[VotoEletronico] FC - A minha rua é um perigo ...

2003-03-31 Por tôpico Roger Chadel
A minha rua é um perigo
 
(Carta para o jornal londrino London Observer escrita por Terry Jones,
um dos famosos Monty Python)

Domingo, 26 de Janeiro de 2003

Caro Observer,

Estou bastante entusiasmado com o último argumento do George Bush para
bombardear  o  Iraque: ele está ficando sem paciência. E eu também! Já
faz algum tempo que estou ficando mesmo passado com o Sr. Johnson, que
vive  a algumas casas da minha. Com ele e também com o Sr. Patel, dono
da  loja de comida natural. Os dois têm andado a deitar-me uns olhares
estranhos  e  tenho a certeza que o Sr. Johnson está planejando alguma
coisa contra mim.

Ainda  não  consegui  descobrir o quê. Já fui à casa dele várias vezes
para  ver  o  que  ele  estava  tramando,  mas  ele tem tudo muito bem
escondido.  Isto  só mostra como ele é falso. Quanto ao Sr. Patel, não
me perguntem como é que sei, mas eu sei - e a partir de fontes seguras
-  que ele é na verdade um Assassino em Massa. Enchi a rua de folhetos
dizendo  que se não agirmos primeiro, ele dará cabo de nós, um por um.
Alguns  dos  meus  vizinhos dizem que se eu tenho provas, porque é que
não vou à polícia? Mas isso é simplesmente ridículo.

A  polícia  vai  dizer  que  precisa de provas antes de acusar os meus
vizinhos  de  um  crime.  Eles  vão arranjar um monte de burocracias e
falar  dos  prós  e  contras  de  um  ataque preventivo e tudo o mais.
Enquanto  isso  o  Sr.  Johnson irá continuar ultimando os seus planos
para  me  fazer  coisas  terríveis  e  o Sr. Patel irá silenciosamente
assassinar  pessoas.  Dado  que  eu  sou  o  único  com  armas de fogo
suficientes,  acho que cabe a mim manter a paz. Mas até até agora isso
tem sido um bocado difícil.

No  entanto,  agora  o  George  W. Bush tornou claro que tudo o que eu
preciso  é  perder a paciência e depois posso avançar e fazer o que me
der na cabeça! E se formos a ver, a política cuidadosamente pensada do
Sr.  Bush  em  relação  ao  Iraque  é  a única forma de promover a paz
mundial  e  a  segurança.  A  única  forma  segura  de  evitar  que os
homens-bomba suicidas muçulmanos e fundamentalistas ataquem os EUA e o
Reino  Unido  é  bombardear uns tantos países muçulmanos que nunca nos
ameaçaram. É por isso que eu quero explodir a garagem do Sr. Johnson e
matar a sua mulher e filhos.

Atacar primeiro!

Isso  vai-lhe  ensinar  uma  lição e depois ele vai deixar-me em paz e
parar  de olhar para mim daquela maneira inaceitável. O Sr. Bush deixa
claro  que tudo o que precisa saber antes de bombardear o Iraque é que
Saddam é um homem mau e que tem armas de destruição maciça - mesmo que
ninguém  as  consiga  encontrar.  Tenho  a  certeza de que tenho tanto
direito  de  matar  a mulher e filhos do Sr. Johnson quanto o Sr. Bush
tem de bombardear o Iraque.

O objetivo a longo prazo do Sr. Bush é tornar o mundo um lugar seguro,
eliminando para tal os estados delinqüentes e o terrorismo.

É  um  objetivo  a longo prazo muito inteligente porque, como é que se
vai  saber se ele já foi atingido? Como é que o Sr. Bush sabe quando é
que  terá  acabado  com  todos  os  terroristas? Quando é que todos os
terroristas terão morrido?

Mas,  então,  um terrorista só é um terrorista quando comete um ato de
terror.

E  o  que  fazer dos potenciais terroristas? Esses são os que queremos
mesmo  eliminar,  dado  que  a  maioria dos terroristas conhecidos, ao
serem homens-bomba suicidas já se eliminaram a si mesmos. Talvez o Sr.
Bush  precise eliminar todas as pessoas que possam vir no futuro a ser
possíveis  terroristas?  Talvez  ele  nunca  tenha  a  certeza  de ter
alcançado  o seu objetivo até que todos os fundamentalistas muçulmanos
estejam mortos?

Mas,  e  então  alguns  muçulmanos  moderados  podem  converter-se  ao
fundamentalismo.

Talvez  a  única  medida  segura  seja  o Sr. Bush acabar com todos os
muçulmanos.

Passa-se  o mesmo na minha rua. O Sr. Johnson e o Sr. Patel são apenas
a ponta do iceberg. Existem dezenas de pessoas na minha rua de quem eu
não  gosto  e que - francamente - me deitam olhares estranhos. Ninguém
estará  completamente  seguro  até  eu  ter acabado com todos. A minha
mulher  me  diz  que  eu  sou capaz de estar indo longe demais, mas eu
respondo-lhe  que estou apenas usando a mesma lógica do Presidente dos
Estados  Unidos.  Isso  vai  fazê-la calar-se. Tal como o Sr. Bush, eu
perdi  a paciência e se isso é uma razão suficiente para o Presidente,
também é suficiente para mim.

Vou  dar  à  rua  duas  semanas - não, 10 dias - para sair para fora e
entregar  todos  os extraterrestres e seqüestradores interplanetários,
bandidos galácticos e patrões do terrorismo interestelar e se eles não
os  entregarem todos por bem, dizendo Obrigado, vou fazer explodir a
rua toda sem dó nem piedade.

É apenas o mesmo que o George W. Bush propõe e, olhe que, ao contrário
do que ele quer, a minha política irá apenas destruir uma rua.

Atenciosamente,

Terry Jones

__
O texto acima e' 

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2003-03-31 Por tôpico L.C.Correa Soares
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cadastro. Pretendo voltar quando for possivel. 
Não estou abandonando a luta, só vou dar um tempo, como 
dizem os jovens...
Um abraço e um agradecimento a você, extensivos aos listeiros.
Luiz Carlos Correa Soares  

 
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2003-03-31 Por tôpico Osvaldo Maneschy

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[VotoEletronico] fc - Parece que foi ontem!

2003-03-31 Por tôpico Osvaldo Maneschy

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1 de abril de 1964
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Parece que foi ontem! E, todavia, est a se 
repetir!
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Roberto Magellan
Minha vida poltica comeou no dia 1 de abril de 1964, quando, para 
desespero da minha me - eleitora do velho PSB, no do Garotinho - e alegria do 
meu pai - para quem era Vargas no cu e Brizola na Terra - fui, em nome da UBES, 
conclamar os estudantes secundaristas de todo o Pas a defender o governo Joo 
Goulart na Cadeia Nacional da Legalidade, liderada pela j privatizada e extinta 
Rdio Nacional do Rio de Janeiro e pela Rdio Farroupilha de Porto Alegre, ambas 
emissoras com transmissores muito poderosos. 

Acompanhavam-me um dos filhos de Lus Carlos Prestes e um neto do general 
comunista Felicssimo Cardoso e sobrinho de FHC, ambos meus colegas do Imperial 
Colgio de dom Pedro II, o mais antigo educandrio do Pas, fundado no sculo 
XVIII, e ento considerado o colgio-padro do ensino. Acompanhava-nos um 
terceiro colega, Tadeu, a quem nunca mais vi depois de 1968, talvez assassinado 
pela represso. S eu falei para todo o Brasil, contudo.

Hoje faz 39 anos, portanto. Minha alocuo est transcrita no livro de 
Mrio Lago sobre esse dia na Rdio Nacional. Quando "O Globo" noticiou o 
lanamento do livro, destcacou-me como exemplo da politizao precoce dos 
estudantes d'antanho e perguntou, num sub ttulo: "Onde estar.?"e 
reproduziu meu nome completo, uma indesculpvel falha de segurana minha pois 
eram tempos de inocncia, apesar de tudo.

Em certo instante a Rdio Farroupilha deixou de integrar a Cadeia Nacional 
da Legalidade, que liderava alternadamente com a Rdio Nacional do Rio de 
Janeiro, e passou a irradiar sem qualquer aviso uma melodia cantada por Vanja 
Orico (onde estar ela?), ento atriz e cantora de muito sucesso. Os que 
monitoravam rdios de todo o Brasil deram o alarme e logo algum telefonou para 
a Farroupilha. Responderam de Porto Alegre que tinham resolvido relaxar um pouco 
a tenso.

A resposta do Rio de Janeiro foi indignada. Eu estava perto dos telefones, 
conhecendo curiosamente os estdios da rdio, numa total confuso e defendidos 
por trabalhadores. Conseguiram telefonar para vrios contatos em Porto Alegre e 
logo a Farroupilha voltou a integrar a Cadeia Nacional da Legalidade - credo, 
que nome agourento, cadeia!

Voltei  casa a p, j que no havia transportes, dada a greve geral 
decretada pela CGT - Confederao Geral dos Trabalhadores, que atrapalhou muito 
a organizao da resistncia no Rio. Passei pela Cinelndia (praa Floriano), 
ponto tradicional de encontros polticos, pouco depois de o povo ter tentado 
tomar o Clube Militar, de onde os gorilas atiravam contra a multido. Houve 
mortos e feridos e s h uns 5 anos  que esta histria foi devidamente contada 
em "O Globo".

Consegui uma carona num carro particular e notei que os nicos preparativos 
reais de defesa, como trincheiras, metralhadoras, nibus e caminhes pesados 
virados, pneus em chamas, etc, eram para defender o Palcio Guanabara, isto , o 
governador golpista Carlos Lacerda, e um quartel da PM. Na Praa Mau e nas vias 
de acesso ao Rio houve s um arremedo espontneo e amadorstico de defesa que 
para nada serviu. J em Copacabana uns gaiatos puseram uma defesa simplssima 
contra os gorilas que comandavam aquele forte histrico: paraleppedos em 
ngulos certos nas esquinas, o que impediu os tanques de avanar. Isto foi 
motivo para uma crnica antolgica e engraadssima de Carlos Heitor Cony no 
antigo "Correio da Manh", um jornal tradicional e reacionrio e que, no 
obstante, virou um baluarte na luta contra o regime militar e terminou sendo 
esmagado.

De vez em quando, no cu, iam e voltavam avies legalistas da FAB. No Campo 
dos Afonsos os pilotos aguardavam ao lado dos avies, com motores ligados, a 
ordem de Jango para bombardear as tropas golpistas dos generais Mouro Filho (o 
datilgrafo da Carta de 1937) e do general Lucas ou Incio- esqueo-lhe o 
nome - que provinham de Belo Horizonte e Juiz de Fora em direo ao Rio. A ordem 
nunca veio, pois Jango era um homem cordato e sensvel, com horror  efuso de 
sangue e no queria passar  Histria como o presidente que iniciou uma guerra 
civil cujas dimenses teriam sido muito maiores do que a espanhola. A Guerra 
Civil Espanhola, de que muitas lembranas se guardaram na minha famlia, era a 
comparao mais comum que eu ouvia sobre o Brasil de 1964.

Ademais, Jango j soubera da concentrao de navios dos Estados Unidos no 
Atlntico Sul, defronte  costa do Esprito Santo, totalmente indefesa. Era a 
operao Brother Sam, que prova a ntima conexo do governo dos Estados Unidos 
com os militares golpistas. Os brasileiros teramos sido os primeiros agraciados 
com os bombardeios humanitrios de Tio Sam, que hoje devastam o Iraque.

Bastaria que os avies legalistas dessem tiros para o ar e soltassem bombas 
de advertncia nas margens desabitadas da BR-3 e da Unio  Indstria - as 
principais estradas que