Re: [Talk-br] Hierarquia das rodovias

2013-06-19 Por tôpico Fernando Trebien
Hehe Nelson, na verdade eles são iguais. Sempre que surge um novo eu
coloco tanto no fórum quanto no wiki.

A versão em alemão por enquanto tem uma modificação "estética" que eu
não tive tempo de passar para as demais versões. Foi uma solicitação
da comunidade alemã, que se sentiu confusa ao interpretar por onde o
fluxo começava (são 6 entradas possíveis, 1 principal e mais 5 para
quem está usando a classificação do BIT).

Flávio, eu acho melhor manter a especificação da largura. Lembre que
não são só carros que usam as vias, caminhões também, e há carros de
tamanhos diversos. Essa medida saiu da menor classe considerada nos
projetos de estradas do DNIT (tem um link pra esse documento nesse
mesmo artigo no wiki); se uma via é ainda menos larga que isso,
provavelmente não está seguindo um projeto adequado. Uma das coisas
que eu apoiei até agora foi a definição de critérios claros e não
subjetivos; nada é mais claro do que uma medida exata.

O seu item 2 me parece uma leitura quase literal do fluxograma. Por
favor, aponte as diferenças.

O seu item 3 pertence à discussão sobre o que seria uma "living
street" no Brasil. Até agora ninguém (nem mesmo a comunidade alemã)
reclamou dessa definição de living street, mas vamos abrir o diálogo
então. Eu acho útil usá-lo para ruas estreitas e apontei a razão no
meio das discussões: existe a possibilidade de moradores deixarem
carros estacionados no meio do caminho (entre outros objetos),
dificultando a passagem.

No item 4 você deve notar que a seta que sai da caixa "Só 1 faixa por
sentido" e leva a trunk e motorway é a seta "Não", o que implica 2 ou
mais faixas. Eu tenho a impressão que a sua lógica vai tornar o
fluxograma mais complexo e sem benefícios aos usuários do mapa (eles
saberão que trunk é usado em n casos diferentes mas não saberão qual
dos casos é). No final do seu texto eu fiquei confuso se você acha que
trunks e motorways devem todas possuir pelo menos 2 faixas ou não.

No item 5 eu concordo com um critério mais específico sobre "o que é
acostamento", talvez possamos estabelecer uma largura mínima, o que
você acha? Seria legal descobrir se o DNIT tem essa especificação em
algum lugar.

No item 6 todas as caixas que possuem vários itens (isso inclui a
primeira caixa e também a caixa que distingue motorway de trunk)
significam que todos os critérios têm que ser satisfeitos para seguir
pelo lado "Sim" do fluxo. Se um deles não for satisfeito, é "Não".
Realmente é melhor escrever isso no wiki, pra deixar claro, ou até
mesmo mudar o texto no gráfico.  Me parece que mudar para "velocidade
permitida" seria um problema porque que nessas vias geralmente não há
sinalização de velocidade (pelo menos em Porto Alegre quase não há).
Eu discordo de eliminar esse item porque senão você poderia acabar
tendo uma via residencial de 2km de comprimento, fácil de trafegar,
ampla, sem obstáculos, e ela seria considerada "inferior" a outras
terciárias que são muito mais difíceis de trafegar (e muito
provavelmente menos importantes).

Existe um problema em definir "quando" essa discussão está madura. Há
semanas ninguém mencionava qualquer coisa sobre ela. Há pouco alguém
disse que concordava com o meu ponto de vista original (que a
classificação deveria seguir a hierarquia administrativa), que é como
as outras comunidades têm feito pelo mundo. Ou seja, acho que sempre
haverão posições divergentes. Eu tenho me esforçado para extrair o
consenso, mas não é possível fazer isso se as pessoas não
participarem. Eu criei uma enquete no fórum sobre diferenças entre
motorway e trunk e absolutamente ninguém respondeu até agora.

Então, Flávio, como já passou um certo tempo e já trocamos mais de 150
mensagens a respeito e no final ninguém mais discordou, eu vou tentar
encaixar as suas observações no fluxograma SE elas não o tornarem mais
complexo do que já está (para facilitar para os iniciantes) E se
parecerem úteis a mais pessoas E não houverem posições contrárias. Uma
coisa que você pode fazer é baixar o fonte do fluxograma (o link está
lá no fórum: http://forum.openstreetmap.org/viewtopic.php?id=21275),
alterá-lo e compartilhar conosco para que possamos dar as nossas
opiniões também. Se você não mexer com o yEd você pode até fazer um
rascunho por cima (com algo como o Paint) que se houver apoio eu mudo
no fluxograma depois.

2013/6/19 Nelson A. de Oliveira :
> Flavio,
>
> 2013/6/19 Flavio Bello Fialho :
>> Antes de mais nada, devo dizer que o fluxograma está muito bom, de forma
>> geral. Há, contudo, alguns aspectos que ainda podem ser aperfeiçoados:
>
> A última versão seria esta: http://i.imgur.com/ih2G92Y.png
> Ela já contempla vários aspectos que você citou e acredito que esteja
> muito boa para classificar a grande maioria das vias.
>
> ___
> Talk-br mailing list
> Talk-br@openstreetmap.org
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Fernando Trebien
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Re: [Talk-br] Hierarquia das rodovias

2013-06-19 Por tôpico Nelson A. de Oliveira
Flavio,

2013/6/19 Flavio Bello Fialho :
> Antes de mais nada, devo dizer que o fluxograma está muito bom, de forma
> geral. Há, contudo, alguns aspectos que ainda podem ser aperfeiçoados:

A última versão seria esta: http://i.imgur.com/ih2G92Y.png
Ela já contempla vários aspectos que você citou e acredito que esteja
muito boa para classificar a grande maioria das vias.

___
Talk-br mailing list
Talk-br@openstreetmap.org
http://lists.openstreetmap.org/listinfo/talk-br


Re: [Talk-br] Hierarquia das rodovias

2013-06-19 Por tôpico Flavio Bello Fialho
Estou entrando agora nessa discussão, que acho muito importante. Creio que
o sistema de classificação de rodovias no Brasil deve refletir a diferença
entre as rodovias, e não a entidade administrativa responsável pela sua
manutenção. A malha rodoviária federal projetada não reflete a qualidade,
tipo e importância das rodovias que se verifica na prática. Existem
rodovias federais de boa qualidade, mas também existem rodovias estaduais
tão boas quanto ou melhores que as federais. Existem ainda rodovias
federais cuja administração é delegada aos estados e coincidem com rodovias
estaduais (no Rio Grande do Sul, as RSC, antigas RST). Existem ainda
rodovias federais de chão, em estado precário e rodovias federais
planejadas. O órgão administrador das rodovias é apenas um dos aspectos a
considerar na classificação das vias, e é o mais fácil de ser extraído da
base de dados a partir de outros atributos. Usando a base de dados do OSM,
é relativamente fácil gerar um mapa em que as rodovias federais tenham
destaque sobre as estaduais e estas sobre as municipais, quase sem a
necessidade de avaliar o tag "highway". Basta para isso que as relações que
descrevem as rodovias tenham definido o tag "network" adequado (use
network=BR para as rodovias federais e network=BR:xx para as estaduais,
onde xx é a sigla do estado, como BR:RS). Muito mais difícil é tentar
deduzir as condições de trafegabilidade e prioridade de roteamento com base
em outros atributos. O roteamento deve ser uma das preocupações principais
ao classificar o tag highway de uma rodovia. Sendo assim, defendo o uso das
características da via para a classificação, em detrimento do órgão
administrativo responsável.

Dito isso, resta chegar a um consenso sobre como classificar os diferentes
tipos de rodovia. Confesso que fiquei um pouco apreensivo com a proposta de
um fluxograma, mas após estudá-lo em detalhes, creio que seja uma forma boa
de definir, de maneira uniforme, como deve ser feita a classificação das
rodovias. Uma vez acordado o fluxograma adequado, podemos traduzir o mesmo
em definições para cada um dos possíveis valores dos tags envolvidos
(principalmente os valores do tag highway, que parece ser o mais polêmico
de todos). De qualquer forma, o fluxograma deve ser mantido como forma
preferencial para classificar uma rodovia. Para evitar dúvidas, a versão do
fluxograma a que me refiro é a que está disponível em:

http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Pt-br:How_to_map_a

Antes de mais nada, devo dizer que o fluxograma está muito bom, de forma
geral. Há, contudo, alguns aspectos que ainda podem ser aperfeiçoados:

1. Onde se diz "Largura >= 6m (2 ou mais carros)", substituir por "Largura
para 2 ou mais carros"; uma via pode ter 5,5m e ainda ser classificada como
uma das categorias maiores. O mesmo se aplica para "Largura >= 3m (1 ou
mais carros)", que deve ser substituido por "Largura para 1 ou mais carros".

2. Uma via rural não pavimentada pode ser classificada como "tertiary",
"unclassified" ou "track". Uma "tertiary" deve ter o solo compactado e ser
larga o suficiente para permitir trânsito relativamente rápido (40 km/h ou
mais) em ambas direções, sem necessidade de redução significativa de
velocidade ao cruzar outro veículo. Uma "unclassified" pode ter o solo
menos compactado e geralmente o trânsito de veículos em ambas as direções
ocorre na mesma faixa, mas ainda tem largura suficiente para que dois
carros vindo em direções opostas reduzam a velocidade, se desloquem meia
pista para o lado direito (sobre o que seria o "acostamento") e se cruzem.
Uma "track" é uma trilha não compactada e estreita, por onde passa apenas
um veículo por vez (por exemplo, as vias que ligam uma fazenda a uma
estrada ou dentro de uma fazenda); para um veículo cruzar o outro, um deles
tem que sair da via. O fluxograma precisa ser ajustado de acordo.

3. Da forma que está, qualquer via pavimentada de uma única pista em zona
residencial é "living street", o que não é correto. O que caracteriza uma
"living street" (que só faz sentido na zona urbana) é que os pedestres têm
preferência sobre os veículos, o que é relativamente raro no Brasil. Não se
deve usar "living street" para outra coisa.

4. As "trunk" e "motorway" devem ter as três condições a seguir: A) 2 ou
mais faixas por sentido; B) canteiro central ou serem de mão única; C)
poucas ou nenhuma obstrução (semáforos ou interseções). As "motorway" não
têm obstrução (semáforos ou interseções) e o seu acesso se dá por entradas
e saídas específicas. As "trunk" e "motorway" devem ser mapeadas sempre com
mão única, com uma via em cada sentido. Note que pode haver ruas com
canteiro central que são mapeadas como "primary" ou "secondary", se houver
muitas obstruções (por exemplo, se quase todas as ruas transversais
cruzarem a via). Assim, o texto "só 1 faixa por sentido" deve ser mudado
para "2 ou mais faixas por sentido E canteiro central ou mão única E poucas
ou nenhuma obstrução" (e S e N devem ser trocados), e o texto que decide