O Banco Central do Brasil estima que a crise econômica deve causar uma contração no crédito mundial de US$ 20 trilhões. Para se ter uma idéia da dimensão desse montante, o valor representa quase duas vezes o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, estimado em US$ 13,7 trilhões em 2007.
Segundo o presidente do BC, Henrique Meirelles, o valor representa mais de dez vezes as perdas estimadas para o sistema bancário internacional até o fim da crise. Hoje, as perdas já chegam a US$ 1,4 trilhão, o que representa uma retração estimada de US$ 15 trilhões no crédito. As Américas responderiam por quase 70% desse valor, a maior parte nos EUA. "Vemos claramente a concentração das perdas nos EUA", afirmou Meirelles durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Meirelles voltou a apresentar dados sobre a "destruição de riquezas nas bolsas", que já soma US$ 31 trilhões desde outubro. De acordo com o presidente do BC, as ações dos governos dos países desenvolvidos para reduzir os efeitos da crise já somam US$ 595 bilhões, sendo US$ 250 bilhões apenas nos EUA. Brasil Em relação ao Brasil, o BC informou também que já fez atuações no mercado de câmbio no valor de US$ 53,4 bilhões entre os dias 19 de setembro e 16 de dezembro para segurar a disparada do dólar. Na apresentação, o BC também divulgou um novo balanço da liberação de depósitos compulsórios, que já soma R$ 98 bilhões. O compulsório é o dinheiro dos clientes que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC. Parte desse dinheiro foi liberado para que os bancos tivessem mais recursos para emprestar aos seus clientes. Antes da liberação, os compulsórios somavam R$ 272 bilhões.