E cafajeste.

C.A.
  ----- Original Message ----- 
  From: AKA 
  To: goldenlist-l ; jipenet-...@googlegroups.com 
  Sent: Sunday, October 18, 2009 5:25 PM
  Subject: [gl-L] Fwd: [Acropolis_] A caravana do São Francisco - O ESTADO DE S 
PAULO EDITORIAL




  mais uma do estadista cara de pau...


  ---------- Forwarded message ----------


    
  A caravana do São Francisco 
  O ESTADO DE S PAULO EDITORIAL, 
  Desde a primeira hora da excursão de três dias do presidente Lula e frondosa 
comitiva pelas margens do Rio São Francisco, alegadamente para "vistoriar" as 
obras da transposição das suas águas em Minas, Bahia e Pernambuco, ficou claro 
que o único motivo do giro era o de promover a candidatura da ministra da Casa 
Civil, Dilma Rousseff, que o acompanhava, junto ao povo da região e ao público 
dos telejornais. Ao discursar, na quarta-feira, em Buritizeiro (MG), por 
exemplo, ele se traiu ao dizer que no projeto original da operação "não estava 
previsto a gente fazer comício". O que não se sabia é que cada detalhe da 
viagem foi determinado pelos resultados de uma pesquisa sobre a capacidade de 
Lula de transferir votos para o candidato que indicar. 
  A revelação está na reportagem Lula testa transposição de votos às margens do 
Rio S. Francisco, de Raymundo Costa, na edição de sexta-feira do jornal Valor. 
É a prova de que o presidente não só transgride a legislação eleitoral ao 
conduzir a campanha antecipada da sua escolhida - que estancou nas sondagens de 
intenção de voto -, mas utiliza descaradamente a máquina federal e o dinheiro 
do contribuinte para "emoldurar a imagem da candidata" e apresentá-la ao 
"melhor público do presidente, o Nordeste", no dizer da matéria. Ali, onde a 
sua votação em 2006 ficou próxima de 80% e onde é simplesmente venerado, Lula 
fabrica oportunidades em série para reforçar a idolatria e, em consequência, 
carrear votos para Dilma quando chegar a hora.
  No segundo dia da excursão, em Custódia (PE), discursando para uma plateia de 
operários de um trecho do empreendimento, reunidos para a ocasião, ele disse 
que resolveu fazer o que qualificou como "uma das maiores obras em realização 
no mundo" porque "eu, com 7 anos, carreguei pote de água na cabeça, eu sei o 
sacrifício". Não poderia faltar, naturalmente, o lance demagógico de dividir os 
brasileiros em ricos e pobres, uns resistindo aos seus esforços para melhorar a 
vida dos outros. "Quando a gente quer fazer uma obra como essa", disparou, "os 
que tomam café da manhã, almoçam, jantam, tomam água gelada todo dia são contra 
a gente fazer." Na realidade, o projeto tem defensores e críticos em diferentes 
setores sociais.

  O mais afamado opositor da transposição, como se sabe, é o bispo de Barra 
(BA), dom Luiz Flávio Cappio, que fez greve de fome contra o projeto. Sem 
citá-lo pelo nome, Lula o incluiu entre os que "não têm conhecimento do bem que 
essa obra está fazendo", antes de arrematar: "Não posso deixar o povo pobre 
morrer de sede e fome." Para Lula, Cappio se compara àqueles que, "na Tijuca, 
na Avenida Paulista", atacam a iniciativa e depois abrem a geladeira para tomar 
uma água Perrier, como disse numa entrevista a emissoras regionais. A tática de 
fabricar um antagonismo entre o "povo pobre" e os execráveis abastados que 
consomem água mineral importada, mas são insensíveis às agruras dos que bebem 
"água barrenta, com caramujo e tudo", é coerente com o seu plano de fazer da 
sucessão presidencial uma "eleição plebiscitária".

  Trata-se de apresentar a ministra Dilma como a força motriz do governo mais 
progressista e realizador da história brasileira, em contraste com o candidato 
tucano, principalmente se ele for o governador paulista José Serra, a quem se 
pespegará o rótulo de representante do período Fernando Henrique, quando, na 
versão lulista, a economia patinou e os pobres foram esquecidos. "Ou seja, nós 
contra eles, pão, pão, queijo, queijo", disse Lula aos repórteres que o 
acompanhavam. Além destes, o Planalto transportou em avião especial jornalistas 
do País e de importantes órgãos de comunicação do exterior convidados a 
percorrer a área. 

  Todos os movimentos do presidente convergem, portanto, para fixar o nome e a 
figura de Dilma no imaginário popular como a garantia do prosseguimento das 
políticas sociais e do avanço econômico. Nem ele, com os seus índices estelares 
de aprovação, conseguirá transformar prestígio pessoal em votos para Dilma se o 
seu eleitorado não se convencer de que ela foi destinada a encarnar o terceiro 
mandato de Lula. Daí o seu empenho em confinar ao governo de São Paulo as 
ambições eleitorais do deputado (e seu ex-ministro) Ciro Gomes, também ele 
integrante da chamada "Caravana do São Francisco". Outras decerto se sucederão, 
a menos que a Justiça Eleitoral coíba o carnaval eleitoreiro do presidente da 
República.




  



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