguém teria montando um sistema
para se comunicar com essa parafernália toda seria tão grande que ninguém
perderia tempo com isso.


Mozart Hasse


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Re: [pgbr-geral] Posse dos Dados X Posse do Esquema

2009-01-15 Por tôpico Marcelo Costa
Certo

2009/1/15 Candido Vieira da Silva Neto 

> Marcelo,
>
> Na verdade a empresa acabou cedendo, mas pediu para o cliente assinar
> um termo de responsabilidade sobre o uso do banco de dados. Mas essa
> idéia do NDA é interessante. O problema de permitir o acesso do
> cliente diretamente ao banco de dados é expor a estrutura que pode ser
> proprietária.


Ai você usa a NDA para amarrar teu direito de propriedade sobre o schema e
qualquer problema que você tenha com a disseminação de seu conhecimento,
diga-se o schema, alterações ou qualquer outra coisa, você usa "nossa ágil e
eficiente justiça" para cobrar seus direitos.

A NDA não te garante nada, mas quem assina sempre vai pensar duas vezes
antes de fazer algo ilegal, isso vai depender da ídole de seus clientes.

Atte,

-- 
Marcelo Costa
www.marcelocosta.net
-
"Os muito poderosos e os muito estúpidos possuem uma coisa em comum. Ao
invés de alterarem as suas visões para se ajustarem aos fatos do mundo, eles
alteram os fatos para ajustá-los às suas visões.",

Doctor Who.
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Re: [pgbr-geral] Posse dos Dados X Posse do Esquema

2009-01-15 Por tôpico Candido Vieira da Silva Neto
Marcelo,

Na verdade a empresa acabou cedendo, mas pediu para o cliente assinar
um termo de responsabilidade sobre o uso do banco de dados. Mas essa
idéia do NDA é interessante. O problema de permitir o acesso do
cliente diretamente ao banco de dados é expor a estrutura que pode ser
proprietária.

Abraços,

Candido Vieira

2009/1/15 Marcelo Costa :
> Bom dia
>
> 2009/1/15 Candido Vieira da Silva Neto 
>>
>> Olá pessoal,
>>
>> Estava conversando com alguns colegas essa semana sobre posse dos
>> dados de um banco de dados. Um cliente alega que a posse dos dados é
>> ele e por isso ele deseja acesso ao banco de dados para fazer
>> consultas avulsas. Refletindo sobre essa situação cheguei a conclusão
>> de que os dados realmente são de posse do cliente, mas que o esquema é
>> de posse da empresa produtora e que é facultado a ela o acesso aos
>> dados pelo banco de dados.
>>
>> Alguém tem alguma experiência com esse tipo de situação?
>
> Uma boa NDA[1][2] ajuda muito, mas não é a solução total, esse é um problema
> chato e complicado, quando precisei inclui uma NDA e os clientes assinaram.
>
> Boa sorte.
>
> [1] http://en.wikipedia.org/wiki/Non-disclosure_agreement
> [2] http://en.wikipedia.org/wiki/Non-disclosure_agreement
>
> --
> Marcelo Costa
> www.marcelocosta.net
> -
> "Os muito poderosos e os muito estúpidos possuem uma coisa em comum. Ao
> invés de alterarem as suas visões para se ajustarem aos fatos do mundo, eles
> alteram os fatos para ajustá-los às suas visões.",
>
> Doctor Who.
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Re: [pgbr-geral] Posse dos Dados X Posse do Esquema

2009-01-15 Por tôpico Marcelo Costa
Bom dia

2009/1/15 Candido Vieira da Silva Neto 

> Olá pessoal,
>
> Estava conversando com alguns colegas essa semana sobre posse dos
> dados de um banco de dados. Um cliente alega que a posse dos dados é
> ele e por isso ele deseja acesso ao banco de dados para fazer
> consultas avulsas. Refletindo sobre essa situação cheguei a conclusão
> de que os dados realmente são de posse do cliente, mas que o esquema é
> de posse da empresa produtora e que é facultado a ela o acesso aos
> dados pelo banco de dados.
>
> Alguém tem alguma experiência com esse tipo de situação?


Uma boa NDA[1][2] ajuda muito, mas não é a solução total, esse é um problema
chato e complicado, quando precisei inclui uma NDA e os clientes assinaram.

Boa sorte.


[1] http://en.wikipedia.org/wiki/Non-disclosure_agreement
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/Non-disclosure_agreement

-- 
Marcelo Costa
www.marcelocosta.net
-
"Os muito poderosos e os muito estúpidos possuem uma coisa em comum. Ao
invés de alterarem as suas visões para se ajustarem aos fatos do mundo, eles
alteram os fatos para ajustá-los às suas visões.",

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[pgbr-geral] Posse dos Dados X Posse do Esquema

2009-01-15 Por tôpico Candido Vieira da Silva Neto
Olá pessoal,

Estava conversando com alguns colegas essa semana sobre posse dos
dados de um banco de dados. Um cliente alega que a posse dos dados é
ele e por isso ele deseja acesso ao banco de dados para fazer
consultas avulsas. Refletindo sobre essa situação cheguei a conclusão
de que os dados realmente são de posse do cliente, mas que o esquema é
de posse da empresa produtora e que é facultado a ela o acesso aos
dados pelo banco de dados.

Alguém tem alguma experiência com esse tipo de situação?

Abraços,

Candido Vieira
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