Re: Dúvida - criação de distro (era [PSL-Brasil] MC libera código-fonte do sistema operacional dos telecentr os)
2009/7/28 Jeiks jacsonrcsi...@gmail.com: Espero que tenha conseguido expor minha opinião e responder a pergunta inicial do Rafael, mas sem desrespeitar ninguém, pois respeito a opinião de vocês, que também é livre! =D Para mim foi uma aula, acredito que podemos fechar com um [SOLVE] esse tópico, hehe. Alguem discorda? Muito obrigado, Levy. ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil SAIR DA LISTA ou trocar a senha: http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil
Re: Dúvida - criação de distro (era [PSL-Brasil] MC libera código-fonte do sistema operacional dos telecentr os)
Opa, cheguei um pouco atrasado na conversa, mas deixa relatar minha experiência tentando responder sobre o porque da criação de uma distro. Como já disseram, porquê não só colocar mais um pacote no repositório e pronto!? Bom, essa seria a idéia principal, obter os pacotes que estão faltando e colocar no repositório, então para isso, obtenho todo o repositório, da Debian por exemplo, compilo meu pacote e insiro no repositorio. Até aqui tudo bem, porém eu tenho a necessidade de fazer uma instalação que já tenha este pacote. Então eu baixo o debian-cd e crio meu CD da Debian personalizado... até aqui, ok também... exceto que o netboot do debian-installer não vai aceitar meu repositório por não estar autenticado com a chave da Debian. Agora acompanhem comigo o tempo vai passando e eu tenho a necessidade de adicionar mais pacotes, porém o pacote está no SID da Debian e não no Lenny que eu estou usando, o que eu tenho que fazer? Eu obtenho o pacote do SID e vou compilar para ficar compatível com minhas bibliotecas, as do meu sistema baseado no Lenny. Porém, ele precisa de uma nova versão do Python por exemplo... então tenho que compilar ela também, porém ela depende do gcc mais novo para compilar... então compilo o gcc também... e assim vai. Como podem notar, gera uma árvore de compilações de pacotes que acaba forçando a atualizar a distribuição Lenny que eu tenho. Bom, até aí tudo bem ainda mas olha... tem várias outras distribuições livres e vários drivers nem empacotados que podem ser adicionadas na nossa distribuição pelas leis brasileiras. Então eu começo a pegar pacotes do Ubuntu, do get-deb, dos fontes, dos vendedores de hardware, do OpenSuSe, do Gentoo, etc. O que isso gera? Gera a necessidade de criar novamente uma árvore de compilações... Gera então uma nova distro, como o Ubuntu, que não mente nenhum momento falando que não se baseia na Debian, mas que tem tantas modificações que acabou tornando-se diferente. Além disso, alguns pacotes possuem versões mais novas que não funcionam tão bem quanto versões mais velhas. Então, tem-se que manter versões mais velhas dos pacotes ao invés de acompanhar as versões mais novas que estão nos repositórios oficiais. Bom, sou o principal desenvolvedor da distribuição ProLinux (nova versão hospedada em: http://ftp.unicamp.br/pub/linux/iso/prolinux/) (repositório oficial em: http://repositorio.sistemaprolinux.com.br) e sempre me deparo com o que descrevi: temos a base Debian, porém queríamos ter aplicativos novos, bonitos e muitos educacionais que não encontramos nas distribuições educacionais que conheci, então comecei a pegar pacotes de outras distribuições, principalmente do Ubuntu e das novas releases da Debian. Chegando ao final... o que acontece? Tem-se uma a distribuição e a vontade de demonstrar seu produto, de mostrar que houveram muitas modificações e que a pessoa não tem só mais um Debian e sim um Debian bem trabalhado e modificado para determinado foco, com um DVD de instalação próprio, por exemplo, que já instala os pacotes necessários para um desktop, com ferramentas educacionais, com programas testados e homologados (não na proporção da Debian, mas na proporção dos pacotes do DVD), com aulas multimídia, ou seja, com todo o foque a da empresa ou instituição na personalização. Espero que tenha conseguido expor minha opinião e responder a pergunta inicial do Rafael, mas sem desrespeitar ninguém, pois respeito a opinião de vocês, que também é livre! =D abraços a todos -- Jacson R. C. Silva ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: Dúvida - criação de distro (era [PSL-Brasil] MC libera código-fonte do sistema operacional dos telecentr os)
2009/7/3 Anderson Goulart glob...@gmail.com ... Se você for ver, ate cerca do ano 2000 já tinhamos diversas distros criadas e aparentemente já supriam todas as demandas: slackware, debian, conectiva, mandrake, red hat, suse, etc. Para que criar mais uma? O ubuntu veio e fez toda a diferença... Na espoca estava em voga o GNU/Linux no Desktop e se questionava muito o que faltava para deslanchar. Foi muito bem feito o Ubuntu, do ponto de vista tecnico e usou muita coisa já pronta. Nesse modelo, o cara baixa o Debian lenny oficial, instala normalmente e logo após a instalação adiciona o repositório do Sacix no /etc/apt/sources.list e executa o comando aptitude install sacix Muito bacana! Mas daí chamar de distro ... eu sei que distro é um conceito vago, mas degundo o projeto Debian isso seria apenas uma customização. 2009/7/3 Rafael Gomes rafaelgo...@projetofedora.org Por que criar uma nova distro e não utilizar e ajudar uma distro já existente? Tecnicamente criar uma nova distro não tem lógica, a não ser que seja para suprir um mercado carente, como foi feito com o Ubuntu, que é importante salientar: Não re-iventou a roda, muito pelo contrário usou e usa o Debian como base, além de fazer contribuições upstream para o projeto! []s Levy ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: Dúvida - criação de distro (era [PSL-Brasil] MC libera código-fonte do sistema operacional dos telecentr os)
Olá Rafael, Vou tentar pontuar alguns elementos prós e contras tais criações. Gostaria de dizer que sou o desenvolvedor do sacix e participante também do projeto ekaaty e ambos tem conceitos bem diferentes. Há algum tempo tenho criticado a criação de distros de forma desenfreada, mas também percebo sua importância em alguns aspectos. Se você for ver, ate cerca do ano 2000 já tinhamos diversas distros criadas e aparentemente já supriam todas as demandas: slackware, debian, conectiva, mandrake, red hat, suse, etc. Para que criar mais uma? O ubuntu veio e fez toda a diferença... Assim como o google mudou a forma de pensar em máquinas de busca, a criação desenfreada de distros acaba tendo consequências positivas a longo prazo. E quais são elas? Além do fato de poderem surgir distros realmente inovadoras, os caras que criam distros acabam se envolvendo com muitas coisas legais: aprende a empacotar, criar repositórios, trabalhar com sistemas de controle de versão, gerar ISOs, mexer em instaladores e muitas vezes acabam desenvolvendo softaware próprio para sua distro. Dessa forma, individualmente o cara se torna mais apto a contribuir com outros projetos quando a sua distro morre. Pois não é tão simples chegar num debian (ou pelo menos não parece) e sair contribuindo com coisas... até porque muitas vezes quem tá começando desconhece todo o processo para contribuição.. criando a sua ele se sente mais a vontade e sem medo de fazer cagada. Com o tempo ele percebe que pode ajudar outras distros e contribuir mais diretamente.. isso foi o que ocorreu comigo e conheço vários que seguiram esse caminho.. Um aspecto que acho negativo é a forma que as distros são criadas. No projeto sacix eu abandonei as idéias convencionais e segui um modelo simples, útil e eficaz. Eu crio um conjunto de meta-pacotes e pacotes com as personalizações para o telecentro. Nesse modelo, o cara baixa o Debian lenny oficial, instala normalmente e logo após a instalação adiciona o repositório do Sacix no /etc/apt/sources.list e executa o comando aptitude install sacix ele irá baixar vários pacotes oficiais do debian e irá baixar também os pacotes criados por nós com as configurações pertinentes aos telecentros que usam o sistema LTSP. Dessa forma quem quiser ter um ltsp configurado rapidamente não precisa ler tutoriais para configurar dhcp, nfs, tftp e o próprio ltsp. Já disponibilizamos todas essas configurações para o usuário. Além disso temos pacotes com temas e personalizações do gconf e firefox. Ou seja, meu trabalho se resume a manter esses pacotes e utilizar toda a infra que o projeto Debian se propõe a fazer. Não tenho retrabalho em manter pacotes que o debian já o faz e estou sempre atualizado com o debian. Hoje, o sacix só morre se o debian morrer, o que eu não acredito que vá acontecer! :D A princípio, com poucas modificações eu poderia personalizar o sacix pra rodar no ubuntu, suse, fedora, etc. Só não o fiz até hoje por falta de tempo e porque não tive ainda necessidade para tal... mas as confs criadas podem ser reutilizadas em qualquer lugar... foi a forma que achei mais viável para contribuir sem criar outra distro do zero... Nos governos, o que eu vejo é a galera tentando fazer uma distro nova, mantendo mirror e todos os pacotes. Isso é impraticável, pois o trabalho é enorme, mas o cara só percebe depois de 1 ano que fez a distro e ela acaba morrendo. O modelo igual ao sacix é muito mais prático para os governos, que sempre tem equipe pequnas. Como eu disse anteriormente o cara que tá fazendo distro no governo, geralmente não sabe como contribuir com outros projetos e muitas vezes quer aparecer pro chefe dizendo que fez um trabalho enorme que pode ser utilizado por todo o órgão público. É o que o modelo meritocrático cria nas pessoas.. um interesse em contribuir pelo retorno pessoal futuro e não pelo simples fato de contribuir. Mas isso é outro discurso que foge do tema... Sobre o Ekaaty, os caras estão com outra proposta: ser uma distro com grandes diferenciais e não apenas um remake do fedora. Quase o que a conectiva fez na época e o ubuntu fez nos dias hoje, mas dentro das devidas proporções. Eu já até falei pros caras o quão complicado é isso e que podemos inclusive morrer na praia... mas a equipe está aumentando a cada dia com profissionais de diversas áreas (pedagogia, comunicação, programadores, artistas, etc) o que me faz crer que o projeto vai alcançar seus objetivos e por isso estou envolvido com o tal. É isso... abraços, global 2009/7/3 Rafael Gomes rafaelgo...@projetofedora.org Sei que posso parecer chato, mas aproveito esse email para lançar uma dúvida que me acompanha desde que ví a primeira distro criada pelo governo. Por que criar uma nova distro e não utilizar e ajudar uma distro já existente? É realmente uma dúvida minha, que deve haver uma resposta coerente. Obrigado, ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org
Re: Dúvida - criação de distro (era [PSL-Brasil] MC libera código-fonte do sistema operacional dos telecentr os)
Falou Tudo e mais um pouquinho Global. Concordo com tudo o que voce disse.. abraços Nadilson S. Santana 2009/7/3 Anderson Goulart glob...@gmail.com Olá Rafael, Vou tentar pontuar alguns elementos prós e contras tais criações. Gostaria de dizer que sou o desenvolvedor do sacix e participante também do projeto ekaaty e ambos tem conceitos bem diferentes. Há algum tempo tenho criticado a criação de distros de forma desenfreada, mas também percebo sua importância em alguns aspectos. Se você for ver, ate cerca do ano 2000 já tinhamos diversas distros criadas e aparentemente já supriam todas as demandas: slackware, debian, conectiva, mandrake, red hat, suse, etc. Para que criar mais uma? O ubuntu veio e fez toda a diferença... Assim como o google mudou a forma de pensar em máquinas de busca, a criação desenfreada de distros acaba tendo consequências positivas a longo prazo. E quais são elas? Além do fato de poderem surgir distros realmente inovadoras, os caras que criam distros acabam se envolvendo com muitas coisas legais: aprende a empacotar, criar repositórios, trabalhar com sistemas de controle de versão, gerar ISOs, mexer em instaladores e muitas vezes acabam desenvolvendo softaware próprio para sua distro. Dessa forma, individualmente o cara se torna mais apto a contribuir com outros projetos quando a sua distro morre. Pois não é tão simples chegar num debian (ou pelo menos não parece) e sair contribuindo com coisas... até porque muitas vezes quem tá começando desconhece todo o processo para contribuição.. criando a sua ele se sente mais a vontade e sem medo de fazer cagada. Com o tempo ele percebe que pode ajudar outras distros e contribuir mais diretamente.. isso foi o que ocorreu comigo e conheço vários que seguiram esse caminho.. Um aspecto que acho negativo é a forma que as distros são criadas. No projeto sacix eu abandonei as idéias convencionais e segui um modelo simples, útil e eficaz. Eu crio um conjunto de meta-pacotes e pacotes com as personalizações para o telecentro. Nesse modelo, o cara baixa o Debian lenny oficial, instala normalmente e logo após a instalação adiciona o repositório do Sacix no /etc/apt/sources.list e executa o comando aptitude install sacix ele irá baixar vários pacotes oficiais do debian e irá baixar também os pacotes criados por nós com as configurações pertinentes aos telecentros que usam o sistema LTSP. Dessa forma quem quiser ter um ltsp configurado rapidamente não precisa ler tutoriais para configurar dhcp, nfs, tftp e o próprio ltsp. Já disponibilizamos todas essas configurações para o usuário. Além disso temos pacotes com temas e personalizações do gconf e firefox. Ou seja, meu trabalho se resume a manter esses pacotes e utilizar toda a infra que o projeto Debian se propõe a fazer. Não tenho retrabalho em manter pacotes que o debian já o faz e estou sempre atualizado com o debian. Hoje, o sacix só morre se o debian morrer, o que eu não acredito que vá acontecer! :D A princípio, com poucas modificações eu poderia personalizar o sacix pra rodar no ubuntu, suse, fedora, etc. Só não o fiz até hoje por falta de tempo e porque não tive ainda necessidade para tal... mas as confs criadas podem ser reutilizadas em qualquer lugar... foi a forma que achei mais viável para contribuir sem criar outra distro do zero... Nos governos, o que eu vejo é a galera tentando fazer uma distro nova, mantendo mirror e todos os pacotes. Isso é impraticável, pois o trabalho é enorme, mas o cara só percebe depois de 1 ano que fez a distro e ela acaba morrendo. O modelo igual ao sacix é muito mais prático para os governos, que sempre tem equipe pequnas. Como eu disse anteriormente o cara que tá fazendo distro no governo, geralmente não sabe como contribuir com outros projetos e muitas vezes quer aparecer pro chefe dizendo que fez um trabalho enorme que pode ser utilizado por todo o órgão público. É o que o modelo meritocrático cria nas pessoas.. um interesse em contribuir pelo retorno pessoal futuro e não pelo simples fato de contribuir. Mas isso é outro discurso que foge do tema... Sobre o Ekaaty, os caras estão com outra proposta: ser uma distro com grandes diferenciais e não apenas um remake do fedora. Quase o que a conectiva fez na época e o ubuntu fez nos dias hoje, mas dentro das devidas proporções. Eu já até falei pros caras o quão complicado é isso e que podemos inclusive morrer na praia... mas a equipe está aumentando a cada dia com profissionais de diversas áreas (pedagogia, comunicação, programadores, artistas, etc) o que me faz crer que o projeto vai alcançar seus objetivos e por isso estou envolvido com o tal. É isso... abraços, global 2009/7/3 Rafael Gomes rafaelgo...@projetofedora.org Sei que posso parecer chato, mas aproveito esse email para lançar uma dúvida que me acompanha desde que ví a primeira distro criada pelo governo. Por que criar uma nova distro e não utilizar e ajudar uma
Re: Dúvida - criação de distro (era [PSL-Brasil] MC libera código-fonte do sistema operacional dos telecentr os)
2009/7/3 Marcelo Branco marc...@softwarelivre.org Em Sex, 2009-07-03 às 13:36 -0300, Rafael Gomes escreveu: Sei que posso parecer chato, mas aproveito esse email para lançar uma dúvida que me acompanha desde que ví a primeira distro criada pelo governo. Por que criar uma nova distro e não utilizar e ajudar uma distro já existente? + 1. É um absurdo e um retrabalho distros criadas por cada órgão de governo. Tbm acho muito ruim distros especiais criadas pela empresas privadas no programa computador para todos. No caso de distro privadas eu acho tosko porque geralmente os fontes não são disponibilizados, mesmo sendo GPL. As empresas não tem infra pra fazer isso e ninguém cobra.. só quer saber se tá funcionando ou não... assim, qdo acaba o contrato, não há como manter o suporte com a comunidade pois não se sabe ao certo o que foi feito na distro. É inclusive a forma que essas empresas tem de manter o contrato com o governo. Não vou citar as distros pois já fui até ameaçado em outras épocas... o Estado deveria ser mais coerente nas suas contratações.. as empresas estão ali para ganhar seu dinheiro e ponto... como diz meu pai todo dia sai um bobo de casa, vc tem é que achar o bobo... e no caso, o bobo é o governo. -- global ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil