Re: [Ubuntu-BR] [OFF-TOPIC] Você é Hands On?

2010-06-01 Por tôpico nethell
Caraca essa é F mas chega a estar próxima a uma realidade.

nethell

Em Ter, 2010-06-01 às 08:17 -0300, Márcio H. Parreiras escreveu:
> Só para descontrair, aproveitando o tópico:
> 
> 
> O fax do mineirinho Nirso
> 
> Um gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
> "Seo Gomis o criente de Belzonte pidiu mais cuatrucentas pessa. Faz
> favor tomá as providenssa.
> Abrasso , Nirso."
> 
> Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro:
> "Seo Gomis, os relatório di venda vai xegá atrazado purque to fexando
> umas venda. Temo que manda treis miu pessa.
> Amanha tô xegando. Abrasso , Nirso."
> 
> No dia seguinte:
> "Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deiz miu em Beraba.
> To indo pra Brazilha.
> Abrasso , Nirso."
> 
> No outro:
> "Seu Gomis, Brazilha fexô 20 miu. Vo pra Frolinoplis e de lá pra
> Sumpaulo no vinhão das cete hora.
> Abrasso, Nirso."
> 
> E assim foi o mês inteiro .
> 
> O gerente muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao
> presidente as mensagens que recebeu do vendedor.
> 
> O presidente escutou atentamente o gerente e disse:
> "Deixa comigo, que eu tomarei as providências necessárias".
> E tomou Redigiu de próprio punho um aviso e afixou no mural da
> empresa, juntamente com as mensagens de fax do vendedor:
> "Aparti de oje nóis tudo vamo fazê feito o Nirso. Si preocupá menos em
> iscrevê serto, pra mode vendê maiz.
> Acinado: O Prizidente... "
> 
> 
> :-D
> 
> -- 
> Márcio H. Parreiras
> 
> GNU/Linux Professional
> 
> +55(31)9632-0320
> 
> Pedro Leopoldo - MG - Brasil
> 
> Codificação/Encoding: UTF-8
> 
> 
> "A caixa dizia: 'Requer MS Windows ou superior',
>  então eu instalei Debian/GNU Linux"
>  http://www.debian.org/index.pt.html
> 
> "The box said: 'Requires MS Windows or better',
>   then I installed Debian/GNU Linux!"
>   http://www.debian.org/index.en.html
> 
> "Proteja-se das ameaças digitais:
>  use http://www.ubuntu-br.org/";
> 
> "Protect yourself from digital threats:
>  use http://www.ubuntu.com/";
> .
> 

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Re: [Ubuntu-BR] [OFF-TOPIC] Você é Hands On?

2010-06-01 Por tôpico Márcio H . Parreiras
Só para descontrair, aproveitando o tópico:


O fax do mineirinho Nirso

Um gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
"Seo Gomis o criente de Belzonte pidiu mais cuatrucentas pessa. Faz
favor tomá as providenssa.
Abrasso , Nirso."

Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro:
"Seo Gomis, os relatório di venda vai xegá atrazado purque to fexando
umas venda. Temo que manda treis miu pessa.
Amanha tô xegando. Abrasso , Nirso."

No dia seguinte:
"Seo Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz deiz miu em Beraba.
To indo pra Brazilha.
Abrasso , Nirso."

No outro:
"Seu Gomis, Brazilha fexô 20 miu. Vo pra Frolinoplis e de lá pra
Sumpaulo no vinhão das cete hora.
Abrasso, Nirso."

E assim foi o mês inteiro .

O gerente muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao
presidente as mensagens que recebeu do vendedor.

O presidente escutou atentamente o gerente e disse:
"Deixa comigo, que eu tomarei as providências necessárias".
E tomou Redigiu de próprio punho um aviso e afixou no mural da
empresa, juntamente com as mensagens de fax do vendedor:
"Aparti de oje nóis tudo vamo fazê feito o Nirso. Si preocupá menos em
iscrevê serto, pra mode vendê maiz.
Acinado: O Prizidente... "


:-D

-- 
Márcio H. Parreiras

GNU/Linux Professional

+55(31)9632-0320

Pedro Leopoldo - MG - Brasil

Codificação/Encoding: UTF-8


"A caixa dizia: 'Requer MS Windows ou superior',
 então eu instalei Debian/GNU Linux"
 http://www.debian.org/index.pt.html

"The box said: 'Requires MS Windows or better',
  then I installed Debian/GNU Linux!"
  http://www.debian.org/index.en.html

"Proteja-se das ameaças digitais:
 use http://www.ubuntu-br.org/";

"Protect yourself from digital threats:
 use http://www.ubuntu.com/";
.

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Re: [Ubuntu-BR] [OFF-TOPIC] Você é Hands On?

2010-06-01 Por tôpico PIX ULEH
Seria melhor: muito mão na massa!

Em 28 de maio de 2010 11:34, Fábio Lima  escreveu:

> Muito massa!
>
>
> Em 28 de maio de 2010 10:34, Darlan Dapper 
> escreveu:
> > Amigos texto, muito bom!
> >
> > *Você é Hands On?*
> >
> >
> >
> > Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno,
> nome
> > que agora se dá à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia que os
> > interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança,
> > criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em
> > inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON. Para o felizardo
> que
> > conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de
> > habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.
> >
> > Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase
> o
> > paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que
> as
> > empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá
> de
> > saltar para ser admitido.
> >
> > E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da
> > super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...
> >
> >
> >
> > Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão
> bem
> > preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de
> > atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges,
> > Gerente da Contabilidade.
> >
> >
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- In a hurry!
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Saúde.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho
> fluência
> > em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige
> fluência
> > em inglês se aqui só se fala português?
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho
> > profundos conhecimentos de informática.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Não, não.. Cópias normais mesmo.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu
> já
> > comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias
> que
> > tiramos.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Fabiana, desse jeito não vai dar!
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Como assim?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso
> um
> > desperdício do meu potencial energético.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Futuro? Que futuro?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não
> > aconteceu nada.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Sei. Mas o senhor é hands on?
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Hã?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Hands onMão na massa.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Claro que sou!
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou
> sair
> > por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando
> eu
> > fui contratada.
> >
> >
> >
> > Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
> >
> > 1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não
> têm
> > as qualificações requeridas.
> >
> > 2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos
> > porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não
> poderão
> > usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.
> >
> > Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo
> > prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo
> > preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.
> >
> > Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um
> > montão de gente super-qualificada. E as conversas ficaram de tão alto
> nível
> > que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a
> Fundação
> > Alfred Nobel.
> >
> > Pessoas super-qualificadas não resolvem simples problemas!
> >
> > Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas
> fábricas e
> > no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do
> >
> > advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o
> Cleto,
> > motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha
> > informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação.. ...
> só
> > que não sabia nem abrir o capô. Duas horas depois, quando o pessoal ain

Re: [Ubuntu-BR] [OFF-TOPIC] Você é Hands On?

2010-05-28 Por tôpico Paulo Fernandes
> *Você é Hands On?*
>


Num país de faz de conta, empresas assim estão alinhadíssimas!

E vamos em frente, sempre com a mão na massa!


Paulo
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Re: [Ubuntu-BR] [OFF-TOPIC] Você é Hands On?

2010-05-28 Por tôpico kadu
É a vida como ela é...

Kadu
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Ubuntu User # 31084
 Linux User # 509312



2010/5/28 Fábio Lima 

> Muito massa!
>
>
> Em 28 de maio de 2010 10:34, Darlan Dapper 
> escreveu:
> > Amigos texto, muito bom!
> >
> > *Você é Hands On?*
> >
> >
> >
> > Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno,
> nome
> > que agora se dá à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia que os
> > interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança,
> > criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em
> > inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON. Para o felizardo
> que
> > conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de
> > habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.
> >
> > Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase
> o
> > paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que
> as
> > empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá
> de
> > saltar para ser admitido.
> >
> > E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da
> > super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...
> >
> >
> >
> > Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão
> bem
> > preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de
> > atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges,
> > Gerente da Contabilidade.
> >
> >
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- In a hurry!
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Saúde.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho
> fluência
> > em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige
> fluência
> > em inglês se aqui só se fala português?
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho
> > profundos conhecimentos de informática.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Não, não.. Cópias normais mesmo.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu
> já
> > comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias
> que
> > tiramos.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Fabiana, desse jeito não vai dar!
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Como assim?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso
> um
> > desperdício do meu potencial energético.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Futuro? Que futuro?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não
> > aconteceu nada.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Sei. Mas o senhor é hands on?
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Hã?
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Hands onMão na massa.
> >
> > Seu Borges:
> >
> > -- Claro que sou!
> >
> > Fabiana:
> >
> > -- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou
> sair
> > por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando
> eu
> > fui contratada.
> >
> >
> >
> > Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
> >
> > 1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não
> têm
> > as qualificações requeridas.
> >
> > 2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos
> > porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não
> poderão
> > usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.
> >
> > Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo
> > prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo
> > preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.
> >
> > Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um
> > montão de gente super-qualificada. E as conversas ficaram de tão alto
> nível
> > que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a
> Fundação
> > Alfred Nobel.
> >
> > Pessoas super-qualificadas não resolvem simples problemas!
> >
> > Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas
> fábricas e
> > no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do
> >
> > advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o
> Cleto,
> > motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha
> > informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação.. ...
> só
> > que não sabia nem abri

Re: [Ubuntu-BR] [OFF-TOPIC] Você é Hands On?

2010-05-28 Por tôpico Fábio Lima
Muito massa!


Em 28 de maio de 2010 10:34, Darlan Dapper  escreveu:
> Amigos texto, muito bom!
>
> *Você é Hands On?*
>
>
>
> Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno, nome
> que agora se dá à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia que os
> interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança,
> criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em
> inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON. Para o felizardo que
> conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de
> habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.
>
> Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase o
> paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que as
> empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de
> saltar para ser admitido.
>
> E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da
> super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...
>
>
>
> Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem
> preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de
> atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges,
> Gerente da Contabilidade.
>
>
>
> Seu Borges:
>
> -- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
>
> Fabiana:
>
> -- In a hurry!
>
> Seu Borges:
>
> -- Saúde.
>
> Fabiana:
>
> -- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência
> em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência
> em inglês se aqui só se fala português?
>
> Seu Borges:
>
> -- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
>
> Fabiana:
>
> -- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho
> profundos conhecimentos de informática.
>
> Seu Borges:
>
> -- Não, não.. Cópias normais mesmo.
>
> Fabiana:
>
> -- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já
> comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que
> tiramos.
>
> Seu Borges:
>
> -- Fabiana, desse jeito não vai dar!
>
> Fabiana:
>
> -- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
>
> Seu Borges:
>
> -- Como assim?
>
> Fabiana:
>
> -- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um
> desperdício do meu potencial energético.
>
> Seu Borges:
>
> -- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
>
> Fabiana:
>
> -- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
>
> Seu Borges:
>
> -- Futuro? Que futuro?
>
> Fabiana:
>
> -- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não
> aconteceu nada.
>
> Seu Borges:
>
> -- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
>
> Fabiana:
>
> -- Sei. Mas o senhor é hands on?
>
> Seu Borges:
>
> -- Hã?
>
> Fabiana:
>
> -- Hands onMão na massa.
>
> Seu Borges:
>
> -- Claro que sou!
>
> Fabiana:
>
> -- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair
> por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu
> fui contratada.
>
>
>
> Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
>
> 1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm
> as qualificações requeridas.
>
> 2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos
> porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão
> usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.
>
> Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo
> prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo
> preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.
>
> Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um
> montão de gente super-qualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível
> que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação
> Alfred Nobel.
>
> Pessoas super-qualificadas não resolvem simples problemas!
>
> Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e
> no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do
>
> advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto,
> motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha
> informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação.. ... só
> que não sabia nem abrir o capô. Duas horas depois, quando o pessoal ainda
> estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de
> bicicleta. Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero.
> Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe
> uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.
>
> Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas
> modernas torcem o nariz: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.
>
> P