CIGARRA
MORTA
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Chamam-me agora aí Cigarra morta, E não podia haver melhor definição, Porque caí estonteada à porta Do castelo em ruínas, Do desencanto e da desilusão!... Minhas futilidades pequeninas... Meus grandes desenganos... Eu mesma inda não sei Se é ventura morrer na flor dos anos... Sei apenas que choro O tempo que perdi, Cantando em demasia a carne inutilmente; E vivo aqui, somente, De quanto idealizei De belo, de perfeito, grande e santo, Que inda hei de realizar Com a rima do meu verso e a gota do meu pranto. Dá-me força, Senhor, Para concretizar meu anseio de amor: Evita-me a saudade Da minha improdutiva mocidade! Eu não quero sentir, Como cigarra que era, A falta das canículas doiradas Sob a luz de ridente primavera. Já que tombei cansada de cantar, Calando amargamente, Perdoa, Deus de Amor, o meu pecado: Que eu olvide a cigarra do passado, Para ser uma abelha previdente. Cármen Cinira (De "Parnaso de Além - Túmulo", de Francisco Cândido Xavier - Diversos Espíritos) Para enviar:.............................. [EMAIL PROTECTED] Para sair da lista:.............. [EMAIL PROTECTED] Nosso site:.............. http://www.geocities.com/listamensageiros/ Sugestões ou dúvidas:..... [EMAIL PROTECTED]
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