Re: [Talk-pt] Proposta de uma nova classificação das estradas

2015-01-09 Por tôpico Miguel Borges
Viva Marco,

a minha posição sobre a tua proposta é de discordância. Considero que a
metodologia atual serve bem a maioria dos casos e parece-me que introduzir
um critério sujeito a alguma subjectividade só iria trazer confusão.

Empiricamente eu diria que a verdade sobre a classificação das estradas
nacionais e das restantes está algures entre os dois exemplos extremos que
usaste. Daí, me parecer que método corrente serve.

Gostava que partilhasses connosco quais os países que usam os critérios que
propuseste - referes a condição física da via e, mais à frente, a
importância local da via.

Tanto quanto sei, considerar a condição da via acontece em alguns países
africanos cujas condições rodoviárias são substancialmente diferentes das
nossas.

Ainda assim, seria bom olhar para outros exemplos de classificação em
realidades semelhantes à nossa.

Um abraço,
Miguel (mirtilo).

No dia 4 de janeiro de 2015 às 21:48, Marcos Oliveira 
marcosoliveira.2...@gmail.com escreveu:

 Olá a todos, queria-vos perguntar o que acham da seguinte proposta em que
 irei discutir uma maneira de uniformizar o modo como classificamos as
 nossas estradas.

 Procuro um modelo que é mais similar com o método de classificação de
 outros países em que regem pela condição física da via e não pela
 classificação oficial.

 Atualmente a maior parte das estradas mapeadas (com classificação) seguem
 a legislação oficial proposta pelo PRN 2000, resumindo (e tudo equiparado):
 [1]

- Autoestradas são *motorway*;
- Vias rápidas e itinerários principais (sem perfil de autoestrada)
são *trunk*;
- Estradas nacionais e itinerários complementares são *primary*;
- Estradas regionais são *secondary*;
- Estradas municipais são *tertiary*.

 Concordo que o método em uso é excelente, faz sentido e é organizado já
 que podemos usar a etiqueta *ref* para facilmente determinar a
 classificação, contudo existem várias situações onde simplesmente não
 resulta quando, por exemplo:

- A mesma classificação é atribuída a estradas onde a condição do
grupo varia muito;

 Num lado temos a EN 395 que é considerada como uma típica estrada nacional
 (relativamente reta com duas vias de transito para cada lado) [2]; já a EN
 307 passa por desfiladeiros e precipícios perigosos em curvas apertadas e
 muitas vezes só um veículo pode atravessar. [3]

- O uso que se dá a uma estrada nem sempre está relacionado à sua
classificação.

 De certeza que, fora dos centros urbanos, já experienciaram atravessar por
 estradas que têm uma certa importância local apesar de carecer de
 classificação sendo geralmente apenas classificada como *residential* no
 *OSM*.

 Muitas vezes é porque a estrada em questão passa centralmente por lugares
 habitados e/ou é mais segura (larga, poucas curvas ou o piso tem maior
 qualidade) que as restantes na proximidade.



 Proponho então um modelo híbrido onde espero que resolva este tipo de
 situações e, ao mesmo tempo, que não seja totalmente subjectivo e que
 salvaguarda a categorização das estradas mais importantes.

 Em primeiro lugar vamos separar os itinerários principais e complementares
 da classificação das estradas. Eles são apenas isso, itinerários, pelo que
 não deviam influenciar o perfil da via a ser mapeada no OSM.

 Uma melhor maneira de os mapear seria por rotas através de uma relação com
 a etiqueta *route=road*.

 Agora, quanto à classificação das vias em si:

- *motorway* corresponde às autoestradas;

 As autoestradas continuam a ser classificadas segundo a sua classificação
 oficial que é confirmada pela presença do respetivo sinal na estrada. [4]

- *trunk* corresponde às vias rápidas e estradas com perfil similar a
autoestradas;

 Por estradas com perfil similar digo qualquer estrada que seja feita
 para ser percorrida a alta velocidade, que tenha vias separadas de trânsito
 e a proibição de certos tipo de transportes como por bicicleta ou por
 animais.

 De resto, a classificação é aplicada a todas as vias rápidas que tenham o
 devido sinal oficial a confirmar que são de facto uma via reservada a
 automóveis e motociclos. [5]

- *primary* corresponde às estradas nacionais e regionais típicas
assim como às estradas que sejam as mais importantes dentro de um grande
centro urbano;

 Por típicas digo estradas que sejam relativamente seguras de andar e que
 tenham pelo menos uma vias de trânsito em cada sentido. As estradas que não
 cumprem este requisito serão secundárias ou terciárias, dependente do uso.

 Incluí também as estradas regionais porque, salvo raras exceções, estas
 eram no passado estradas nacionais. A única diferença entre elas reside no
 facto de que uma é gerida pela empresa Estradas de Portugal e a outra pelos
 municípios locais.

- *secondary* corresponde às estradas e caminhos municipais de alto
movimento assim como às estradas consideradas como importantes eixos de
ligação dentro de centros urbanos. Podem também ser estradas que fazem 

[Talk-pt] Proposta de uma nova classificação das estradas

2015-01-04 Por tôpico Marcos Oliveira
Olá a todos, queria-vos perguntar o que acham da seguinte proposta em que
irei discutir uma maneira de uniformizar o modo como classificamos as
nossas estradas.

Procuro um modelo que é mais similar com o método de classificação de
outros países em que regem pela condição física da via e não pela
classificação oficial.

Atualmente a maior parte das estradas mapeadas (com classificação) seguem a
legislação oficial proposta pelo PRN 2000, resumindo (e tudo equiparado):
[1]

   - Autoestradas são *motorway*;
   - Vias rápidas e itinerários principais (sem perfil de autoestrada) são
   *trunk*;
   - Estradas nacionais e itinerários complementares são *primary*;
   - Estradas regionais são *secondary*;
   - Estradas municipais são *tertiary*.

Concordo que o método em uso é excelente, faz sentido e é organizado já que
podemos usar a etiqueta *ref* para facilmente determinar a classificação,
contudo existem várias situações onde simplesmente não resulta quando, por
exemplo:

   - A mesma classificação é atribuída a estradas onde a condição do grupo
   varia muito;

Num lado temos a EN 395 que é considerada como uma típica estrada nacional
(relativamente reta com duas vias de transito para cada lado) [2]; já a EN
307 passa por desfiladeiros e precipícios perigosos em curvas apertadas e
muitas vezes só um veículo pode atravessar. [3]

   - O uso que se dá a uma estrada nem sempre está relacionado à sua
   classificação.

De certeza que, fora dos centros urbanos, já experienciaram atravessar por
estradas que têm uma certa importância local apesar de carecer de
classificação sendo geralmente apenas classificada como *residential* no
*OSM*.

Muitas vezes é porque a estrada em questão passa centralmente por lugares
habitados e/ou é mais segura (larga, poucas curvas ou o piso tem maior
qualidade) que as restantes na proximidade.



Proponho então um modelo híbrido onde espero que resolva este tipo de
situações e, ao mesmo tempo, que não seja totalmente subjectivo e que
salvaguarda a categorização das estradas mais importantes.

Em primeiro lugar vamos separar os itinerários principais e complementares
da classificação das estradas. Eles são apenas isso, itinerários, pelo que
não deviam influenciar o perfil da via a ser mapeada no OSM.

Uma melhor maneira de os mapear seria por rotas através de uma relação com
a etiqueta *route=road*.

Agora, quanto à classificação das vias em si:

   - *motorway* corresponde às autoestradas;

As autoestradas continuam a ser classificadas segundo a sua classificação
oficial que é confirmada pela presença do respetivo sinal na estrada. [4]

   - *trunk* corresponde às vias rápidas e estradas com perfil similar a
   autoestradas;

Por estradas com perfil similar digo qualquer estrada que seja feita para
ser percorrida a alta velocidade, que tenha vias separadas de trânsito e a
proibição de certos tipo de transportes como por bicicleta ou por animais.

De resto, a classificação é aplicada a todas as vias rápidas que tenham o
devido sinal oficial a confirmar que são de facto uma via reservada a
automóveis e motociclos. [5]

   - *primary* corresponde às estradas nacionais e regionais típicas assim
   como às estradas que sejam as mais importantes dentro de um grande centro
   urbano;

Por típicas digo estradas que sejam relativamente seguras de andar e que
tenham pelo menos uma vias de trânsito em cada sentido. As estradas que não
cumprem este requisito serão secundárias ou terciárias, dependente do uso.

Incluí também as estradas regionais porque, salvo raras exceções, estas
eram no passado estradas nacionais. A única diferença entre elas reside no
facto de que uma é gerida pela empresa Estradas de Portugal e a outra pelos
municípios locais.

   - *secondary* corresponde às estradas e caminhos municipais de alto
   movimento assim como às estradas consideradas como importantes eixos de
   ligação dentro de centros urbanos. Podem também ser estradas que fazem uma
   ligação entre espaços urbanos que carecem de classificação oficial.

As estradas e os caminhos municipais estão na categoria mais baixa da
classificação oficial, não obstante continuam a ser importantes já que, em
princípio, costumam fazem uma ligação entre centros urbanos ou entre
estradas primárias.

   - *tertiary* corresponde às restantes estradas e caminhos municipais
   assim como às estradas que fazem ligação entre aldeias e lugares. Podem
   também ser estradas em centros urbanos que são um pouco importantes mas não
   são comparáveis a estradas secundárias.

Há partes que podia ter elaborado mais mas não o fiz para não tornar o
texto mais maçudo do que já é.

Espero ter feito um texto fácil de se entender (o PRN 2000 sempre foi uma
coisa complicada de se discutir), e com isto concluo a minha proposta.

[1]
http://www.estradasdeportugal.pt/index.php/en/areas-de-atuacao/prn/142-legislacao
[2] http://binged.it/1w5olSH
[3] http://binged.it/1AbvtTZ
[4] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/File:Znak_D9.svg
[5]