Diversas vezes já enviei mensagens ao jornal Correio Braziliense alertando sobre a fragilidade da segurança do atual sistema de votação eletrônica.
 
Infelizmente, o jornal nunca publicou nenhuma matéria sobre a questão, pelo menos que eu saiba.
 
Hoje, 06 de setembro de 2000, o Correio Braziliense publicou a matéria abaixo onde faz referência tênue sobre a segurança da urna eletrônica, ou melhor seria a falta de segurança. Notem que a matéria não foi produzida pelo jornal, mas sim por outro órgão de imprensa, e que ao texto principal, o cancelamento de licitação, foi "enxertada" notícia sobre a urna.
 
Me parece, s.m.j., que alguém do jornal estava querendo passar a notícia da urna por "contrabando" na matéria da licitação.
 
Assim, concluo que somente quando os editores dão uma "bobeira" é que alguma matéria sobre a falta de segurança do processo de votação é publicada.
 
Haja armação dos poderosos para manterem o povo na ignorância!!!!!!!!!!!!!!!!
 
 
ELEIÇÕES
Compra cancelada

TSE suspende compra de computadores porque edital estaria errado. Máquinas seriam usadas para dar suporte administrativo às eleições. Agora, os TREs terão que pedir equipamentos emprestados
Manuel Martínez
Do ‘‘Brasil em Tempo Real’’
Especial para o Correio


Nehil Hamilton 25.10.98
A totalização dos votos pelas urnas eletrônicas não está comprometida e sigilo é garantido pelo TSE

A menos de um mês das eleições municipais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cancelou a compra de 2.296 microcomputadores com o argumento de que houve erro no edital da licitação, processo que levou mais de quatro meses. As máquinas seriam utilizadas para dar suporte administrativo ao funcionamento das zonas eleitorais em todo o país. Agora, os Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) que receberiam os equipamentos terão de encontrar alternativas.
  De acordo com Helvécio de Araújo, da Comissão de Assessoramento Técnico do TSE, os TREs receberão verbas para comprar ou alugar computadores. Poderão lançar mão também de outra solução que considerarem mais conveniente.
  O Secretário de Administração do TSE, Salatiel Gomes, lembrou que os juízes eleitorais estaduais podem pedir computadores emprestados a órgãos públicos. Segundo ele, uma situação como essa, às vésperas da eleição, estava prevista no processo licitatório. Esses computadores não seriam usados na totalização de votos.
  Para enfrentá-la foram realizadas reuniões anteriores com os Secretários de Informáticas dos tribunais regionais. ‘‘Mesmo que a compra acontecesse sem qualquer problema, os tribunais haviam se preparado para encontrar e escolher a solução que mais lhes conviesse em situações como essa‘‘, afirmou.
  No início de agosto, o TSE divulgou o nome do vencedor da licitação: a empresa Microtec, que segundo o tribunal, atendeu o pedido básico da compra e boa parte dos quesitos classificatórios do edital, além de oferecer um preço que foi considerado a melhor proposta de todos os participantes: R$ 3.458 por cada um dos micros.
  Fora as reclamações e pedidos de impugnação de praxe, nada parecia ameaçar a operação. Porém, uma das concorrentes derrotadas, a Positivo, entrou com uma representação na Justiça e conseguiu anular a licitação. Reclamou que não obteve os pontos a que teria direito em dos quesitos classificatórios do TSE.
  O item em questão se referia ao programa que faz funcionar um sistema de administração e controle à distância de computadores. O TSE alegou que a Positivo não apresentou nesse item o programa que melhor serviria às eleições. A empresa recorreu e conseguiu provar que em nenhum trecho o edital determinava especificamente o tipo ou nome do produto desejado. A Positivo conseguiu convencer a administração do tribunal a testar novamente o produto que oferecia.
  Os técnicos do TSE concluíram que o desempenho do programa não era satisfatório. A empresa insistiu na reclamação e apresentou laudo da Universidade de Campinas (Unicamp) discordando do parecer do tribunal. Sem outra saída, a Comissão Permanente de Licitação do TSE decidiu anular a licitação.
  Na tarde de ontem, a gerente-geral da Positivo, Marielva Dias, ainda desconhecia o cancelamento da licitação. ‘‘Desde que foi feita a avaliação, não recebemos nenhuma outra notícia do TSE sobre se teríamos ou não direito aos nossos pontos‘‘. O gerente de licitações da Microtec, Paulo Fodor, disse que o departamento jurídico da empresa analisa como reverter a decisão do TSE na Justiça.
  
URNA ELETRÔNICA
Desde que votou pela primeira vez em uma urna eletrônica, em 1996, o engenheiro Amilcar Brunazo Filho, 50 anos, tornou-se um desconfiado profissional do sistema. ‘‘Como garantir o sigilo do meu voto se a máquina que faz a identificação do eleitor é conectada à urna eletrônica?’’, pergunta. Essa foi a primeira de uma série de dúvidas levantadas pelo especialista em segurança da informação sobre o voto eletrônico.
  Intrigado, Brunazo passou a pesquisar o assunto. Em 1998, ele lançou a dúvida na rede mundial de computadores. Era o primeiro passo para o ‘‘Fórum do Voto Eletrônico’’, que reúne hoje cerca de 150 internautas que debatem sobre a segurança da urna eletrônica.
  O TSE garante, por sua vez, a segurança do voto eletrônico. Todos argumentam que o sistema é mais seguro do que o antigo — quando a cédula era de papel — porque não permite que o mesmo eleitor vote duas vezes.

Serviço

 
 
Obs.: vejam o resultado da licitação referida acima na página do TSE (http://www.tse.gov.br/licitacoes/)  concorrência nº 34/2000.
 

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