29/08/2010 - 08h04
Carro 1.0 nunca foi tão caro, mas bate recorde de vendas

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No lançamento, em agosto de 1990, o preço do Fiat Uno Mille era de Cr$ 
625 mil. Em 1994, já com redução de IPI, chegou a US$ 7.200. Hoje, um 
carro da categoria não sai por menos do que o dobro, US$ 14.400 (R$ 25 mil).

Fiat Uno Mille completa duas décadas e conta história do carro popular 1.0

O dólar, apesar das variações e de não ser o único indicador, mostra que 
modelos como o Mille já não são tão "populares", avalia Keyler Rocha, 
professor de finanças da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade da Universidade de São Paulo).

Mesmo assim, em 2009 o Brasil se tornou o quinto maior mercado de 
automóveis do mundo, com 3 milhões de carros vendidos.

Fábio Gallo, professor de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), 
atribui a alta nas vendas à ascensão das classes C e D e ao aumento na 
oferta de crédito. "Há uma nova classe média comprando carros. As taxas 
de juros continuam altas, mas ampliaram os valores e os prazos de 
financiamentos."

Ele também destaca o crescimento do poder de compra. Em agosto de 1990, 
o Mille custava o equivalente a 170 salários mínimos. Hoje, bastam 50 
para ter o Uno, de acordo com dados do Dieese (Departamento 
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e do IBGE.

Segundo fabricantes, apesar do aumento nas vendas e da modernização das 
fábricas, o custo dos projetos para atender às exigências legais mantém 
o carro caro.

"Os automóveis reduziram as emissões e têm mais itens de série. Em 
breve, freios ABS e airbags serão obrigatórios", afirma José Carlos 
Pinheiro Neto, vice-presidente da GM.
-- 
GRATO.

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