Caro Tony, simpatizo com a tua posição a respeito de homeopatia e ciência em geral. Consegui superar sérios momentos de estresse, especialmente nos meses anteriores à minha defesa de dissertação de mestrado, graças à assistência da Dra. Alda Madalena, minha médica homeopata, nos tempos em que eu vivia no Rio de Janeiro. No meu entender, não existe uma única forma de ciência válida. Existe a ciência oriunda da cultura europeia, existente especialmente a partir dos séculos XV e XVI, mas existem também sistemas de ciência no mínimo igualmente válidos vindos da China, Índia, Egito Antigo, Pérsia de outros tempos, etc. A acupuntura e a medicina tradicional chinesa têm revelado uma eficácia terapêutica não igualada em diversos casos pela medicina ocidental, o Yoga e a Medicina Ayurvédica também se mostram excepcionalmente eficazes em sua contribuição para o bem-estar, etc. Ambos estes sistemas e outros possuem uma ampla literatura que compreende séculos e até milênios, que expõe resultados de gerações de estudiosos e pesquisadores. O Hermetismo, oriundo do Egito Antigo, também compreende uma extensa literatura e gerações de pesquisadores e estudiosos. A Cabala, um ramo do Hermetismo, possui explicações a respeito da origem e sentido do Universo cuja qualidade supera em muitos sentidos o que de melhor tem conseguido a filosofia no seu ramo ocidental. Assim sendo, a ciência de origem europeia é válida em diversos sentidos, mas não esgota, nem de longe, no meu entender, todas as possibilidades válidas de conhecimento e pesquisa, a não ser para quem seja adepto de uma ideologia chamada de cientificismo, que acredita que ciência consiste apenas nas áreas de pesquisa denominadas física, química, biologia e matemática, cujo desenvolvimento foi realizado, especialmente, a partir da Europa. A crença de que a única ciência válida, a única forma de medicina válida, de práticas físicas válidas, etc., são aquelas oriundas da Europa reflete um resquício de colonialismo, que está inserida em um tipo de ideologia mais ampla que sugere a superioridade das culturas oriundas da Europa sobre outras formas de vida e cultura de origem não europeia. Em outras palavras, observamos gente que se autointitulam de "cientistas" defendendo, implicitamente, certas ideologias que, de científicas, não são nada. Atenciosamente, Arthur Buchsbaum
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